Translate

12 setembro 2020

Marcas mais valiosas

 Um novo ranking das marcas mais valiosas. Agora da Brand. O resultado final é o seguinte:


Veja que o ranking é por empresa, não por produto. Como é feito o cálculo? A revista Exame, local da publicação, explica:

1. Calcula a força da marca. É um índice de zero a 100 que leva em consideração gasto com marketing, percepção dos consumidores e como está o desempenho nos negócios. Veja que é um índice calculado pela Brand

2. Faixa de royalties do setor. É um número percentual e corresponde a taxa de licenciamento praticada. Novamente o cálculo é da própria empresa.

3. Taxa de royalties, obtida pela força da marca vezes a faixa de royalties. 

4. A partir da receita total da empresa, calcula-se a receita que é específica da marca. Trata-se de uma proporção, também estimada pela Brand

5. Estimativa de receitas futuras. Provavelmente será a receita da marca. Utiliza a previsão de analistas e crescimento da economia

6. Multiplica a taxa de royalties pela receita futura estimada. 

7. Retira do valor acima o imposto e calcula o valor presente líquido, que corresponde ao valor da marca. (nada é dito sobre a taxa de desconto)

Óculos para evitar a procrastinação

 Saiu na Superinteressante:

Agendas, planners e aplicativos de organização podem até ajudar com prazos, mas executar a tarefa é outra história. Quando você está prestes a começar seu trabalho, surge aquela voz dizendo “por que não checar o Instagram uma última vez?” e pronto: lá se vão 30 minutos (ou mais) do seu dia.

Mas a startup canadense Auctify pode ter a solução para isso: óculos anti-procrastinação, projetados para monitorar a rotina dos usuários e avisá-los quando perderem o foco em suas atividades. 

Os óculos – batizados como Specs – são equipados com inteligência artificial, que usa aprendizado de máquina para monitorar o que você está olhando e dizer se aquilo é produtivo ou não. Todos os dados gerados pela ferramenta podem ser acessados por um aplicativo próprio que, ao longo do dia, vai montando um gráfico com todas as suas atividades como forma de feedback.  

[...]

Os desenvolvedores explicam que, ao perder o foco, a pessoa leva em média 23 minutos para restabelecê-lo e voltar totalmente a tarefa. Além disso, parte da população acaba recorrendo ao café ou medicamentos para manter a atenção em suas atividades. Os óculos e seu aplicativo seriam uma forma saudável de evitar a procrastinação. Apesar de já haver aplicativos de gerenciamento de tempo no mercado, a Auctify afirma que sua ferramenta usa metodologias psicológicas clinicamente comprovadas que incentivam o usuário a se manter produtivo, sem que ele se sinta mal ou cobrado.  

Rir é o melhor remédio

 

Estamos todos no mesmo barco? 

11 setembro 2020

Exemplo de não Sinergia: Autolatina


Quando estou explicando o conceito de sinergia em sala de aula, este é um dos exemplos preferidos: a junção da Ford e Volks, nos anos 80, que resultou na Autolatina. Parecia a típica "sinergia", que todo executivo gosta de falar. O Jornal do Carro resumiu alguns dos pontos desta sinergia:

O mercado brasileiro “batia pino” nos anos 80 e a Ford pensava em fechar suas fábricas no Brasil. Na prática, iria deixar o país, pois as importações ainda estavam proibidas. 

A solução “genial” foi se associar à Volkswagen para compartilhar recursos, projetos e competências. Surgiu então a Auto Latina, holding responsável pelas duas marcas. Ambas manteriam áreas comerciais, de marketing, produtos e concessionárias distintas. Cada uma com seu “presidente” e respectiva equipe, ambos subordinados ao chefão geral da holding.(...)

1. Culturas diferentes - Reunir sob mesmo teto duas culturas opostas como a norte-americana e a germânica era o mesmo que montar um time de futebol mesclando jogadores brasileiros e argentinos. Os embates internos foram amenizados com as finanças sob o comando da Ford, comercialização e marketing pela VW

2. Engenharia única - A engenharia era única, para reduzir custos no desenvolvimento de projetos. Aplataforma do Escort deu origem ao Ford Verona. E também a três modelos VW: Apollo, Logus e Pointer. O sedã Santana e perua Quantum da VW se fantasiaram de Ford Versailles e Royale. Carros da VW produzidos pela Ford e vice-versa.

3. Compartilhado, mas nem tanto - Desenvolver projetos conjuntos significava trocar figurinhas entre as duas engenharias. Mas a parceria não ia além do Brasil e Argentina e as matrizes negavam revelar segregods industriais e de manufatura para o concorrente. A rigor, o maior intercâmbio foi de motores (CHT da Fort, AP da VW) entre as marcas. 

