Eis os ganhadores do IgNobel de 2020:
Acústica: Stephan Reber, Takeshi Nishimura, Judith Janisch, Mark Robertson e Tecumseh Fitch, por induzir uma fêmea de jacaré-da-china a berrar em uma câmara hermética cheia de ar enriquecido com gas hélio.
Psicologia: Miranda Giacomin e Nicholas Rule, por desenvolver um método para identificar narcisistas, examinando suas sobrancelhas.
Paz: governos da Índia e do Paquistão, por seus diplomatas tocarem secretamente as campainhas uns dos outros no meio da noite, e depois fugir antes que alguém atenda a porta.
Física: Ivan Maksymov e Andriy Pototsky, por determinar, experimentalmente, o que acontece com a forma de uma minhoca viva quando ela vibra em alta frequência.
Economia: Christopher Watkins, Juan David Leongómez, Jeanne Bovet, Agnieszka Żelaźniewicz, Max Korbmacher, Marco Antônio Corrêa Varella, Ana Maria Fernandez, Danielle Wagstaff e Samuela Bolgan, por tentar quantificar a relação entre a desigualdade de renda nacional dos diferentes países e a quantidade média de beijos na boca.
Gestão: Xi Guang-An, Mo Tian-Xiang, Yang Kang-Sheng, Yang Guang-Sheng e Ling Xian Si, cinco pistoleiros profissionais em Guangxi, na China, que conseguiram um contrato para um trabalho de assassinato por dinheiro da seguinte maneira: depois de receber o pagamento para realizar o assassinato, Xi Guang-An subcontratou a tarefa para Mo Tian-Xiang, que subcontratou Yang Kang-Sheng, que subcontratou Yang Guang-Sheng, que subcontratou Ling Xian-Si, com cada subcontratado recebendo porcentagens cada vez menores. Nenhum deles efetivamente realizou o trabalho.
Entomologia: Richard Vetter, por coletar evidências de que muitos entomologistas têm medo de aranhas, que não são insetos.
Medicina: Nienke Vulink, Damiaan Denys e Arnoud van Loon, por diagnosticar uma condição médica há muito não reconhecida: misofonia, a dificuldade em ouvir outras pessoas emitindo sons como o da mastigação.
Ensino de Medicina: Jair Bolsonaro (presidente do Brasil), Boris Johnson (primeiro ministro do Reino Unido), Narendra Modi (primeiro ministro da Índia), Andrés Manuel López Obrador (presidente do México), Alexander Lukashenko (presidente da Bielorrússia), Donald Trump (presidente dos Estados Unidos), Recep Tayyip Erdogan (primeiro ministro da Turquia), Vladimir Putin (presidente da Rússia) e Gurbanguly Berdimuhamedow (presidente do Turquemenistão), por usarem a pandemia de COVID-19 para ensinar ao mundo que os políticos podem ter um efeito mais imediato sobre a vida e a morte do que os cientistas e médicos.
Ciência dos Materiais: Metin Eren, Michelle Bebber, James Norris, Alyssa Perrone, Ashley Rutkoski, Michael Wilson e Mary Ann Raghanti, por mostrar que facas fabricadas a partir de fezes humanas congeladas não funcionam bem.
A imprensa
destacou um brasileiro que ganhou o de ensino de medicina. Mas há outro: Varella possui um blog de divulgação científica. Fico imaginando o impacto disto na pessoa