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11 fevereiro 2021

Educação: antiguidade é posto


Das 100 melhores faculdades dos EUA, apenas 7 foram fundadas nos últimos 100 anos e nenhuma foi fundada nos últimos 50 anos. Isso contrasta com as 100 maiores empresas, onde 64 foram fundadas nos últimos 100 anos. As 100 melhores faculdades do US News and World Report Rankings. 

Os 5 mais recentes nas 100 melhores faculdades dos EUA são: 

Universidade da Califórnia em San Diego - 1960

Universidade Brandeis - 1948

Claremont McKenna College - 1946

Scripps College - 1926

Universidade de Miami - 1925

Fonte: aqui

Obviamente que isto não se aplica ao Brasil, onde o ensino superior é bem mais recente. Aqui a relação de universidade antigas no mundo, sendo a de Bolonha a mais antiga (imagem).

Mas não somente isto: 

Como Cambridge e Oxford garantiram monopólios? 

No ano de 1500, mais de 100 universidades foram fundadas na Europa. Mas entre os anos 1300 e 1820, nenhuma nova universidade foi estabelecida na Inglaterra. 

Nenhum. 

Zero. 

 Em 1320, Oxford e Cambridge alavancaram seu sucesso inicial para fazer uma petição ao rei Eduardo III para bloquear a formação de novas universidades na Inglaterra. Ao mesmo tempo, eles incentivaram os ex-alunos a não darem palestras fora dos dois campi. Com a política em vigor, as duas universidades garantiram uma vantagem inicial de 500 anos, onde construíram reputações e redes de influência na Inglaterra

Princípio de Planck


O Princípio de Planck, que homenageia o cientista de mesmo nome, afirma que uma mudança na ciência acontece quando os velhos cientistas morrem. Uma nova verdade não irá mudar a mente dos atuais cientistas. Mas os jovens, acostumados a esta nova ideia, irão substituir os antigos e promover a mudança. 

Assim, o progresso da ciência ocorre não pelo convencimento das pessoas. Raramente "Saulo se torna Paulo", lembrando de São Paulo, que foi convertido ao cristianismo (a nova ideia). Ou como lembra a wikipedia: a ciência avança a cada funeral. 

Isto ocorreu na contabilidade? Provavelmente a renovação promovida nos anos 60/70 na Universidade de São Paulo contou com o vácuo de pesquisadores com influência italiana. A renovação quantitativa nos Estados Unidos foi acompanhada desta renovação. Lembro também do impacto da renovação provocada pelo professor Corrar, em métodos quantitativos no Brasil, quando incorporou novas ideias de pesquisa, na pós-graduação brasileira. 

Foto: aqui

Pergunta de antigamente

Algumas profissões, como a contabilidade, obrigam o uso dos óculos?

Sim, mas não é porque a vista enfraqueça mais depressa em certas condições que em outras. Um contador que tem os olhos normais não tem vista pior que um agricultor da mesma idade. Apenas um olha os números a trinta centímetros de seu nariz, ao passo que outro olha o horizonte. A partir dos 45 anos, quer o confessemos quer não, necessitamos usar óculos se queremos ler o dia inteiro. 

(Fabienne Cousin, Tudo sobre olhos, A Cigarra, 1960, n.1)


 

10 fevereiro 2021

Faz sentido uma empresa investir em Bitcoin?


Recentemente, a MicroStrategy apurou um resultado bem interessante por conta do seu investimento em Bitcoin. O preço da moeda subiu bastante quando Musk aparentemente anunciou que também estaria apostando na moeda digital. O RBC especulou se a Apple não seria a próxima a aplicar recursos na moeda.

Há três problemas na decisão de uma empresa investir no Bitcoin. O primeiro é que trata-se de um investimento com elevado risco. Talvez o risco seja menor agora, mas ainda é alto e isto irá contagiar o resultado da própria empresa. O acionista da Apple talvez não seja um fã da emoção; mas, se a empresa realmente optar em aplicar recursos na moeda digital, o seu resultado poderá sofrer fortes variações.

A segunda razão decorre do fato da moeda ser considerada, sob as regras contábeis dos Estados Unidos, um ativo de "vida indefinida", devendo ser avaliado periodicamente. E isto explicaria o aumento na volatilidade do resultado.

Finalmente, caso uma empresa tenha dinheiro sobrando, seria muito mais interessante distribuir dividendos. Deixe que o acionista faça a diversificação, comprando (ou não) a moeda digital. Uma empresa que não tem projeto de investimento para os recursos em caixa deveria distribuir dividendos. Parece simples, não é?

Imagem aqui

Aramco e a evidenciação da emissão de carbono


A maior empresa de petróleo do mundo, a estatal Aramco, da Arábia Saudita, tem sido questionada sobre suas informações divulgadas. Em especial, referente a questão da emissão gerada pela atividade de refino de petróleo. A divulgação da empresa não inclui todas as emissões, segundo a Bloomberg, e estão restritas àquelas que ocorreram dentro da Arábia Saudita.

Isto reduz substancialmente os números de emissões, já que não inclui as joint-ventures e as refinarias de propriedade da empresa em outros países do mundo. Se isto fosse divulgado, o volume emitido estaria perto daquele divulgado pela Exxon. Como a Exxon processa cerca de um terço do que é feito pela Aramco, o volume de emissão da empresa saudita continua baixo, mas não tão baixo quanto divulgado. 

Dado a atual preocupação atual com a emissão de poluentes, a subestimação pode ser um problema para a empresa, caso deseje expandir sua venda de ações. Recentemente, a empresa vendeu uma pequena parcela do seu capital. Embora grande parte dos compradores seja saudita, uma maior abertura do capital deverá demandar melhores informações.  

Imagem: aqui

Relação custo-benefício

Segundo um levantamento (via aqui), a legislação contra lavagem de dinheiro consegue interceptar 3 bilhões de dólares por ano de um total estimado de recursos de 3 trilhões. Ou seja, uma taxa de sucesso de 0,1%. O custo estimado para bancos e outras empresas é de 300 bilhões, incluindo os custos de conformidade. Ou, 100 vezes o montante recuperado. 

Se as autoridades recuperam cerca de US$ 3 bilhões por ano de criminosos, enquanto impõem custos de conformidade de US$ 300 bilhões e penalizam as empresas com outros US$ 8 bilhões por ano, é razoável perguntar se o verdadeiro alvo das leis contra a lavagem de dinheiro são as empresas legítimas e não as empresas criminosas.

Há um elemento faltante nesta análise: sem a legislação, talvez os fundos poderiam ser maiores que os 3 trilhões estimados. Isto deveria ser contemplado nos benefícios. De qualquer forma, os números demandam um questionamento sobre a necessidade das leis deste tipo. (Fonte imagem aqui)