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29 setembro 2020

Doação e sua contabilização: novas regras do Fasb


O Fasb, entidade que emite normas contábeis nos Estados Unidos, está atualizando a forma de evidenciar uma doação não financeira:

A atualização exige que uma organização sem fins lucrativos mostre os ativos não financeiros doados como um item de linha separado na demonstração de atividades, à parte das contribuições em dinheiro ou outros ativos financeiros.

As organizações sem fins lucrativos também precisarão divulgar os ativos não financeiros doados reconhecidos na demonstração de atividades desagregada por categoria que descreve o tipo de ativos não financeiros doados.

Para cada categoria reconhecida dos ativos não financeiros doados, as organizações sem fins lucrativos também precisam divulgar informações qualitativas sobre se os ativos não financeiros contribuídos foram monetizados ou usados ​​durante o período de relatório. Se tiver sido usado, eles precisam fornecer uma descrição dos programas ou outras atividades em que esses ativos foram usados. As organizações sem fins lucrativos também precisam fornecer sua política (se houver) sobre monetização, em oposição à utilização de ativos não financeiros contribuídos. Eles também precisam incluir uma descrição de quaisquer restrições impostas pelo doador associadas aos ativos não financeiros contribuídos.

Rir é o melhor remédio

 

Professor

28 setembro 2020

Os truques usados por Trump



Ainda sobre Trump, a postagem do Dnyuz faz uma análise bem interessante sobre as revelações dos registros fiscais do presidente dos Estados Unidos. Enquanto Obama e Bush pagaram mais de 100 mil dólares por ano de tributos, Trump dirige um governo que ele contribuiu muito menos com a receita do imposto de renda. 

O site esclarece como Trump conseguiu isto. Com mais de 500 empresas, Trump não consegue gerar lucro em muitos dos empreendimentos. O prejuízo obtido em vários deles permite descontar o valor a ser pago de imposto de renda. O Hotel em Washington teve prejuízos de 55 milhões desde 2016. Os campos de golfe geraram perdas de mais de 300 milhões desde 2000. Algumas das perdas são reais, mas parece que em alguns momentos a vida do empresário foi salva pelo O Aprendiz, programa de televisão comandado por ele, e pela presidência, que gerou ganhos. 

Mas esta não é a única estratégia de Trump. Outra é considerar gastos pessoais como despesas operacionais de suas empresas. É o caso dos 70 mil dólares pagos para o cabelo no O Aprendiz. Ou as despesas de sua propriedade nem Westchester. 

Há casos estranhos que estão sob investigação e que podem ser glosados. Sua filha, Ivanka, recebeu como consultora da Trump Organization, onde é executiva. Uma elevada restituição de tributos obtida por ele ainda está em discussão. 

Para finalizar, as informações parecem indicar que Trump talvez ainda não tenha a sua vida financeira resolvida. Há diversas hipotecas não pagas de imóveis. Somente na Trump Tower isto significa 100 milhões que devem vencer em 2022. Alguns dos negócios que renderam dinheiro com ele na previdência, como o resort, não estão bem. E a briga com a receita tem um valor de 100 milhões. Apesar de ser ainda bilionário, as suas dívidas seriam de 421 milhões de dólares, com vencimento em quatro anos. 

Imposto de Renda de Trump


Há anos, o presidente dos Estados Unidos, Trump, nega a cumprir uma tradição dos políticos dos Estados Unidos: evidenciar o seu imposto de renda (aqui, aqui e aqui, por exemplo). Este dilema dura anos. Mas ontem o jornal New York Times divulgou o que seria a declaração do presidente Trump. A reportagem foi publicada no Brasil pelo Estado de S Paulo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pagou apenas US$ 750 em impostos federais em 2016, ano em que ganhou as eleições presidenciais, e não fez contribuição nenhuma em 10 dos 15 anos anteriores, diz uma investigação do jornal The New York Times publicada neste domingo, 27, sobre mais de 20 anos de declarações fiscais do mandatário. Trump negou as acusações.

Este tem sido o destaque dos sites de negócios nesta segunda. Uma das histórias ocorreu quando Trump, ainda não candidato ou presidente, criticou Obama por pagar só 20% de imposto. Há especulação de que Trump estaria quebrado, o que seria um golpe na sua fama de empresário de sucesso. Até celebridades apareceram para especular sobre o assunto.

Uma das razões para Trump pagar uma quantia irrisória de imposto seria os prejuízos que teve em certos negócios. Não deixa de ser irônico que a notícia do jornal saiu junto com uma pesquisa eleitoral, realizada junto aos contadores, que mostra que este profissional estaria apoiando o atual presidente. 

Discute se isto teria algum impacto político nas eleições. Talvez não, mas explorar que Trump gastou 70 mil dólares com seu cabelereiro quando estava no programa The Apprentice pode gerar desconforto. 

Rir é o melhor remédio

 

Relógio do Supermercado

27 setembro 2020

Limites

 Gosto muito dos quadrinhos de Grant Snider. O último é Limites:


Bom domingo para todos.

Como o comportamento é moldado pelo que esperamos


Tim Harford escreveu recentemente alguns textos interessantes sobre os nossos tempos. Um deles, uma coluna sobre estatística e mentira, começa com Harford falando de 1954, um ano considerado emblemático para ele. Neste ano foi publicado o livro How to Lie with Statitics, de Huff (muito bom, vale a pena sua leitura), onde o autor mostra como podemos usar a estatística para enganar os outros. Mas também foi ano em que Richard Doll e Austin Bradford Hill publicaram um artigo sobre as primeiras evidências da existência de associação entre o câncer do pulmão e o hábito de fumar. 

Se Huff desbanca a estatística, Doll e Hill usaram para uma pesquisa sobre a saúde do ser humano. Harford afirma que (1) os números são importantes (2) não considere os números como uma garantia (questione sempre sua origem) (3) mesmo os especialistas, veem o que eles querem ver (4) o melhor é combinar estatística com experiência pessoal e (5) tudo pode ser polarizado (a indústria do fumo mostrou isto, mesmo após as pesquisas científicas mostrarem o contrário). 

Tudo isto é válido para o cenário atual. Eis um trecho que mostra como o comportamento é relevante:

Jonas Olofsson, um psicólogo que estuda nossas percepções do olfato, uma vez me contou sobre um experimento clássico no campo. Os pesquisadores deram às pessoas um cheiro e perguntaram como reagiam a ele. Em alguns casos, os sujeitos  do experimento foram informados: “Este é o aroma de um queijo gourmet”. Outros foram informados: “Este é o cheiro do sovaco”. Na verdade, o perfume era ambos: uma molécula aromática presente tanto no queijo líquido quanto nas partes do corpo. Mas as reações de deleite ou repulsa foram moldadas dramaticamente pelo que as pessoas esperavam.