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19 outubro 2020

Estatísticas do 6o. CCGUnB


Este ano este blogueiro está acompanhando o processo de submissão, avaliação e escolha dos trabalhos submetidos no 6º. Congresso UnB de Contabilidade e Governança. A partir das informações dos artigos, a diretoria Técnico-Científica, composta por mim, a professora Mariana Guerra, além do presidente Sérgio Nazaré, conseguiu calcular algumas estatísticas interessantes. Este texto é um resumo de algumas destas estatísticas:

* Ao todo, foram submetidos 214 artigos. Mas como existia duplicidade (um artigo submetido mais de uma vez) e artigos que foram retirados, o número total de trabalhos foi de 207. Um bom número, tendo em vista o ano que estamos vivendo e a concorrência de outros eventos. 

Avaliação

* Deste número, 120 trabalhos foram aprovados, o que corresponde a um percentual de aprovação de 57,42%. Para cada trabalho submetido, o mesmo foi avaliado por pelo menos dois pesquisadores, no processo de revisão as cegas, ou seja, quem avaliava não sabia quem eram os autores do texto. Alguns trabalhos foram avaliados por mais de dois pesquisadores; isto ocorria quando havia divergência na opinião dos avaliadores. Ao todo, foram 497 avaliações, o que significa 2,38 pareceres por trabalho. 

* A base de avaliadores foi a mesma dos anos anteriores, com alguns acréscimos feitos pelos responsáveis de cada área. Das avaliações feitas, 60% dos pareceres foram emitidos por pesquisadores e 40% por pesquisadoras. 

* Foi avaliada a nota do avaliador homem versus o avaliador mulher. A média das notas foram 17,05 pontos (homens) e 17,86 pontos (mulheres). Um teste de diferença de média indicou um valor do p unicaudal de 0,082. Assim, pode ser que as notas das avaliadoras (mulheres) seja estatisticamente maior que dos avaliadores (homens), mas a diferença estaria no limite. 

Autores

* Nos trabalhos apresentados, tivemos 545 autores, sendo que alguns com mais de um trabalho submetido. Do total de artigos submetidos (207) somente 26 eram de autoria isolada. O interessante, neste caso, é que o percentual de aprovação foi menor do que a média: 38%

* Os trabalhos com dois ou três autores tiveram uma taxa de aprovação de 64% e 69%. Seria possível acreditar que mais um autor poderia aumentar ainda mais a percentagem de aprovação, mas isto não ocorreu: o percentual caiu para 47%. Ou seja, um artigo com muitos autores pode não ter uma taxa de sucesso tão grande. 

* A posição da autoria é um aspecto importante nos artigos. Geralmente os primeiros autores são aqueles que mais contribuíram com o artigo. Neste sentido, temos aqui um número interessante. Dos 545 autores totais, 45% dos autores são mulheres. Este percentual é maior quando a análise é somente para os artigos aprovados: 53% dos primeiros autores são mulheres (versus 50% dos artigos submetidos).

* Os demais números mostram que 44% do “segundo autor” são mulheres, com o percentual caindo para 38% como terceiro autor e 39% para o quarto autor. Como expressou a prof Mariana Guerra, os homens são “caroneiros” nos artigos femininos. 

Instituição de Origem

* Esta é uma análise interessante, mas que apresenta muitos problemas. Alguns autores só informaram a instituição do primeiro autor, o suficiente para fazer a inscrição dos trabalhos. Em outros casos, um profissional que está fazendo pós-graduação, informou como instituição, geralmente, o programa de pós. 

* Mesmo assim e usando os dados informados foi possível constatar que dos trabalhos submetidos 168 vieram de uma única instituição. Uma análise no percentual de aprovação mostra que isto não foi um fator relevante para o sucesso/insucesso do artigo. A taxa de aprovação dos artigos com autores de instituição diferentes foi de 62%, próxima a taxa média do congresso. 

Data de Submissão

* Os pesquisadores revelaram seres humanos. Nós tivemos que 144 artigos foram submetidos no último dia. É isto mesmo. No último dia, diante do número reduzido de submissões que tínhamos recebido, chegamos a discutir a prorrogação do prazo, algo que seria inédito no Congresso. Apostamos que a maioria deixaria para o último momento e isto realmente ocorreu.

* A aprovação dos trabalhos tardios foi de 56,25% que também é próxima da média. 

