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13 novembro 2020

Disney apresenta prejuízo bilionário

Saiu na Exame:

A gigante do entretenimento Disney divulgou resultados anuais na noite de ontem (12/11) [...]. A companhia teve perda de 2,8 bilhões de dólares no ano fiscal de 2020. O resultado é reflexo do impacto da pandemia do novo coronavírus na empresa, que tem como pilares de seu negócio os parques temáticos, o cinema e a transmissão de jogos esportivos. Todas atividades interrompidas pela necessidade de isolamento social. 

No ano fiscal encerrado em 3 de outubro, a receita da Disney com parques temáticos despencou 37%, enquanto o faturamento do setor de filmes caiu 13%. Ainda assim, a receita total teve queda de apenas 6%. A queda mais tímida foi suficiente para animar investidores. Após o balanço, a ação da companhia subia 5,7% no after hours em Nova York. 

O que salvou a companhia foi o streaming. No últimos meses, o Disney + ganhou 16 milhões de assinantes, quase o dobro do esperado por analistas do mercado. Com isso, o serviço tem hoje mais de 73 milhões de assinantes, apenas um ano após seu lançamento. O resultado é que a receita da divisão de negócios direto ao consumidor, que inclui o serviço de streaming Disney +, saltou 81%, chegando a 17 bilhões de dólares no ano fiscal de 2020. 

[...]

Ainda assim, a Disney precisa de seu negócio de parques temáticos para poder respirar aliviada. A companhia teve prejuízo de 710 milhões de dólares em seu quarto trimestre fiscal, ante lucro de 777 milhões de dólares no mesmo período do ano anterior. No ano fiscal, a perda foi de 2,8 bilhões de dólares, ante lucro de 10,4 bilhões de dólares no ano fiscal anterior. Uma reabertura completa só deve ocorrer quando houver uma vacina eficaz contra o novo coronavírus. 

Para se manter até lá, a companhia tem feito mudanças internas importantes, para reforçar suas operações de streaming. Em outubro, anunciou que colocaria redes de TV, estúdio de cinema e divisões que lidam diretamente com o consumidor dentro de um grande grupo chamado Mídia e Entretenimento.

Pandemia como uma questão de informação


Dos textos sobre a pandemia, este apresenta que o problema da pandemia não é de saúde pública, mas é um problema de informação. Isto parece muito estranho, mas ao final da leitura ficamos convencidos dos argumentos apresentados. 

O que precisamos saber é se uma pessoa pode colocar em risco a saúde das demais. Sabendo disto, podemos isolar esta pessoa, até sua cura, evitando a propagação do vírus. Em outras palavras, precisamos melhorar a nossa informação se alguém é infeccioso. Os testes usados, especialmente o PCR, são caros e demoram para sair o resultado. 

Essas desvantagens levaram um número crescente de especialistas em pandemia (como Michael Mina de Harvard, Carl Bergstrom da Universidade de Washington e Eric Topel de Stanford) a defender testes de antígenos que custam apenas US $ 1 a US $ 5 por pessoa e retornam os resultados em cinco minutos . Em vez de procurar fragmentos de RNA, esses testes buscam indicadores de que o vírus se infiltrou nas células. No entanto, os fabricantes de testes rápidos de antígenos têm dificuldade em obter aprovação regulamentar para eles. Os reguladores querem aprovar testes que possam dizer com precisão se alguém está infectado, para que os médicos possam confiar neles para prescrever o tratamento médico.

Mas o problema de informação que enfrentamos é diferente: queremos identificar pessoas infecciosas (em vez de infectadas) para que aquelas que podem espalhar o vírus possam evitar outras. E queremos fazer isso o mais cedo possível. O problema é que alguém pode ser infeccioso antes de apresentar os sintomas, o que geralmente leva as pessoas a fazerem um teste de PCR.

Enquadrar o problema como encontrar pessoas quando estão infectadas pode mudar o padrão pelo qual os reguladores julgam um teste. Uma pessoa é infecciosa quando tem uma grande carga viral presente. Mas o teste de PCR também identifica as pessoas como positivas quando têm uma carga viral baixa. (...)

Assim, com o teste rápido poderia ser usado em lugar de "medir" a temperatura das pessoas que estão entrando em um restaurante, clube ou local de trabalho. 

O autor do texto é Joshua Gans, que está lançando o livro The Pandemic Information Gap: The Brutal Economics of Covid-19 pela MIT Press. 

Contabilidade? - Há muito o que aprender com a pandemia e aplicar na contabilidade. As técnicas de rastreamento da doença possuem uma analogia óbvia com alguns dos principais problemas contábeis, como a questão do crédito de liquidação duvidosa. 

Uber e o comportamento humano

 


Nos últimos anos, os pesquisadores estão usando um grande número de dados para tentar entender o comportamento humano. Em lugar de partir de uma teoria e tentar provar na prática o que está ocorrendo, os pesquisadores fazem o caminho inverso: juntam os dados, analisam, descobrem fatos e buscam a teoria para justificar a realidade. 

