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05 setembro 2020

Rir é o melhor remédio

Um velho empresário, nos seus últimos dias, chama seu Padre, seu médico e seu contador.

“Estou morrendo”, diz ele. "Eles dizem que você não pode levar nada com você, mas eu quero provar que estão errados."

“Padre, o senhor atendeu minhas necessidades espirituais e me absolveu quando minha consciência me incomodou. Meu médico querido, o senhor atendeu às minhas necessidades físicas e me manteve saudável enquanto pode. Meu caro contador, você me aconselhou como ganhar mais dinheiro e até me ajudou a me manter fora das garras do fisco. Vou pedir uma última coisa a cada um de vocês. Aqui estão 3 envelopes. Cada um tem 100 mil reais. Quando eu morrer, quero que cada um de vocês jogue o seu envelope na cova, no momento que estiver sendo enterrado. Assim posso levar um pouco do meu dinheiro comigo, na outra vida.”

Poucos dias depois, o empresário morreu.

No funeral, o padre, o médico e o contador, obedientemente, jogaram seus envelopes na sepultura no momento em que o caixão estava baixando.

Depois, quando estavam caminhando no cemitério, o padre voltou-se para os outros dois e disse: “Senhores, tenho uma coisa pesando em minha consciência e que devo contar. Você sabe que tenho um abrigo para os sem-teto e necessitados. Eu não poderia, em sã consciência, desperdiçar todo aquele dinheiro. Então havia apenas 50 mil no envelope que joguei na cova.”

O médico então falou: "Estou tão contente que você nos disse isso. Você sabe que eu ajudo a administrar uma clínica para viciados, e eu não conseguido encontrar ajuda facilmente. Eu não conseguia ver todo aquele dinheiro sendo desperdiçado, quando poderia ajudar tantas pessoas. Havia apenas 25 mil reais no envelope que eu joguei”.

O contador olhou horrorizado para o sacerdote e o médico: “vocês enganaram nosso amigo em seu último desejo. Estou desapontado com vocês dois. O mínimo que vocês poderiam ter feito foi o que eu fiz. Coloquei um cheque no envelope, com o valor que me foi confiado.”

Adaptado livremente daqui. Foto aqui

Hart e a poesia da Teoria Econômica

Good economic theorists are like poets, they provide the mathematical language for common human beings to identify, understand, and communicate key economic relationships. This aspect is not unique to Oliver. All good theorists have this quality, certainly Bengt [Holmstrom] has it as well. Yet, Oliver reaches a pinnacle in this dimension. His models are distilled to the essential, so that the key economic concept emerges in such a clear way that it is impossible to ignore it.

Not only do his models make you understand key economic concepts in a very deep sense of the word, they also give us common human beings the language to discuss issues we could not discuss before. And to discuss them in a precise way, because he has distilled the essence. Take for example the issue of control. It is as old as Adam and Eve (no doubt she was in control), but it is a slippery concept, which most people interpret in a different way.

It is difficult to have a scientific discussion of control issues, without a scientific definition of what control is and why it matters. And as economists we tend to ignore what we cannot measure precisely. Thus, Oliver’s ability to distill the essence of control has allowed the economic discipline to focus on the issue of control, which is one of the most important issues not just in corporate finance, but in economics in general.

Oliver’s contributions are many and quite spread across different economic subfields, but his most important one, the one he dedicated most of his life to, the one he deservedly received the Nobel prize for, is his work with Sandy Grossman and John Moore on the theory of the firm. As a student of Oliver, I am certainly biased, but I think that the question of what a firm is, what the difference is between producing a widget internally or buying it from an external supplier, is one of the most fundamental questions in economics—a question posed initially by Ronald Coase more than 80 years ago, but a question where very little progress had been made until the beginning of the 1970s.

[...]

Fonte: aqui

Harvard's Oliver Hart wins Nobel in economics – Harvard Gazette

04 setembro 2020

Empresas que mais doaram: caridade com bolso dos outros ou investimento em imagem?

Mais um ranking. Agora, das empresas com maior volume de doação. Realmente não sei se faz sentido uma instituição ficar fazendo doação. O executivo aparece como "mocinho", mas o dinheiro é do acionista. Parece hipocrisia. Mas quando imagina que uma doação pode gerar uma imagem favorável da empresa perante seus clientes, talvez a decisão não seja tão inadequada assim. Talvez.


Veja o caso do Senai, que está na lista abaixo. O dinheiro produtivo vai para esta entidade para fazer algo e a entidade resolve "doar" parte deste dinheiro. Fazem parte da lista Vale, JBS e outras empresas. É uma lista bastante polêmica, então. 

