Translate

18 fevereiro 2021

Efeito do Covid nas normas contábeis

O International Accounting Standards Board (IASB), entidade que emite normas contábeis para diferentes países do mundo, inclusive o Brasil, está propondo uma alteração na norma de aluguel, a IFRS 16. Na verdade, a mudança é relativamente pequena, quando imaginamos o impacto da pandemia na empresa. 

Quando do início da pandemia, o IASB emitiu uma pequena alteração na IFRS 16. A pandemia fez com que muitos contratos de arrendamento tivessem seu pagamento alterado, uma vez que os locatários não tinham condições de arcar com os pagamentos. Em maio de 2020, o IASB propôs uma mudança na norma para adequar a situação existente. Entretanto, o problema de saúde persiste. E a medida emitida em maio partia da suposição que isto estaria "resolvido" em alguns meses. 

Mas os arrendadores continuam fazendo concessões aos arrendatários por conta do Covid. Diante da realidade que os efeitos do Covid persiste, o Iasb propõe prorrogar a emenda emitida em maio. A proposta está aberta para discussão até 25 de fevereiro de 2021 e até o final de março deve ser finalizada, devendo entrar em vigor no dia primeiro de abril. 

Provavelmente a norma deve ser aprovada no Brasil pelo CPC.  

Aqui o comunicado à imprensa. Foto aqui

Valor Fundamental das Criptomoedas

Resumo:

This paper studies the role of technological sophistication in Initial Coin Offering (ICO) successes and valuations. Using various machine learning methods, we construct technology indexes from ICO whitepapers to capture technological sophistication for all cryptocurrencies. We find that the cryptocurrencies with high technology indexes are more likely to succeed and less likely to be delisted subsequently. Moreover, the technology indexes strongly and positively predict the long-run performances of the ICOs. Overall, the results suggest that technological sophistication is an important determinant of cryptocurrency valuations.


Liu, Yukun and Sheng, Jinfei and Wang, Wanyi, Technology and Cryptocurrency Valuation: Evidence from Machine Learning (January 27, 2021). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3577208 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3577208



Valor e Preço

 


De Damodaran:

O valor, como argumentei, é uma função dos fluxos de caixa, crescimento e risco, refletindo a qualidade do modelo de negócios de uma empresa. O preço é determinado pela demanda e pela oferta, onde, além de, ou talvez até opressor, fundamentos, você tem humor, ímpeto e vingança (...) jogados na mistura. Uma vez que os dois processos são impulsionados por forças diferentes, não há garantia de que os dois produzirão o mesmo número para um investimento ou empresa em um determinado momento:

Simplificando, você pode ter o preço maior do que o valor (supervalorizado), menor do que o valor (subvalorizado) ou aproximadamente o mesmo (razoavelmente valorizado). O último cenário é aquele em que os mercados são razoavelmente eficientes e, nesse cenário, os dois processos não vazam um para o outro. Em termos de especificações, quando o valor de uma ação é aproximadamente igual ao seu preço. (...)

No mundo real, existem muito poucas pessoas que acreditam na eficiência absoluta do mercado, mesmo com os mais fortes defensores da ideia aceitando o fato de que o preço pode desviar-se do valor para algumas ou muitas empresas. Quando isso acontece, e há uma lacuna entre preço e valor, existe o potencial para um ciclo de feedback, onde o preço de uma empresa pode afetar seu valor. Esse ciclo pode ser virtuoso (em que preços fortes para uma empresa podem aumentar seu valor) ou vicioso (em que preços fracos para uma empresa podem diminuir o valor).

Foto: aqui

Fraude, Continuidade e Auditoria


 A distância entre o que o público imagina e o que o auditor faz, com respeito a fraude e a continuidade, está sendo discutida pelo IAASB. A entidade reconhece existir uma distância entre o que o usuário imagina que a auditoria entrega e o que realmente a auditoria faz. 

Eis um trecho da introdução do documento que apresenta uma perspectiva global:

The purpose of this Discussion Paper is to gather perspectives from all our stakeholders about the role of the auditor in relation to fraud and going concern in an audit of financial statements, and to obtain input on matters about whether our standards related to fraud and going concern remain fit-for-purpose in the current environment.

The information collected will help us to make an informed decision(s)  about possible further actions – we are openminded as to how we could contribute to narrowing the expectation gap, bearing in mind our role as a standard-setter, the proportionality of any proposals and the objective of a financial statement audit.

We have set out certain matters for consideration that have been raised to us through feedback forums or research, but we are not committing to any specific actions at this stage—decisions will be made once we have an informed view about the issues that we need to address and have considered the most appropriate way to address them.

Although the primary focus of this Discussion Paper is on matters that are relevant to the IAASB’s remit (i.e. audit standardsetting and related activities), we encourage all participants in the financial reporting ecosystem to evaluate the necessary changes each stakeholder needs to implement if we, collectively, are to be successful in narrowing the expectation gap.

São citados casos recentes, onde a auditoria cometeu "falhas". 

O fato da IAASB reconhecer este "gap" (como está no documento) pode ser uma evolução. Mas pareceu tímida demais. 

Facebook versus Austrália


Tudo começou quando a Austrália passou uma lei obrigando o Facebook a pagar pelas notícias produzidas pelos editores de notícias do país. Ontem, quarta, o Facebook anuncia que não irá permitir mais links para artigos de notícias na Austrália. Ou seja, os usuários australianos não poderão conectar-se a nenhum artigo de notícia e os editores de notícias não terão permissão para postar no Facebook. Mais ainda, os usuários do Facebook no resto do mundo não poderão ver ou compartilhar os links relacionados com as fontes de notícias da Austrália (via aqui

Muito radical. Mas a Facebook fez a ameaça de retaliação antes da lei ser aprovada. O Google (que hospeda este blog) tinha feito um acordo para fazer pagamentos à News Corp, um agência de notícias da Austrália, em troca das notícias. A Microsoft também parece ter concordado. 

O Facebook diz que a lei penaliza a empresa: os usuários e editores tomaram livremente a decisão de postar artigos na rede social. 

O mercado australiano é reduzido, assim como as postagens de notícias no Facebook da Austrália. A questão é mais ampla: como ficaria se todos os países começassem a aprovar leis deste tipo? Discussão boa aqui.

Cartoon aqui

Rir é o melhor remédio


 Procrastinação