04 dezembro 2020
Rir é o melhor remédio
03 dezembro 2020
Sobre a questão da previsão
A recente eleição do presidente dos Estados Unidos trouxe uma discussão sobre as pesquisas eleitorais. A vitória de Biden parecia bem mais fácil nas pesquisas do que foi na prática. Na eleição passada, as pesquisas tinham apostado em Clinton, mas Trump venceu.
Entre as discussões, um texto trouxe alguns considerações interessantes:
Uma previsão cuidadosamente construída é (muito provavelmente) melhor do que a alternativa. Ou, para citar uma frase de Bill James que Andrew usou, “A alternativa para boas estatísticas não é nenhuma estatística, são estatísticas ruins”.
O que aconteceria se não houvesse previsões profissionais de grupos como a equipe do Economist ou analistas profissionais como Nate Silver? (...) Ou talvez eles questionem ansiosamente amigos e vizinhos (na verdade, provavelmente há algumas informações valiosas lá , mas apenas se agregarmos as pessoas!), Ou extrapolem a partir da atenção dada aos candidatos na televisão pública, ou quantos sinais eles veem em pátios ou janelas próximos , ou examinar folhas de chá, observar entranhas de animais mortos, etc.
Uma alternativa que já existe são os mercados de previsão. Mas é difícil argumentar que eles são mais precisos do que uma previsão cuidadosamente construída [isto é controverso]. (...)
Imagem aqui
Como um classificado revelou que a empresa não estava bem
Em fevereiro deste ano, antes da pandemia, nós postamos sobre a proposta da empresa Quibi. A empresa foi fundada em 2018 e tinha no comando Jeffrey Katzenberg (produtor de Aladin, Rei Leão e outros) e Meg Whitman (ex-CEO da HP). Seu objetivo era produzir filmes de curta duração, 10 minutos cada, com grandes estrelas de Hollywood (Spielberg, Zac Efron e outros).
Parecia que tinha tudo para dar certo. Mas alguns meses depois do lançamento, a empresa fechou. Qual a razão? Problemas sérios de marketing e com o desenho do produto. Por exemplo, os filmes produzidos não podiam ser vistos nos computadores e TV, somente no celular. Havia a concorrência do YouTube, que é gratuito e possui um catalogo enorme. E gastos fora de controle: 6 milhões de dólares para Reese Whiterspoon narrar um programa de animais. Outro exemplo: uma série com Laurence Fishburne e Stephan James, custou US $ 15 milhões por 15 episódios de 10 minutos cada; um episódio de Stranger Things, da Netflix, custa no máximo 8 milhões, mas com 45 minutos de duração.
Neste história recente, um caso bem "interessante". Os funcionários ficaram sabendo que a empresa não estava bem graças a um anúncio de classificados. (Veja como uma informação, aparentemente fora do contexto, pode ser reveladora)
Whitman, a CEO, mudou para Los Angeles depois de ter sido recrutada por Katzenberg. Logo após o lançamento do Quibi, Whitman discursou para sua equipe sobre uma reformulação do produto. Ao mesmo tempo, em agosto, Whitman colocou sua casa à venda. Mas o anúncio do fechamento da empresa só ocorreu em outubro.
Contabilidade? - Lidamos com informação e esta pode surgir dos mais diferentes lugares. Ao anunciar, discretamente, a venda da sua casa, Whitman indicou que a empresa Quibi não tinha futuro.
02 dezembro 2020
Coisas que aprendi remando
Há três anos resolvi praticar um esporte diferente: o remo. A pandemia afastou da atividade, mas sempre pensei em postar sobre as coisas que aprendi remando.
1. Remo é fácil - Eu lembro que há muitos anos tive vontade de aprender tênis. Fui conversar com um professor e ele disse: em seis meses você estará trocando bola. Achei muito longo e complicado, apesar de ser, até certo ponto, verdadeiro. O remo é um esporte fácil de aprender e praticar. Um neófito conseguirá aprender os movimentos em menos de uma hora. Depois disto, é só entrar em um barco e aproveitar.
2. Remo é um esporte para panturrilha e abdômen - Esta talvez seja a maior surpresa para aqueles que nunca fizeram este esporte. As pessoas pensam que um remador precisar ter braços fortes. Mas o local onde o remador senta no barco é móvel e isto faz com que os músculos mais exigidos sejam a batata da perna e o abdômen.