Explicando a remuneração de executivos

Uma das tendências dos mundo moderno é a existência de executivos que recebem elevados salários. Muitas vezes isto pode ser explicado pela habilidade do executivo em desenvolver projetos (Jobs, na Apple), pela capacidade de inovar (Musk, na Tesla e companhias) ou pelas sábias decisões (Buffett, na sua empresa de investimento). Em suma, pela capacidade administrativa. 

Mas alguns executivos recebem elevados salários mesmo cometendo muitas falhas. Aqui a lista é bem generosa. Uma possível explicação da elevada remuneração destes administradores é sua capacidade gerencial. Há, inclusive, um nome bem pomposo para isto: teoria do capital humano. Entretanto, há alguns autores que acreditam que a teoria do capital humano é um engodo e a melhor explicação seria a teoria da sinalização. Brian Caplan traz esta distinção de forma clara no seu livro sobre o Mito da Educação, que já comentamos aqui. 

Uma explicação alternativa é associar a remuneração do CEO com o tamanho da empresa. A prática tem demonstrado que maiores empresas pagam maiores salários. 


Enquanto Steve Easterbrook, CEO da McDonalds, recebe um boa remuneração, Jonathan Steinberg, que administrava uma empresa com 200 funcionários, recebia bem menos. Quanto maior a empresa, maior a remuneração relativa. 

A primeira pessoa a observar esta relação foi David Roberts, em 1956. Dois anos depois, Mincer desenvolveu uma teoria que o investimento em capital humano explica a diferença na remuneração. Como a teoria de Mincer era mais "bonita" de acreditar, seu trabalho prevaleceu sobre Roberts. Mas os dados empíricos, com aqueles mostrados no gráfico acima, são fortes para serem ignorados. O grande Herbert Simon propôs algo para explicar estes dados: o tamanho é uma variável importante na remuneração por conta da hierarquia:

As empresas, propôs Simon, são organizadas usando uma cadeia de comando hierárquica. O CEO comanda um punhado de subordinados. E esses subordinados, por sua vez, comandam seus próprios subordinados. Essa cadeia de comando cria uma estrutura piramidal, com muitas pessoas na base da hierarquia e poucas no topo.

Por si só, essa pirâmide não diz nada sobre renda. Mas com uma suposição simples, Simon fez uma previsão surpreendente. Se a receita crescer com a classificação hierárquica, a remuneração do CEO aumentará com o tamanho da empresa. Isso ocorre porque as empresas maiores têm mais posições hierárquicas. Portanto, o CEO de uma grande empresa tem uma posição superior - e, portanto, maior receita - do que o CEO de uma pequena empresa. Assim, a remuneração do CEO cresce com o tamanho da empresa.

Ou seja, a produtividade não afetava os salários dos executivos. Se fosse assim, o salário de Easterbrook deveria refletir sua capacidade. Mas este executivo provou ser uma fraude.

Falhas no controle interno do grupo Mateus

O Grupo Mateus, varejista alimentar responsável pela maior oferta pública inicial de ações do ano (IPO, da sigla em inglês), relatou em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que auditores identificaram “deficiências moderadas” nos controles internos da empresa.


São mencionados lançamentos “off book” (registros fora do livro contábil) e operações entre partes relacionadas com saldos relevantes já vencidos há longa data, mas sem a devida baixa, diz o texto.

A auditoria da rede, a Grant Thornton, identificou 21 falhas, e que são mencionadas pela rede varejista em anexo dos formulários de referência protocolados nos dias 5 e 9 de outubro. Há, no texto, recomendações dos auditores para reduzir esses riscos.

[...]

Fonte: aqui



Rir é o melhor remédio

 Um comercial da Haagen Dazs (sorvete). Quem nunca teve seu sorvete que estava na geladeira "compartilhado". Pensando nisto, a Haagen Dazs criou uma embalagem que na aparência é um saco de ervilhas, onde você guarda o pote de sorvete. 



18 outubro 2020

Igualdade ou Equidade?

 

Tratar as pessoas igualmente (primeira parte da figura) ou tratar as pessoas de forma desigual? Figura daqui

Frase


É por isso que costumo dizer que o negócio dos bancos centrais é como a pornografia: em essência, é apenas entretenimento e não tem nenhum efeito real.

(Eugene Fama, aqui, via Marginal Revolution)