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10 março 2021

Mudança de Visual

 

Algumas empresas estão fazendo uma mudança no logo. Foco é a simplicidade. Via Bloomberg

Custo de entrada, Queima de Caixa e Remuneração dos Acionistas


Os carros elétricos tornaram-se o "futuro" da indústria automobilística. Há controvérsias se são adequados para um ambiente mais sustentável, mas o certo que a batalha entre os elétricos e os modelos tradicionais parece estar pendendo para os primeiros. 

Quando comparamos os novos fabricantes - liderados pela Tesla - e os fabricantes atuais, a questão da competição entre estes dois grupos deve levar em consideração o custo de entrada, a queima de caixa e a remuneração dos acionistas.

A indústria tradicional (GM, Volks, Toyota e outros) estão sob a ameaça de uma mudança tecnológica que poderá tornar obsoleto o carro movido a derivado do petróleo. O dilema destes fabricantes é que para entrar na briga eles precisam de dinheiro para "queimar". Isto inclui fazer investimento em novos modelos e novos processos de produção. Mas este grupo precisa também de distribuir dividendos para seus acionistas. E não sobra recurso para ambos.

Os novos concorrentes conseguiram obter recursos via financiamento e a captação via mercado acionário. Alguns deles possuem uma grande reserva de caixa para queimar, podendo ter fluxo operacional negativo e grande saídas com investimento. Além disto, o acionista sabe que este é um jogo arriscado e não espera dividendos neste momento. E isto dispostas a destruir a indústria tradicional.

Neste ambiente, os fabricantes de carros elétricos estão reduzindo cada vez mais o preço dos modelos. E estão fazendo isto em razão da elevada concorrência, que não se resume somente a Tesla.

As empresas tradicionais resolveram investir. GM e Ford deverão gastar mais de 20 bilhões cada. A Volks disse que seu investimento na linha de carros elétricos será de quase 90 bilhões nos próximos cinco anos. 

As montadoras tradicionais podem enfrentar um outro problema: os fabricantes novos planejam entrar no mercado de picapes. Este é o produto mais rentável. Mais concorrentes neste segmento significa redução no preço e nas margens. E menos dinheiro para as tradicionais empresas. Entre as montadoras tradicionais, quem estiver mais atrasada ou depender mais de captação de recursos, talvez não sobreviva. 

Imagem: Tokyo EV

Crise? Na contabilidade?

 

O crescimento anual da receita de 100 maiores empresas de contabilidade está plotado no gráfico. E olha a surpresa aí: 2020, o ano da pandemia, a receita destas empresas cresceu. É bem verdade que a taxa foi menor que nos anos anteriores, quando o crescimento anual estava entre 6 a 9%. Mas foi o ano da crise para muitas pessoas. 

A Era de Ouro da Ignorância

Não concordo, mas Tim Hadford é provocativo ao afirmar que estamos na era de ouro da ignorância:

(...) Como chegamos a isso? A explicação mais simples - para reaproveitar uma frase do ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers - é: “Existem idiotas. Olhe em volta." Mas embora haja uma certa satisfação visceral nessa explicação, há muito mais coisas acontecendo.

Robert Proctor, um historiador, cunhou o termo “agnotologia” [vide aqui] para descrever o estudo acadêmico da ignorância. Ele se interessou pelo fenômeno depois de estudar o esforço bem-sucedido da Big Tobacco para semear dúvidas sobre as evidências científicas sobre os riscos dos cigarros.

Três elementos [ajudam a explicar isto e] vale a pena destacar - nenhum deles [é] inteiramente novo.

Primeiro, distração. É possível que as pessoas gastem horas todos os dias consumindo o que é descrito como “notícias”, sem nunca se envolver com nada significativo. Algumas distrações são óbvias: fazer o sudoku não ajudará você a entender as implicações do acordo comercial pós-Brexit, assim como olhar para fotos de celebridades.

(...) Em segundo lugar, tribalismo político. Em um ambiente polarizado, toda afirmação factual se torna uma arma em um argumento. (...)

As distrações nos impedem de prestar atenção ao que importa, e o tribalismo político nos faz rejeitar evidências que colocam nossa tribo em uma posição ruim. Combine os dois, adicione esteróides e você terá o terceiro elemento da era da ignorância: o pensamento conspiratório.

Os pensadores da conspiração dedicam enorme energia mental para extrair significado de trivialidades. Evidências esmagadoras podem ser descartadas como notícias falsas fabricadas pela conspiração. Então, a ignorância pode ser banida? Não é fácil. David McRaney, criador do livro e podcast You Are Not So Smart , e Adam Grant, autor de Think Again , oferecem conselhos semelhantes: não comece com os fatos.

Em vez disso, estabeleça um relacionamento, faça perguntas e ouça as respostas. (Desnecessário dizer que isso é muito mais fácil em uma conversa na vida real do que nas redes sociais.) 

(...) Em vez de tentar esclarecer outra pessoa, sugiro que cada um de nós comece com seus próprios pontos cegos. Estamos todos distraídos. Todos nós também temos tribos: sociais, senão políticas. Somos todos vulneráveis, então, a acreditar em coisas que não são verdadeiras. E somos igualmente vulneráveis ​​a negar ou ignorar verdades importantes. Devemos todos desacelerar, nos acalmar, fazer perguntas e imaginar que podemos estar errados. É um conselho simples, mas muito melhor do que nada. É também um conselho muito fácil de ignorar.

Minha opinião é que a ignorância sempre existiu. Talvez agora seja mais fácil de mapear.

Imagem: aqui

Rir é o melhor remédio


 Como o sucesso acontece

09 março 2021

Clima e relatório para instituições financeiras


Duas semanas depois da eleição do presidente Joe Biden, o Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF) lançou o primeiro Global Greenhouse Gas Emissions Accounting and Reporting Standard for the Financial Industry.

Com estes padrões, as instituições financeiras podem medir e divulgar suas emissões em razão dos empréstimos e financiamentos (e investimentos) que fizeram. 

Aqui um relatório de um funcionário das Nações Unidas sobre a questão do clima e as instituições financeiras.

A Febraban, uma entidade que reuni as instituições financeiras brasileiras, está apoiando este esforço e foi citada em um relatório de um Força-Tarefa sobre Divulgações Relacionadas com o Clima (TCFD).