A editora Gen lançou um livro intitulado "cartas aos estudantes de contabilidade", tendo como coautores os professores Sérgio de Iudícibus, Eliseu Martins e José Carlos Marion.
Esta semana a editora disponibilizou uma seção do capítulo do Iudícibus, disponível: aqui.
Vide trecho:
Contabilidade segue a Economia? Certamente, grande parte das
transações registradas pelo sistema contábil é de natureza econômica.
Entretanto, na Contabilidade de Custos o sistema contábil realiza apropriações
do que, em um primeiro momento, representou gastos para o sistema de produção.
Hoje em dia, todavia, o campo dos stakeholders
aumentou bastante, apesar de a estrutura conceitual inicial do IASB dar clara
preferência aos acionistas ou cotistas e aos credores, incluindo fornecedores,
trabalhadores da empresa, governo, instituições ambientais e outros
interessados. O relato integrado nada mais é do que a face escrita dessas
preocupações ampliadas com vários usuários da informação. Historicamente, a
Contabilidade sempre se adequou aos desenvolvimentos econômicos e sociais nas
várias épocas, desde os rudimentares desenhos nas paredes das cavernas dos
homens pré-históricos, pintando principalmente animais, uma espécie de
inventário rudimentar, passando pelas antigas civilizações sumério-babilonense,
egípcia, grega, romana, medieval, luzindo extraordinariamente na renascença
italiana, revolução industrial, surgimento das grandes potências econômicas da
Europa, Estados Unidos e mais recentemente Ásia. Note-se que a Contabilidade
não apenas serviu para contabilizar os fenômenos econômicos das várias épocas,
bem como, em um efeito circular, facilitou os progressos econômicos e
civilizatórios nos vários países e continentes citados! Se fosse, a
Contabilidade, apenas um sistema de contabilização e de controle, seria o caso
de atribuir-lhe uma importância secundária. Na verdade, as empresas e nações, a
economia em geral, se nutrem das melhores decisões que a Contabilidade
proporciona aos que tomam tais decisões! Aliás, segundo o historiador econômico
Schumpeter, não teria sido possível escrever a história da Economia se não
existissem os livros diários dos comerciantes de vários países europeus,
principalmente das repúblicas da Renascença italiana! Assim, em alguns casos,
Contabilidade e Economia estão interligadas, mas são campos de conhecimento
distintos. E, sem dúvida, a Contabilidade é a mais antiga, nas suas raízes
históricas, com relação a publicações.