4. Vias de Fato - (...) Executivos quase chegavam às vias de fato nas reuniões da holding…

5. Qualidade questionável - A qualidade dos “filhotes da AutoLatina" começou a ser questinada. O VW Apollo era o mesmo Ford Verona com variações no painel e acabamento, sem problemas técnicos. Mas Logus e Pointer eram novos modelos VW (na plataforma do Ford Escort) com carrocerias tão mal projetadas que, ao subir com duas rodas no passeio, costumavam “cuspir” o vigia (vidro traseiro) por problemas torcionais.

A Auto Latina não durou mais que sete anos pois as marcas não obtiveram a sinergia imaginada. Nem os carros originados da parceria vingaram: o VW Apollo, por exemplo, não durou dois anos. E a rigorosa auditoria da matriz da VW jogou uma pá de cal em todos eles.

Cartas aos estudantes de contabilidade

 A editora Gen lançou um livro intitulado "cartas aos estudantes de contabilidade", tendo como coautores os professores Sérgio de Iudícibus, Eliseu Martins e José Carlos Marion.

Esta semana a editora disponibilizou uma seção do capítulo do Iudícibus, disponível: aqui.

Vide trecho:

Contabilidade segue a Economia? Certamente, grande parte das transações registradas pelo sistema contábil é de natureza econômica. Entretanto, na Contabilidade de Custos o sistema contábil realiza apropriações do que, em um primeiro momento, representou gastos para o sistema de produção. Hoje em dia, todavia, o campo dos stakeholders aumentou bastante, apesar de a estrutura conceitual inicial do IASB dar clara preferência aos acionistas ou cotistas e aos credores, incluindo fornecedores, trabalhadores da empresa, governo, instituições ambientais e outros interessados. O relato integrado nada mais é do que a face escrita dessas preocupações ampliadas com vários usuários da informação. Historicamente, a Contabilidade sempre se adequou aos desenvolvimentos econômicos e sociais nas várias épocas, desde os rudimentares desenhos nas paredes das cavernas dos homens pré-históricos, pintando principalmente animais, uma espécie de inventário rudimentar, passando pelas antigas civilizações sumério-babilonense, egípcia, grega, romana, medieval, luzindo extraordinariamente na renascença italiana, revolução industrial, surgimento das grandes potências econômicas da Europa, Estados Unidos e mais recentemente Ásia. Note-se que a Contabilidade não apenas serviu para contabilizar os fenômenos econômicos das várias épocas, bem como, em um efeito circular, facilitou os progressos econômicos e civilizatórios nos vários países e continentes citados! Se fosse, a Contabilidade, apenas um sistema de contabilização e de controle, seria o caso de atribuir-lhe uma importância secundária. Na verdade, as empresas e nações, a economia em geral, se nutrem das melhores decisões que a Contabilidade proporciona aos que tomam tais decisões! Aliás, segundo o historiador econômico Schumpeter, não teria sido possível escrever a história da Economia se não existissem os livros diários dos comerciantes de vários países europeus, principalmente das repúblicas da Renascença italiana! Assim, em alguns casos, Contabilidade e Economia estão interligadas, mas são campos de conhecimento distintos. E, sem dúvida, a Contabilidade é a mais antiga, nas suas raízes históricas, com relação a publicações.


Rir é o melhor remédio

 

O que é melhor: o dia ou a noite? 

10 setembro 2020

Concorrência na produção da norma ESG


Eis um tema interessante. Com o aumento da relevância da informação sobre o ambiente, a questão da governança e informações (ESG na sigla em inglês) há um interesse sobre com evidenciar isto. Segundo um artigo de Durão (Mercado cobra critérios ESG mais claros de companhias e gestoras de fundos e recursos, Estado de S Paulo, 10 de setembro de 2020) há uma questão importante:

Fink [um investidor] prega a adoção das diretrizes do Sustainability Accounting Standards Board (SASB), organização que fornece padrões para relatar informações de sustentabilidade que tenham maior potencial de afetar a performance financeira de uma companhia. Para avaliar e relatar riscos relacionados ao clima e questões de governança essenciais para gerenciá-los, menciona as recomendações da Força Tarefa Sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).

A sopa de letrinhas dá uma ideia da complexidade do tema. A Organização Internacional das Comissões de Valores (Iosco) – que reúne reguladores do mercado de capitais – mapeou mais de 50 iniciativas diferentes de padronizações de dados. [grifo do blog]

Veja que esta divergência pode ser saudável. Diversas iniciativas podem ajudar a produzir um padrão que seja saudável. Atualmente na contabilidade financeira temos um monopólio na produção de normas. Isto pode facilitar o preparador, que irá obedecer a somente uma sigla, mas é ruim para inovação da informação. Competição é uma palavra importante. 

Lembrando o capítulo 1 do livro de Teoria da Contabilidade: quem regula o regulador? Na contabilidade financeira não temos isto. Na área de ESG isto pode surgir naturalmente. (Imagem: aqui)