A Fundação IFRS, que promulga as normas internacionais de contabilidade, está abrindo consulta para a possibilidade de termos um padrão sobre sustentabilidade. Atualmente há diversas entidades tentando criar um padrão que inclua a questão ambiental, social e de governança (sigla ESG).
No início de setembro o Carbon Disclosure Project, o Climate Disclosure Standards Board, o Global Reporting Initiative, o International Integrated Reporting Council e o Sustainability Accounting Standards Board fizeram uma declaração conjunta (via aqui) favorável a um maior alinhamentos das estruturas. Haveria uma demanda por padrões únicos em razão do crescimento dos investimentos com a preocupação ambiental, social e na governança das empresas.
Uma proposta é a criação de um conselho específico para a questão da sustentabilidade. As empresas Big Four, de auditoria, também lançaram um documento com métricas sobre o assunto. Isto não deixa de ser estranho, pois não seria papel destas empresas trabalhar a criação de normas.
Diante da pressão, os curadores da Fundação IFRS divulgaram uma consulta para avaliar a demanda por padrões na área de sustentabilidade. Conforme a resposta, a IFRS pode lançar na tarefa de tentar uma padronização de um assunto que certamente será uma dor de cabeça para a fundação. Mas pode indicar a existência de uma demanda - ou não - por um padrão único. A consulta irá até o final do ano e tem o apoio do IFAC.
É importante salientar que nos últimos anos a Fundação IFRS trabalhou na conclusão dos diversos projetos iniciados em parceria com o Fasb a partir do acordo de Norwalk. Isto incluiu os padrões de seguros, instrumentos financeiros, estrutura conceitual (ainda não terminado), receita e leasing. Quando ocorreu os descolamento dos projetos, o Fasb - que possui uma experiência e uma estrutura melhor - tratou das suas demandas. Isto inclui uma melhoria na estrutura conceitual e uma atenção maior para o terceiro setor.
A Fundação não tinha a questão da sustentabilidade na sua agenda. Mas as preocupações recentes e - talvez - a possibilidade de criação de um padrão fora do Iasb deve ter demandado uma pressão para a consulta.