O ineditismo das consequências da pandemia do novo coronavírus no Brasil não vai entrar para os livros de história apenas pelo viés dramático do número de vítimas fatais e da recessão econômica acachapante. A Covid-19 despertou o brasileiro para uma corrente de solidariedade que também nunca se tinha visto por aqui. Em dois meses e meio – de 31 de março a 19 de junho, foram doados mais de R$ 5,6 bilhões em resposta à terra arrasada causada pelo vírus, montante que é o resultado da atitude de 395.042 doadores. Entre eles, desde pessoas físicas repassando R$ 30 até grandes bancos, como o Itaú Unibanco, que fez a maior doação até agora, de R$ 1 bilhão (sem mencionar aportes subsequentes de menor valor das empresas ligadas ao grupo). 

Os dados foram compilados pelo site “Monitor das Doações”, criado pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que faz parte de uma rede mais ampla chamada Movimento por uma Cultura de Doação, e foram verificados pela Forbes junto às empresas. Doações em produtos, matéria-prima, logística e outros itens não monetários foram convertidos em reais. 

O segmento que mais doou foi o sistema financeiro, com 33% do total. Alimentação e bebidas estão em segundo, com 14%, e, logo atrás, mineração, com 10%. “Foi o maior movimento de generosidade já visto no Brasil. Incrível termos pessoas, empresas e instituições de todo o país mobilizadas pela doação, por incentivar ainda mais doações, por fazer o bem”, diz João Paulo Vergueiro, diretor executivo da associação.

 “Quando o Monitor das Doações Covid-19 foi ao ar, ele estava em R$ 450 milhões. Hoje esse número é dez vezes maior. Surpreendeu-nos como ele cresceu rápido, e como engajou a sociedade civil para fazer a diferença na vida das pessoas. Em dois meses, as empresas doaram muito mais do que costumam doar em um ano inteiro.” 

 João Paulo credita esse resultado ao fato de o vírus ter atingido todas as camadas sociais do país. “A causa é de todos. Quando temos um motivo que mexe com todos nós, que nos impacta, somos inspirados a doar e sermos ainda mais generosos. O desafio é fazer essa generosidade ser permanente.” 

1 Itaú Unibanco Área de atuação: Serviços financeiros Valor da doação: R$ 1 bilhão 
 2 Vale Área de atuação: Mineração Valor da doação: R$ 500 milhões 
 3 JBS Área de atuação: Indústria alimentícia Valor da doação: R$ 400 milhões 
 4 Ambev Área de atuação: Bebidas Valor da doação: R$ 110 milhões 
 5 Rede D’Or Área de atuação: Hospitais Valor da doação: R$ 110 milhões 
 6 Bradesco Área de atuação: Serviços financeiros Valor da doação: R$ 99 milhões* 
 7 Santander Área de atuação: Serviços financeiros Valor da doação: R$ 85 milhões 
 8 Caoa Chery Área de atuação: Indústria automobilística Valor da doação: R$ 74 milhões 
 9 Senai Área de atuação: Formação profissional Valor da doação: R$ 63 milhões 
 10 Nestlé Área de atuação: Indústria alimentícia Valor da doação: R$ 55 milhões 

Marcas mais valiosas

Uma nova pesquisa (não conhecia, apesar de já existir há 14 anos) sobre o valor de marcas no Brasil. Um ponto diferente nesta pesquisa - em relação à Brand, por exemplo - é que não está restrita as empresas de capital aberto, o que facilita o cálculo. Realmente seriam "marcas". Há muita subjetividade neste tipo de análise, mas vamos lá:

A Kantar e a WPP lançaram hoje (4) o novo ranking Brandz Brasil, que traz as 25 Marcas Mais Valiosas de 2020, em parceria com o jornal “Meio & Mensagem”. Neste ano, apesar do cenário instável causado pela Covid-19, as marcas brasileiras tiveram um incremento de 4%, somando US$ 55,7 bilhões no total. 

O Itaú, com um valor de US$ 8,2 bilhões, assumiu a liderança e se manteve estável no valor de marca, declinando apenas 1% se comparado a 2019. A Skol, que ocupa a vice-liderança, com US$ 6,8 bilhões, e o Bradesco, em 3º lugar, avaliado em US$ 6,1 bilhões, também apresentaram queda em seus valores de marca quando comparados a 2019. 

Apesar de ocuparem duas posições do Top 3, as instituições financeiras enfrentaram uma batalha para se manter no topo. O contexto do negócio já estava sendo afetado antes mesmo da pandemia da Covid-19, com o governo diminuindo drasticamente a taxa de juros e o avanço das fintechs, que estão ganhando cada vez mais espaço. 

“Nesse processo, muitas marcas investiram para mitigar esses danos, ao mesmo tempo que criaram campanhas e posicionamentos para se manterem como a escolha dos brasileiros”, diz Silvia Quintanilha, vice-presidente de atendimento da Kantar Brasil. Especificamente no caso dos bancos, apesar do contexto, o Itaú mantém o valor de seus ativos intangíveis, possibilitando sua chegada ao topo pela primeira vez nos 14 anos do ranking. 

