Qual o débito? Qual o crédito?
20 dezembro 2020
19 dezembro 2020
Aumento do poder do PCAOB
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou um lei que foi considerada, pela imprensa, contrária aos interesses das empresas chinesas com ações nas bolsas dos EUA. Segundo a lei, empresas estrangeiras que não cumprirem os padrões de auditoria dos EUA serão impedidas de serem listadas no mercado acionário.
Padrões ambientais
18 dezembro 2020
Clima e Contabilidade
Duas notícias de novembro relacionam a questão do clima com a contabilidade. A primeira é a junção anunciada entre o International Integrated Reporting Council (IIRC) e o Sustainability Accounting Standards Board (SASB). Será criada a Value Reporting Foundation, cuja finalidade é ajudar as empresas nos relatórios corporativos abrangentes. A nova entidade irá promover o uso dos padrões do IIRC e do SASB. O número de padrões é elevado e há um desejo de reduzir um sistema alinhado em todo o mundo.
A segunda notícia é que a Fundação IFRS publicou um documento onde mostra "que os requisitos IFRS existentes exigem que as empresas considerem questões relacionadas ao clima quando seu efeito é relevante para as demonstrações financeiras". Nesta publicação há exemplos de normas IFRS que tratam do assunto.
(Imagem aqui)
Proficiência em inglês
A língua inglesa é cada vez mais útil e necessária. Como linguagem dos negócios, saber inglês deixou de ser uma vantagem comparativa e passou para condição de requisito essencial. Todo ano, o grupo de escola de inglês EF divulga o resultado da proficiência em inglês por país. Baseado no teste realizado pela escola (que é gratuito), é um bom sinalizador dos países com melhor escore nesta área.
O ranking de 2020 está abaixo:
Em 100 países, o Brasil está na metade (53o.), mas com uma classificação considerada "baixa". Holanda e países nórdicos são destaque. No relato, a EF destaca uma melhoria da América Latina.
Desafios da implantação da IFRS 17
É de conhecimento de todos os efeitos da pandemia nas empresas. Nesta crise sanitária, as entidades reguladores foram tímidas nas medidas relacionadas com o Covid. No Iasb, a exceção de um ponto relacionado com o arrendamento, as normas continuaram com seu cronograma. Na realidade, percebemos que a entidade continua ávida de novas normas, agora buscando cobrir também a questão ambiental, social e de governança. O texto a seguir mostra os desafios da implantação da IFRS 17 em Portugal e mostra os desafios enfrentados pelas empresas:
O surgimento da pandemia há nove meses veio impor uma rápida resposta das organizações para necessidades imediatas operacionais o que, aliado à decisão do IASB de diferir a data de entrada em vigor da IFRS 17, incluindo a extensão da exceção temporária da IFRS 9, veio desfocar algumas empresas dos planos para implementação daquelas normas.
A Covid-19 teve e está a ter, naturalmente, impacto nos recursos e calendários dos programas de implementação:
– A exigência acrescida como resposta à crise pandémica para os recursos já escassos, como contabilistas e atuários, pode ter realocado recursos da IFRS 17 a outros projetos;
– Os sistemas de TI necessitaram de ser atualizados para apoiar o trabalho remoto;
– Pode ter sido necessário desviar recursos de TI e CPU do sistema, armazenamento e capacidade de rede, inicialmente reservados para os projetos IFRS 17 e IFRS 9, para outras iniciativas mais urgentes para mitigar as consequências da Covid-19;
– As restrições de reuniões presenciais podem ter um impacto na necessidade de acesso mais fácil a fornecedores nestes projetos, podendo reduzir a eficiência das operações do dia a dia;
– As posições financeiras e de solvência das empresas foram stressadas, o que coloca pressão sobre os custos e sobre a alocação de orçamentos para a implementação da IFRS 17 e da IFRS 9;
– Alguns reguladores interromperam as consultas sobre o desenvolvimento dos planos de implementação das novas normas contabilísticas, retirando pressão.
O surto de Covid-19 aumentou significativamente a necessidade e a importância das técnicas de projeto ágil para garantir que se possa continuar a progredir conforme planeado e de rever frequentemente o plano geral de implementação à medida que a situação de pandemia evolui.
O estágio de preparação para a entrada em vigor das novas normas contabilísticas das empresas de seguros em Portugal é muito heterogéneo.
Aquelas que já tinham os seus planos de implementação em cursos estão a usar o tempo adicional para planear mais desenvolvimentos dos sistemas, testes, preparação de dados, execuções paralelas e formações dos utilizadores.
No entanto, para as seguradoras que ainda não iniciaram seus programas de implementação, ou que estão num estágio ainda inicial, o nosso conselho é que devem iniciar ou acelerar os projetos, sem demora, devido à complexidade da mudança necessária. É essencial que haja tempo necessário para realizar testes e execuções paralelas, assim como construir controlos suficientes sobre o processo de reporte financeiro IFRS end-to-end, e para partilhar atualizações e envolver os stakeholders chave (incluindo reguladores, auditores e analistas) sobre próximos passos e possíveis impactos.
À porta de 2021, muitas empresas estão ainda no processo de contratação dos fornecedores tecnológicos, seja para a componente atuarial, contabilística ou intermédia. Ainda que algumas empresas tenham levado a cabo as análises de avaliação de impacto financeiro da adoção das normas, ou planeiem ainda fazê-lo, o verdadeiro impacto só será conhecido depois das peças tecnológicas estarem implementadas e a produzir números e as decisões contabilísticas, em particular para a transição, estejam tomadas.
É premente um enfoque nos planos de trabalho, o seu ajustamento face ao impacto da pandemia e, nalguns casos, a aceleração dos programas, para garantir uma transição sem sobressaltos num contexto de mercado tão incerto.