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24 novembro 2020

Abertura de capital da Corpel


A notícia não despertaria interesse se o Grupo Cortel não operasse cemitérios, crematórios e funerárias. O Grupo pediu aval para realizar uma oferta inicial de ações (IPO). Eles atuam em quatro estados do Brasil e possuem "10 cemitérios em seu portfólio, também atuando em diversos outros “produtos e serviços atrelados ao luto”, segundo o prospecto preliminar da operação.". 

Nos nove primeiros meses de 2020, o grupo teve receita líquida de R$ 75,9 milhões, ante R$ 55,4 milhões no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido foi R$ 21,5 milhões, em comparação com R$ 9,1 milhões de reais na mesma etapa de 2019. 

A empresa planeja expandir suas operações com a aquisição de ativos “em regiões com baixo atendimento profissional de cemitérios e serviços funerários”, mas que possuam população acima de 500 mil habitantes e com PIB per capita acima da média do país. 

(...) Segundo a companhia, se por um lado a epidemia de Covid-19 tem limitado “o tempo do cerimonial fúnebre” para duas horas, podendo “afetar os serviços de maior valor agregado durante este período de isolamento social”, por outro “alguns empreendimentos, já apresentam aumento de demanda e consequentemente aumento em suas receitas”, afirmou a Cortel no prospecto. 

“A expectativa da companhia é que haja um aumento de demanda nos próximos meses em virtude das mortes por Covid-19”, acrescentou a companhia.

Unicórnio

 Unicórnio são empresas novas, com elevado valor. O gráfico mostra os unicórnios mais valiosos em 2020, com a presença de uma empresa brasileira:



Rir é o melhor remédio

 


23 novembro 2020

Contabilidade da Cannabis


A contabilidade pode ser aplicada a qualquer negócio: empresa comercial, uma indústria, o governo, um bordel, aos negócios particulares e em negócios esdrúxulos. Daniel Hood escreve um artigo sobre a dificuldade de ser contador de uma empresa de cannabis nos Estados Unidos. Já discutimos isto aqui, com o caso do Canadá.

A contabilidade para empresa de cannabis é um nicho de mercado interessante. Nos Estados Unidos, alguns estados liberaram a produção e comercialização - sob determinadas restrições - do produto. Durante a pandemia, tudo leva a crer que cresceu o consumo do produto. O consumo do produto parece que resistiu à recessão, embora o abastecimento do mercado ilegal parece ter se aproveitado mais. 

Entretanto, há alguns problemas. Hood lembra que o setor possui um grande problema no acesso aos canais bancários normais: as instituições financeiras estão sob regulamentação do governo federal, que ainda não "legalizou" o negócio. Assim, as transações são basicamente em moeda corrente. E isto traz alguns problemas: roubo, extravio, dificuldade de pagamento de folha e a própria contabilidade. 

Consultoria profissional sobre como administrar um negócio somente em dinheiro é, portanto, crítico para as empresas de cannabis

E auditoria. E uma legislação confusa, onde a ausência de leis federais cria uma série de problemas para as empresas. Em alguns estados, as leis são de responsabilidade dos municípios. E cada localidade tem suas regras. Os softwares específicos possuem bugs e não existe pessoal especializado. 

Pesquisa sobre Covid

 Toda madrugada de segunda, o NBER posta as pesquisas semanais. Algo em torno de 30 pesquisas de excelente nível estão disponibilizadas, antes de serem publicadas nos principais periódicos do mundo. Nesta segunda, chama à atenção (pelo título e resumo) as seguintes pesquisas:

The Value of a Cure: An Asset Pricing Perspective - Viral V. Acharya, Timothy Johnson, Suresh Sundaresan & Steven Zheng procuram determinar o valor da cura de uma vacina para combater o Covid. Usando o preço das ações e as notícias do avanço do estágio de vacinas, os autores fizeram um modelo para precificar os ativos e estimar os ganhos para a economia. Além do valor da cura, a vacina poderia resolver a incerteza decorrente da doença. 

Why Is All COVID-19 News Bad News? Bruce Sacerdote, Ranjan Sehgal & Molly Cook analisam se as notícias sobre o Covid-19, desde janeiro de 2020, são negativas ou positivas. Nos Estados Unidos, 91% das notícias são negativas, versus 54% de fontes fora dos EUA e 65% dos periódicos científicos. A negatividade da imprensa não reage com a mudança de novos casos ou tendências políticas. Parte do resultado é explicada pela preferência dos leitores dos EUA, que preferem notícias negativas: histórias de casos crescentes superam as histórias de casos decrescentes por um fator de 5,5. 

Revenge of the Experts: Will Covid-19 Renew or Diminish Public Trust in Science? - Barry Eichengreen, Cevat Giray Aksoy & Orkun Saka verificaram se epidemias anteriores afetaram a confiança na ciência e nos cientistas. Usando a “hipótese dos anos impressionáveis”, de que as atitudes são formadas de maneira duradoura durante as idades de 18 a 25, os pesquisadores descobriram que isto reduz a confiança nos cientistas e nos benefícios do seu trabalho. E isto é maior nas pessoas com pouco treinamento prévios em ciências. Isto pode afetar, por exemplo, a confiança nas vacinas.

Imagem: aqui

22 novembro 2020

Contabilidade e desenvolvimento econômico


 Os contadores podem dar uma contribuição significativa para a economia nos níveis local, nacional e global, de acordo com um novo relatório da Federação Internacional de Contadores.

Para o relatório , o IFAC se associou ao Center for Economics and Business Research (Cebr), uma consultoria econômica. Em cada medida revisada, a pesquisa encontrou um maior número de contadores correlacionados a um melhor desempenho econômico. Além disso, os contadores que são membros das organizações contábeis profissionais membros da IFAC se correlacionam com um desempenho ainda mais forte nos indicadores econômicos.

Fonte: aqui. Imagem daqui

Aqui no Brasil temos a pesquisa "Onde estão os profissionais contábeis no Brasil" mostrou que quanto maior o IDH, maior a presença de contadores. (vide aqui também)

21 novembro 2020

Estado da Califórnia multa a KPMG


Ainda com respeito ao escândalo da KPMG, que tentou melhorar a qualidade das suas auditorias através da "contratação" de funcionários do PCAOB, o estado da Califórnia multou a empresa de auditoria. 

O motivo foi o fato do estado ter licenciado CPAs. O procurador-geral do estado aplicaram uma multa disciplinar contra a empresa. Durante a investigação da SEC, a KPMG admitiu que muitos dos seus CPA trapacearam no exame de educação continuada interno, colando respostas e manipulando a pontuação do exame. 

Segundo o procurador-geral:

“As auditorias de empresas públicas são particularmente importantes porque fornecem supervisão das empresas nas quais os americanos dependem para investir seu dinheiro suado em pensões e outros fundos de aposentadoria. Quando empresas como a KPMG optam por trapacear em vez de melhorar as práticas da empresa, isso prejudica todo o sistema. Eles serão responsabilizados. ”

Além da multa, a KPMG será obrigada a dar educação continuada em ética. (Imagem aqui)