18 outubro 2020
Rir é o melhor remédio
17 outubro 2020
Saldo do escândalo PCAOB e KPMG
Há alguns anos, a KPMG contratou funcionários da entidade responsável pela fiscalização dos trabalhos de auditoria nos Estados Unidos. Na época, a KPMG estava com um problema sério de qualidade nos serviços executados. O problema é que os funcionários contratados levaram consigo algumas informações sigilosas sobre a fiscalização que iria ocorrer nos meses seguintes por parte do antigo empregador, a PCAOB.
Depois do escândalo e a comprovação da atitude um pouco desonesta da Big Four, a justiça começou a julgar os responsáveis pelo caso. Eis um resumo das condenações até o presente momento:
David Britt - ex-sócio da KPMG, pegou seis meses de prisão domiciliar e será banido para Austrália. O juiz entendeu que Britt cometeu um crime grave, mas não teve ganho pessoal direto. Britt declarou culpado há um ano. Foi o único ex-executivo da KPMG que não foi para prisão.
Cynthia Holder - ex-funcionária do PCAOB e depois ex-diretora da KPMG. Foi condenada a oito meses de prisão em agosto de 2019. Declarou culpada. Cumpriu pena em uma prisão de segurança mínima, no Texas e foi libertada em junho de 2020.
David Middendorf - ex-funcionário da KPMG, condenado a um ano e um dia de prisão. Está apelando da condenação.
Thomas Whittle, ex-funcionário da KPMG, cooperou com as investigações e aguarda sentença
Brian Sweet, mesmo caso do anterior. Aguarda sentença.
Jeffrey Wada - que entregou as informações para a KPMG, foi condenado a nove meses e está apelando da condenação.
Negócio do Grátis
A internet mudou substancialmente o funcionamento do mercado do conhecimento. Anteriormente, se uma pessoa desejasse um produto, ela tinha que comprar. Era o caso do mercado editorial, onde os livros eram vendidos em livrarias e estes comerciantes trabalhavam com uma marcação de 50%. Recentemente isto mudou, já que ficou cada vez mais barato reproduzir o conhecimento. Isto é um aspecto básico destacado nas obras de autores como Varian.
Algumas empresas encontraram uma solução baseada na restrição. As empresas oferecem seus produtos, mas restringem o acesso pelo uso dos direitos de propriedade. Se você quiser uma versão com mais recursos de um curso do Duolingo é necessário comprar a assinatura premium; se deseja acesso a um texto do The New York Times, após a sua cota de leitura mensal, pague uma pequena assinatura. É bem verdade que algumas empresas continuam lucrando vendendo seus produtos: a Netflix convence o cliente a pagar um pouco mais de R$30, mas disponibiliza um grande número de filmes.
Blair Fix, em The Business of "Free", lembra de um outro tipo de negócio, que funciona na margem do sistema, com uma lógica invertida. Enquanto um jornal restringe o seu acesso ao conteúdo está apelando para o egoísmo, estas empresas funcionam baseadas no altruísmo. É o caso da Wikipedia. Você tem acesso livre a todo conteúdo da enciclopédia, mas eventualmente eles pedem uma ajuda para você. A fundação que mantém a Wikipedia apela para o altruísmo. Este também é o caso do Linux e do The Guardian (de certa forma).
Eis um trecho do texto de Fix:
De acordo com a economia neoclássica, meu comportamento é extremamente ingênuo. Passo centenas de horas fazendo pesquisas e depois distribuo meus resultados gratuitamente na internet. O que eu estou pensando?
Eu dou minha pesquisa porque acredito que o conhecimento deve ser gratuito. O conhecimento é o maior patrimônio de nossa espécie - a sabedoria acumulada por incontáveis gerações. É uma farsa, na minha opinião, restringir o acesso a essa herança compartilhada.
Se o conhecimento é gratuito, como os pesquisadores ganham a vida? Uma maneira é confiar no poder do governo. Nesse modelo, o governo arrecada impostos (de forma coercitiva, se necessário) e usa essa receita para financiar pesquisas. O conhecimento resultante é então distribuído gratuitamente. É assim que funciona o sistema universitário público ... em princípio . Mas, na prática , a maioria das pesquisas com financiamento público é acessada por editores privados.
Esse acesso pago à pesquisa é uma espécie de tragédia reversa dos comuns . Em vez de explorar excessivamente um recurso de pool comum, nós o exploramos insuficientemente. O conhecimento que poderia ser gratuito para todos é restrito aos poucos que têm assinaturas de periódicos. (Felizmente, temos Sci-Hub , que, para desgosto dos editores, liberou a maioria dos artigos científicos.)