3. Existem dois tipos de remadores - A melhor classificação de remador é aquela que separa os praticantes em dois grupos: aqueles que nunca viraram seu barco e os que já viraram. Basta um descuido ou um vento mais forte para você sair do primeiro grupo. No meu caso, aconteceu no dia que estava mudando para um barco mais leve e o tempo mudou. É bastante vergonhoso chegar todo molhado.
4. Você pratica o esporte com o tênis desamarrado - Uma das regras de segurança é que você deve subir no barco com o tênis desamarrado. O remador tem os pés presos ao barco e caso "a canoa virar", o remador não fica preso ao barco. É uma medida de segurança.
5. Quanto mais fino o barco, mais rápido e mais instável - Os iniciantes geralmente apreendem o equilíbrio com barcos mais largos. À medida que praticam a atividade, vão evoluindo para barcos mais estreitos. Estes barcos são rápidos, mas também são mais instáveis, exigindo maior equilíbrio.
6. Você anda de ré - Remar é como andar de carro de marcha ré. Isto significa que você não está olhando para onde está indo, sendo necessário ter um certo senso de localização. Os iniciantes tendem a virar muito a cabeça, tentando ver se o barco está indo em linha reta. Por conta disto, eventualmente há acidentes como: tocar o barco na margem (ou em uma ilha), passar perto de outro barco, remar de forma sinuosa, etc.
7. O remo pode ser praticado coletivamente - O normal é a prática do remo individual, mas existem possibilidades de praticar o esporte com mais pessoas. O mais divertido, na minha opinião, é a canoa havaiana, com 12 ou mais pessoas.
8. Não é um esporte caro - Em um clube de remo, você paga a mensalidade e pode usar os barcos. No clube que praticava, isto dava direito a usar o equipamento a qualquer hora do dia, entre seis da manhã até as seis da tarde, sem limite de horário. Não há um "exigência" de um roupa específica (pode ser interessante, mas não é fundamental).
9. Remadores detestam usar coletes - Remadores são propensos ao risco. Não gostam de usar coletes - acham que atrapalham os movimentos. Eu sempre usei: mesmo sabendo nadar, o colete pode ser sua salvação em caso de passar mal durante a atividade. É interessante que, por diversas vezes, pessoas perguntavam se eu sabia nadar. Por estar usando meu colete.
10. Velocidade do vento - A velocidade do vento pode determinar a qualidade da pratica do remo. Quando a velocidade é baixa, a água fica calma e é bastante tranquilo remar. Se estiver ventando muito, a água fica turva, aumentando o risco do barco virar. Geralmente o serviço de meteorologia divulga esta informação.
11. Saindo contra o vento - O ideal é sair para remar na direção contrária ao vento. É aplicação prática do ditado: "para baixo todo santo ajuda". Quando você estiver voltando, é bastante provável que o vento esteja favorável; você está mais cansado, o vento a favor vai ajudar.
12. Remar é relaxante - Além da atividade física, o remo é bastante relaxante. Se você fizer a atividade em um lago, por exemplo, enquanto pratica o esporte, poderá contemplar a natureza. Quantas vezes estava remando e pensando em um dia escrever um texto sobre as coisas que aprendi remando...
(Foto: Célio Dias, atleta. Professor de remo do clube onde aprendi remo)
Podcast Ciência Aberta
O podcast Ciência Aberta foi um dos mais ouvidos no Spotify, categoria Science, este ano. É uma grande conquista da ideia da professora Dra. Ducineli Regis Botelho. Criado na metade do ano, em plena pandemia, o podcast tem uma estrutura bem interessante. Um ou dois alunos de graduação leem uma dissertação ou tese. A partir da leitura, elaboram questões para o aluno e seu orientador. Estas perguntas são respondidas como se fosse um bate papo.
Como as questões são apresentadas pelos alunos, há uma curiosidade natural no diálogo que se estabelece entre entrevistadores, discente da pós-graduação e orientador. Alguns dos episódios duraram quase uma hora e meia; outros ficaram mais curtos. Talvez exista aí uma fase natural de consolidação do podcast.
Até o Ciência Aberta, eu confesso que não tinha escutado nenhum podcast. Depois da iniciativa da Ducineli, isto pareceu ser algo natural; uma atividade que pode ser feita enquanto você caminha ou está lavando os pratos sujos. Você pode encontrar os episódios em diversos serviços de podcast.
(Folder com a imagem da minha participação com a Mariana Bonfim)