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07 novembro 2020

Profissão Contábil em Portugal


Como residentes em um país colonizado por Portugal, sempre ficamos atento ao que está ocorrendo no país europeu. Uma surpresa em uma artigo de João Barros, para o Jornal Econômico, é saber que a profissão de contabilista foi regulada em 17 de outubro de 1995. Ou seja, recentemente completou 25 anos de regulamentação do exercício da profissão. 

O texto fala em "uma luta de muitas décadas" para obtenção da regulamentação. Eis um trecho interessante:

Num país que se pode orgulhar da primeira escola europeia – e, quiçá, mundial – dedicada exclusivamente ao ensino de matérias comerciais e contabilísticas, a Aula do Comércio, instituída em 1759 pelo Marquês de Pombal, a regulamentação da profissão foi o culminar de um longo processo. Desde os guarda-livros e as obrigações que lhes eram atribuídas na “Carta de Lei” de 1770 ou nos Códigos Comerciais do século XIX, só em 1995, e após vários avanços e recuos, é finalmente formalizada a profissão de Técnico Oficial de Contas, a designação utilizada à altura. 

Já comentamos aqui, entretanto, que Portugal foi um dos últimos países a traduzir a obra de Luca Pacioli. A escola de Pombal é tardia, quando o país já estava atrasado na guerra comercial, sendo um mero entreposto de mercadorias da colônia. Tanto é assim que as partidas dobradas não eram adotadas na contabilidade pública portuguesa. 

Rir é o melhor remédio

 

Mimimalismo

06 novembro 2020

Devemos banir o Monóxido de dihidrogênio?

Uma pergunta no Quora é bem instrutiva: 


Existe algum fato assustador para se saber?  Maria Fernanda Pezzoni Zatti

Em 1997, Nathan Zohner, de 14 anos, apresentou seu projeto de feira de ciências a seus colegas de classe, buscando proibir um produto químico altamente perigoso de seu uso diário. 

O produto químico em questão? Monóxido de dihidrogênio. 



 Ao longo de sua apresentação, Zohner forneceu ao seu público evidências cientificamente corretas de por que esse produto químico deveria ser proibido. 

Ele explicou que o monóxido dihidrogénio: 

  • Pode causar queimaduras graves enquanto está na forma de gás 
  • Corrói e enferruja o metal 
  • Mata inúmeras pessoas anualmente É comumente encontrado em tumores, chuva ácida, etc. 
  • Causa micção excessiva e inchaço se consumido 

Zohner também observou que o produto químico é capaz de matá-lo se você depender dele e sofrer uma abstinência prolongada. 

Ele então perguntou a seus colegas se eles realmente queriam proibir o monóxido dihidrogénio. 

E assim, 43 das 50 crianças presentes votaram pela proibição deste produto químico obviamente inseguro. No entanto ... este produto químico não é normalmente considerado tóxico. 

Na verdade, o monóxido dihidrogénio é simplesmente um nome não convencional para água. 

O experimento de Nathan Zohner não foi uma tentativa legítima de banir a água, mas sim um experimento para obter uma representação de como as pessoas podem ser crédulas. 

Além disso, todos os pontos que Zohner usou para transmitir seu ponto de vista foram 100% factualmente corretos; ele apenas distorceu todas as informações a seu favor, omitindo certos fatos. 

Um jornalista acabou apelidando esse evento de 'Zohnerismo', em que fatos verdadeiros são usados ​​para enganar as pessoas para conclusões falsas. E isso ocorre com muito mais frequência do que você pensa, especialmente quando políticos, jornalistas, etc., usam fatos comprovados para persuadir as pessoas a acreditarem em afirmações falsas. 

O fato de que as pessoas podem enganar e ser enganadas tão facilmente é altamente perturbador.

Contabilidade - Devemos sempre estar atentos para a manipulação dos fatos. Quem está narrando algo tem uma grande tendência a distorcer as informações e omitir pontos relevantes. É papel do preparador ser "neutro" e produzir uma informação "fidedigna". Profissionais como auditor devem entender isto como uma desafio e impedir que este tipo de informação chegue ao usuário. O usuário deve ser cético, assim como o auditor, na análise da informação. 