Acho que muitas vezes há uma mistura de ambos. Existem blogs que usam o acesso gratuito para vender "produtos e serviços". É o caso dos sites mantidos pelas Big Four.
E a contabilidade? - Este modelo de negócios, baseado no altruísmo, parece ser o que move os atendimentos gratuitos para o imposto de renda que alguns profissionais (e estudantes) fazem. Para as guildas modernas, este tipo de negócio pode ser tolerado, desde que não afete, substancialmente, o lucro obtido no negócio principal.
Atores e atrizes mais bem pagos de 2020: diferença salarial
O Intagram @horadoepisodio divulgou uma comparação entre os salários dos atores e das atrizes mais bem pagos de 2020, com base na publicação da Forbes:
Enviado por Jaqueline Sales, a quem agradecemos.
Rir é o melhor remédio
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Chris Hallbeck Comics (@chrishallbeck) em
16 outubro 2020
Prêmio Nobel da Paz e a derrota da Contabilidade
Se o Nobel de Economia foi relevante para a contabilidade, o Nobel da Paz é um tapa na cara da contabilidade. O 135o. prêmio da paz foi para o Programa Alimentar Mundial, da ONU, na seguinte justificativa:
Pelos seus esforços no combate à fome, pelo seu contributo para melhorar as condições pela paz em zonas atingidas por conflitos e por agir como uma força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como uma arma de guerra e de conflito
O programa é a maior agência humanitária do mundo, que fornece alimentos para 90 milhões de pessoas em 80 países. Com sede em Roma, o Programa foi criado em 1963 em caráter experimental e depois tornou uma atuação contínua.
E a Contabilidade? - O CDEG (Center for Development Global) fez um ranking em 2018 para medir a qualidade da ajuda fornecida por diversas entidades (via aqui). A medida foi realizada tendo por base a figura abaixo:
A pesquisa mostrou que alguns países fornecem ajuda em grande quantidade, mas com baixa qualidade: Alemanha e Noruega. Outros, com baixa quantidade e qualidade (Estados Unidos e Espanha). Mas alguns países fornecem ajuda com alta qualidade, seja com baixa quantidade (Nova Zelândia) ou alta quantidade (Dinamarca).
Mas os pesquisadores também compararam algumas agências de ajuda. Somando os países e estas agências temos 40 avaliações. Adivinhe quem ficou em ultimo lugar na listagem? O vencedor do Nobel da Paz de 2020.
Mas este não é a única pesquisa. Em 2008, em um artigo intitulado Where Does the Money Go? Best andWorst Practices in Foreign Aid, William Easterly e Tobias Pfutze, também analisaram as ajudas internacionais. Usando uma medida por empregado, os autores encontraram um elevado overhead. O seu ranking de melhores práticas, o Programa ficou na última posição, novamente.
"Cultura" da interrupção
Recentemente ocorreu, nos Estados Unidos, um debate entre os candidatos presidenciais. Chamou a atenção no debate entre os candidatos para vice. De um lado, o candidato Pence, dos Republicados; de outro, a candidata Kamala Harris, dos democratas (foto). Durante o debate, Pence interrompeu Harris o dobro de vezes que Harris interrompeu Pence. Não foi coincidência, segundo as psicologas Laura Vianna e Sapna Cheryan, da Universidade de Washington, em um artigo para Yes Magazine
A interrupção parece ser um comportamento típico dos homens e são importantes para o debate que ocorreu. Ao interromper o outro lado, Pence teve três minutos a mais para falar. Vianna e Cheryan afirmam que entrevistas de emprego para professores em um departamento de universidades mostrou que as mulheres possuem maior probabilidade de serem interrompidas na apresentação dos trabalhos. Por este motivo, as mulheres tiveram menos tempo para concluir sua exposição.
As culturas de interrupção podem ser difíceis para muitas mulheres por três motivos. Em primeiro lugar, as mulheres têm maior probabilidade de serem interrompidas do que os homens, como vimos no debate de quarta-feira e até mesmo no Supremo Tribunal Federal . Em segundo lugar, as mulheres muitas vezes não são socializadas para interromper intrusivamente os outros, tornando relativamente mais raro que elas se envolvam nesse comportamento. Finalmente, quando as mulheres interrompem e exibem outro comportamento explicitamente dominante, elas são vistas como desagradáveis . Os homens geralmente não enfrentam as mesmas consequências por esse comportamento dominante.