Os destaques do ano foram os setores de varejo e bens de consumo, com crescimentos expressivos em relação a 2019 de 72% e 14%, respectivamente. “Marcas que saíram na frente com a experiência digital, inovação e relacionamento mais próximo com o consumidor conseguiram ter uma performance melhor, criando conexão com seu público”, afirma Silvia. “Neste período de pandemia, é importante que as marcas não se distanciem de seus consumidores. Quando a crise passar, quem estará na mente deles serão as marcas que se mantiveram presentes.” 

Entre as marcas de varejo, o Magazine Luiza aparece em 4º lugar, avaliado em US$ 5,1 bilhões (+124%), e a Renner na 8ª posição, com crescimento de 19% e avaliação de US$ 2,2 bilhões. O Magalu investiu em tecnologia, redes sociais e logística, melhorando a experiência do cliente e atraindo mais vendedores para o seu marketplace. Ela também possibilitou que pequenas e médias empresas pudessem ter acesso ao canal de distribuição da Magalu. Atualmente, a empresa é o maior case de transformação digital e ominichannel no país. 

Já no segmento de bens de consumo, a Sadia, avaliada em US$ 1,6 bilhão, destaca-se em 10º lugar, com alta de 22%. Já a Seara aparece em 18º lugar e registrou um salto de 35% na comparação com o ano passado. Sua avaliação é de US$ 827 bilhões. A empresa focou em sortimento de produtos de maior valor agregado e crescimento de volume. Já a Sadia continua sendo a marca mais valiosa de alimentos, expandindo seu portfolio e linhas de produtos. 

Veja, a seguir, as 10 marcas mais valiosas em 2020 segundo levantamento da Kantar/WPP: 

Itaú Avaliação: US$ 8,2 bilhões Variação em relação a 2019: – 1% 

Skol Avaliação: US$ 6,8 bilhões Variação em relação a 2019: – 6% 

Bradesco Avaliação: US$ 6,1 bilhões Variação em relação a 2019: – 35% 

Magazine Luiza Avaliação: US$ 5,1 bilhões Variação em relação a 2019: 124% 

 Brahma Avaliação: US$ 3,7 bilhões Variação em relação a 2019: – 2% 

 Globo Avaliação: US$ 3,3 bilhões Variação em relação a 2019: – 9% 

 Antarctica Avaliação: US$ 2,5 bilhões Variação em relação a 2019: – 4% 

 Renner Avaliação: US$ 2,2 bilhões Variação em relação a 2019: 19% 

 Amil Avaliação: US$ 2 bilhões Variação em relação a 2019: 11% 

 Sadia Avaliação: US$ 1,6 bilhão Variação em relação a 2019: 22%

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Tentando lembrar

03 setembro 2020

CVC e balanço

 Ajustes negativos na receita líquida de vendas foram os principais motivos para que o resultado financeiro de 2019 auditado da CVC viesse diferente dos valores divulgados preliminarmente pela empresa, em 3 de agosto. Naquela data, a companhia de turismo havia divulgado que o lucro líquido cairia 67% em relação a 2018, para R$ 45,1 milhões. (...)

As demonstrações de fluxos de caixa consolidados não apresentaram modificações na redução de caixa e equivalente de caixa líquidos, para os exercícios de 2018 e 2019, mas foram incorporadas ajustes e reclassificações finais nas diversas linhas das demonstrações, diz a CVC. (Ajustes na receita são principais motivos para prejuízo em 2019, diz CVC - Por Raquel Brandão, Valor)

Acho que no primeiro parágrafo tem uma confusão entre resultado financeiro e resultado líquido. Bom, o segundo é para dizer que o dinheiro não sumiu. 

A relação custo-benefício em tempos de covid


Uma questão bem interessante nos tempos de pandemia é qual razão de muitas sociedades tenham decidido fechar os negócios após uma análise do custo e benefício favorável no sentido contrário. Explicando melhor: alguns analistas mensuraram que os efeitos de um fechamento da economia seria pior do que  manter a economia funcionando. Mesmo assim, muitos países optaram pelo fechamento, mesmo após esta análise. Qual o sentido disto? Talvez um problema de mensuração destas pesquisas? 

O blog Stumbling and Mumbling apresenta uma reflexão sobre isto bem interessante. A análise citada anteriormente é chamada de princípio Kaldor-Hicks: uma mudança de política é uma melhoria se os beneficiários dela pudessem compensar os perdedores e mesmo assim ficar em condições melhores. Ou seja, a abertura da economia supera os custos. 

Para o blog, além da questão da mensuração, quando superestimamos os benefícios e subestimamos os custos - viés da confirmação em outras palavras, há uma questão filosófica. O problema de Kaldor -Hicks é que não leva em conta a distinção entre as pessoas.