Muitas pessoas acreditam que o caminho mais adequado é o primeiro. Ou seja, temos que ter uma teoria antes de começar uma investigação. Isto é uma grande besteira. Algumas das grandes descobertas científicas utilizaram o segundo caminho. Por exemplo, o entendimento sobre o efeito da vitamina C como paliativo do escorbuto, que atormentava as tripulações dos barcos no passado, só foi possível usando o segundo método. Outro exemplo? O uso da penicilina no tratamento médico. 

Este tipo de abordagem é cada vez mais comum nas ciências humanas e nas ciências sociais aplicadas. E tem sido usado em finanças comportamentais também. Usando um grande número de dados, os pesquisadores estão fazendo descobertas. Muitas vezes não conseguem uma explicação razoável para os achados, mas isto não impede que tenhamos um melhor entendimento sobre o comportamento humano. As grandes empresas de dados, como Google, Facebook, Netflix ou Uber, perceberam que precisavam deste tipo de pesquisa. E tinham as informações disponíveis. Muitos pesquisadores notaram a riqueza que desta informação e começaram a usar os dados na pesquisa. 

Veja o caso do Uber. São milhões de motoristas em todo mundo, cada um fazendo um grande número de viagens e tudo isto registrado nos computadores da empresa. Com base nesta informação, a empresa contratou um pesquisador, John List, que fez algumas descobertas interessantes. Eis algumas delas:

** Quando um cliente tem uma experiência ruim com a empresa, a melhor forma de reter o cliente é pedindo desculpas e mostrando que a empresa foi punida pela incompetência. Esta punição pode ser um bônus para uma próxima viagem. Esta estratégia reduz a perda de clientes.

** Se o erro se repetir, a estratégia do pedido de desculpas, juntamente com o bônus, deixa de funcionar. 

** A pesquisa descobriu que os motoristas homens ganham 7% a mais, por hora, do que as motoristas. Isto é interessante, já que a expectativa seria de ganhos iguais. Há diversas especulações sobre o motivo deste resultado: as mulheres geralmente trabalham de Uber em horários menos lucrativos e os homens motoristas dirigem mais rápido (2,5% a mais) são duas das explicações. 

** Os clientes do gênero feminino são mais seletivos na gorjeta do que os clientes masculinos. E as motoristas mulheres recebem gorjetas maiores. 

** A regra do primeiro digito da esquerda, muito conhecida no comércio, também vale para a corrida do Uber. Uma redução de preço de $15 para $14,99 gera um impacto parecido com o corte de $15,99 para $15

Figura: aqui

12 novembro 2020

Cerveja Corona Vírus

No início da pandemia nós postamos no blog (aqui, aqui e aqui) que a empresa fabricante da cerveja Corona estava sofrendo um recuo na demanda por conta do nome do vírus. Eis como o mundo é estranho. Uma notícia agora (via ZeroHedge) informa que a demanda aquecida de cerveja está aquecida e que os bebedores não estão se importando com o nome da Corona. Pelo contrário, muitos bebedores estão achando engraçado chamar sua ressaca de “vírus corona”. A tal ponto que em alguns estabelecimentos a cerveja está em falta. 

Para quem interessar, eis o histórico 


Veja que a cotação realmente caiu no início da pandemia. Nos dias atuais, o preço é aproximadamente o mesmo antes da pandemia. 

Novo Chefão do Iasb

 


Depois de dois mandatos de cinco anos, é hora de substituir Hans Hoogervorst no comando do Iasb. O trustees da Fundação IFRS já fizeram a escolha. Trata-se de Andreas Barckow, alemão, professo de contabilidade, presidente da Accounting Standards Committee of Germany. Ao contrário de Hoogervorst, um graduado em história e ex-integrante do governo holandês, Barckow tem uma formação contábil mais sólida. 

O mandato começa em julho de 2021, mas Barckow conhece as engrenagens do Iasb. Antes da notícia, ele participou do ASAF e do IFRS Advisory Council. Mas, também ao contrário do atual chefão, Barckow tem um vínculo com uma Big Four, no caso a Deloitte. Tem doutorado na universidade de Paderborn e é professor honorário no WHU Otto Beisheim School of Management. O processo de escolha envolveu mais de 500 organizações em todo o mundo e considerou mais de 200 candidatos de 29 países diferentes.

Hoogervorst teve um mandato que incluiu um fracassado processo de tentativa de harmonização das normas contábeis. Este processo resultou na mudança das normas de seguros, instrumentos financeiros, reconhecimento de receita e leasing, além de alteração na estrutura conceitual. No entanto, a aproximação com os normatizadores dos Estados Unidos se perdeu. Além disto, o Iasb não conseguiu resolver a dependência de receita das Big Four.