Ativo e despesa. Salário do empregado e bônus do executivo
19 janeiro 2021
18 janeiro 2021
Qualidade da Contabilidade
O que faz a contabilidade ser de boa qualidade? Um possível resposta a seguir:
Em 1939 a Revista Cruzeiro publicou um conto de Bernard Gervaise denominado "O bilhete 77.372". A história é a seguinte: em uma repartição, os funcionários se unem para comprar um bilhete de loteria. O responsável por arrecadar o dinheiro é Martin, o caixa-contador. Com o tempo, as pessoas deixam de comprar sua parcela e Martin termina por assumir a parte da cota do desistente. Até que todos deixam de apostar e o Martin tem que pagar o bilhete.
Um dia, Martin chega ao escritório e anuncia que o bilhete 77.372 tinha vencido o prêmio de 1 milhão de francos. A notícia espalha e vários tentam ficar com uma parte da sorte de Martin.
Nesta occasião, ai!, a conducta de Martin, o caixa-contador, foi motivo de grande assombro para todos aqueles que julgavam conhecer a fundo o caracter desse excellente companheiro. O que se viu foi elle rechassar com igual firmeza todas as solicitações, inclusive a da encantadora dactylographa.
Martin solicita uma entrevista com o patrão. Na entrevista, Martin supreende e afirma que irá reembolsar seu chefe. O chefe fica pasmo, pois Martin não lhe devia nenhum dinheiro.
- Mas ... o senhor me deve alguma coisa?
- Sim, senhor; devo-lhe uma centena de milhar de francos, pouco mais ou menos
O patrão cravou um olhar inquieto no seu fiel collaborador.
- O senhor está louco, meu caro amigo - lhe disse - Esta sorte inesperada transtornou-lhe a cabeça... Cem mil francos! Donde os teria tirado?
- Da caixa, meu caro senhor, da caixa - respondeu Martin serenamente
O senho Mercerelle esteve a ponto de estourar.
- O senhor tirou cem mil francos da caixa do meu estabelecimento? O senhor?
- Oh! Não de uma só vez, é claro. Aos poucos fui retirando o dinheiro. Em dez annos consegui arrancar essa quantia. Foi uma media de dez mil francos por anno.
- E eu que nada percebera de anormal! - gemeu o patrão.
- Isso demonstra, senhor, que minha contabilidade foi executada com perceição. A característica de uma contabilidade bem feita é que ninguem pode entende-la, salvo o seu executor, e ainda assim ! ...
Cliente tem sempre razão?
Um texto da Food and Wine discute os direitos dos clientes em restaurantes e seus efeitos sobre o trabalho no setor de hospitalidade. O texto, de Khushbu Shah, apresenta uma série de exemplos onde os direitos dos clientes fizeram com que o trabalho ficasse insuportável.
A pandemia COVID-19 devastou a indústria , dizimou salários e deixou restaurantes em uma espiral de fechamentos, reaberturas e diretrizes em constante mudança, ao mesmo tempo que expôs os trabalhadores a riscos à saúde. E não há um fim real, ou assistência governamental, à vista. Para piorar as coisas, os direitos do cliente estão em um nível mais alto, de acordo com os vários servidores, maitres, gerentes e proprietários com quem conversei em todo o país.
Os direitos do cliente, ou o que os clientes acreditam que são devidos, há muito tempo são um problema no setor de hospitalidade. Funcionários de restaurantes trocam histórias como veteranos de guerra sobre exigências ridículas, clientes difíceis e gorjetas ruins. Mas a pandemia e o péssimo comportamento do cliente que veio com ela - impaciência em relação aos tempos de espera, xingamentos, frustração com a limitação de lugares e opções de menu e desrespeito aos protocolos de segurança - só serviu para destacar o quão difundido e, francamente, perigoso o problema realmente é.
“Espera-se que forneçamos a eles um serviço completo, mesmo que seja abusivo. Faz-nos sentir que não podemos ter a expectativa de ser tratados como pessoas ”.
Essa questão de direitos está enraizada no ditado popular “O cliente tem sempre razão”, que está no centro da hospitalidade americana. (...)
17 janeiro 2021
Pandemia e Traição
Texto original francês, publicado aqui
Frases
"Acontecimentos especiais são marcados pelo relógio da vida"