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11 janeiro 2021

FSB apoia a divulgação de informação sobre o clima

O Financial Stability Board (FSB, não confundir com o Federal Security Service, a agência de inteligência russa) divulgou, no final de dezembro, uma nota em que incentiva a Fundação IFRS e outras entidades a usar as recomendações do TCFD. 

Em 2015, o FSB criou uma força-tarefa sobre informação relacionada com o clima, com esta sigla. Esta força-tarefa deveria desenvolver recomendações de divulgações voluntárias que fossem relevantes para a decisão dos investidores, credores e seguradoras sobre a questão do clima. As recomendações foram publicadas em 2017 e desde então quase 1700 organizações apoiaram as recomendações. 

O FSB, portanto, acolhe com satisfação a abordagem recomendada pelos curadores da Fundação IFRS de focar inicialmente nos padrões para divulgações financeiras relacionadas ao clima, conforme estabelecido no documento de consulta IFRS de setembro de 2020 sobre relatórios de sustentabilidade. O foco inicial em informações relacionadas ao clima seria apropriado dado o crescente interesse dos investidores no tema para gestão de risco financeiro e a importância da consistência global nas ações que já estão começando a ser tomadas por autoridades nacionais e regionais para desenvolver requisitos e orientações nesta área.

(...) O FSB incentiva fortemente a Fundação IFRS a desenvolver o trabalho do TCFD, usando as recomendações do TCFD como base para normas para divulgações financeiras relacionadas ao clima. As recomendações do TCFD estabelecem uma estrutura abrangente que foi desenvolvida por, e responde diretamente às necessidades dos, usuários e preparadores de registros financeiros em uma variedade de setores financeiros e não financeiros em todo o mundo. As recomendações do TCFD atraíram amplo apoio de usuários e preparadores.

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SEC multa por falha na divulgação dos efeitos da pandemia


A entidade que fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos multou a Cheesecake Factory em 125 mil dólares. Dois aspectos importantes sobre esta notícia.

Em primeiro lugar, trata-se de um dos primeiros casos onde o regulador multa uma empresa por cometer falhas na divulgação dos impactos causados pelo Covid nas operações. A multa somente não foi maior, pois a empresa cooperou com a investigação. Mas foi a primeira vez que a SEC pune uma empresa com ações negociadas na bolsa em razão da pandemia. Pela notícia, a Cheesecake Factory tinha afirmado que estava operando de maneira sustentável, embora estivesse com dificuldades e perdendo 6 milhões de dólares por semana, com um saldo de somente 16 semanas. 

O segundo motivo? A Cheesecake Factory era a cadeia de restaurante onde a Penny, do The Big Bang Theory, trabalhava, no início da série (foto). 

Rir é o melhor remédio

 

Usando o cérebro para melhorar?

10 janeiro 2021

APB 4 e Normas Internacionais de Contabilidade


Na década de 60 estava claro que a associação profissional de contadores dos Estados Unidos não tinha condições de manter um nível de emissão de normas compatível com a necessidade do mercado de capitais daquele país. No ano de 1970, o APB (Accounting Principles Board) fez um esforço e divulgou um documento que correspondia a uma espécie de estrutura conceitual, batizado de APB 4. 

Com um pouco mais de 100 páginas, nove capítulos e 219 parágrafos, o APB 4 não teve uma grande influência sobre os desenvolvimentos futuros da contabilidade. Mas veja o que é possível ler no parágrafo 218 do documento (o penúltimo)

218. Considerable interest has been shown in international accounting standards or "international generally accepted accounting principles." Prerequisite to the development of accounting standards on an international scale is not only knowledge of accounting practices and principles in various countries but also some attempts on the part of the accounting profession of each country to formalize and codify the accounting practices used in the country.

Uma visão que antecedeu a criação do Iasc, que sempre contou com a participação ativa dos estadunidenses. 

Tentativa de bloquear do Sci-Hub

 


Do Ciência Aberta:

Em poucas palavras, Elsevier, Wiley e a American Chemical Society (ACS) decidiram que o meio da pandemia de Covid-19 é o momento acertado para entrar com uma ação para bloquear o Sci-Hub num país pobre e vulnerável. E, ao que tudo indica, também pressionaram e conseguiram que o Twitter bloqueie a conta do site – Twitter que, por sinal, cedeu sem titubear. 

O agravante da pandemia vem em vários sentidos pois: cientistas precisam de acesso à literatura mais do que nunca para lidar com o problema; médicos nem se fala, e a maioria das instituições de saúde não tem como pagar acesso; muitos pesquisadores estão em home-office, de forma que mesmo quem teria acesso pela universidade está com esse acesso dificultado, se não impossibilitado; grandes números de grupos cidadãos mobilizados para contribuir aos esforços científicos dependem do Sci-Hub; para não falar de cidadãos buscando se manterem informados e melhor combater falsidades. 

E não venham falar que alguns periódicos tem liberado acesso à literatura sobre Covid, isso é uma grande cortina de fumaça, o acesso liberado não dá conta de nem 1% da literatura relevante, como aponta bem Peter Murray Rust neste texto.  

Incongruência e vergonha para a comunidade científica.

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