Mais sobre Zohner pode ser encontrado aqui

Escolas mais antigas do mundo

 Postamos em setembro as universidades com mais de 500 anos de vida. Neste link, a relação de instituição de ensino mais antiga por país, ainda em funcionamento. A mais antiga é a Shishi High School, na China. Uma escola primária fundada em 141 antes de Cristo. Depois, a escola secundária "The King´s School Canterburry", na Inglaterra, criada em 597 depois de Cristo. Eis a relação das escolas mais antigas:

Veja que a relação desmente a postagem que fizemos. Na América do Sul, a Universidade de São Marcos, no Peru, é a mais antiga: 1551. Logo após, São Francisco Xavier, na Bolívia, de 1624. E o Brasil? Surpresa: Academia Militar das Agulhas Negras, de 1792. 

Rir é o melhor remédio

 


05 novembro 2020

Aprendendo (menos) durante a pandemia


Durante a pandemia, as atividades escolares foram transferidas para o acesso remoto. Isto melhorou ou piorou o ensino? Alguns, baseados nas avaliações de alunos de EAD, afirmam que pode ter melhorado. Mas esta não parece ser a impressão de professores com quem converso (a maioria deles, pelo menos). Uma pesquisa com curso de economia, nos Estados Unidos, mostrou que o desempenho foi pior.  

We use standardized end-of-course knowledge assessments to examine student learning during the disruptions induced by the COVID-19 pandemic. Examining seven economics courses taught at four US R1 institutions, we find that students performed substantially worse, on average, in Spring 2020 when compared to Spring or Fall 2019. We find no evidence that the effect was driven by specific demographic groups. However, our results suggest that teaching methods that encourage active engagement, such as the use of small group activities and projects, played an important role in mitigating this negative effect. Our results point to methods for more effective online teaching as the pandemic continues.

Learning During the COVID-19 Pandemic: It Is Not Who You Teach, but How You Teach - George Orlov, Douglas McKee, James Berry, Austin Boyle, Thomas DiCiccio, Tyler Ransom, Alex Rees-Jones & Jörg Stoye

Foto aqui

Estética e a era do Zoom


Em um texto sobre odontologia em tempos do covid (Tempo em casa e nas redes sociais aumenta busca por procedimentos, João Ker, Estado de S Paulo, 28/10/2020), eis um trecho interessante: 

Além do aumento em casos de bruximos e fraturas dentárias após os meses de quarentena, alguns profissionais de odontologia e saúde bucal começam a relatar também uma alta nas buscas por procedimento estéticos como harmonização facial, bichectomia e aplicação de botox. "As pessoas fizeram muitas lives e, se vendo depois no vídeo, queriam mudar o sorriso, melhorar a cor dos dentes, alguns também quiseram retocar a face", aponta Mario Cappellette, presidente do núcleo paulista da Associação Brasileira de Odontologia (ABO-SP).

O movimento foi sentido também por Kamila Godoy. Pesquisadora da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) e ortodontista, ela diz que primeiro começou a receber pacientes com dentes quebrados, fissuras e dor na articulação temporomandibular (ATM). Em meados de julho, a demanda mudou. "Houve aumento absurdo de procura por procedimentos estéticos. As pessoas queriam aproveitar o momento para fazer algum procedimento que precisasse de repouso e, por ter que ficar em casa, houve uma procura bem alta de cirurgias para retirar o siso, bichectomia (procedimento para reduzir as bochechas) etc.", conta.

"A questão de ficar em casa levou a um tempo ocioso muito grande. Como aumentou também o uso de redes sociais, a pessoa passou a vislumbrar a imagem dela com mais frequência e visualizar pessoas 'perfeitas' o tempo todo", explica a psicóloga Katree Zuanazzi, diretora do Instituto Brilhar Saúde e Mental, de Curitiba.

Ela aponta que há uma diferença entre buscar o aperfeiçoamento e a mudança completa do rosto, provocado pelo mar de filtros e falsas perfeições que as redes sociais oferecem. "Todo mundo tem algo que gostaria de melhorar ou que não é perfeito. É importante ver quais desejos são amadurecidos e vêm de anos. Toda ideia que vem de repente foi, provavelmente, implantada por redes sociais ou ideais de perfeição."

Foto: aqui