Antes de começar alguma coisa, pense também em como terminar
28 agosto 2020
27 agosto 2020
Executivo em live
A CVM soltou uma nota sobre a participação de executivo em lives:
As incertezas sobre o efeito da pandemia da Covid-19 no desempenho das companhias abertas e as modificações nas rotinas de trabalho nos últimos meses popularizaram a realização de transmissões ao vivo com a participação de executivos de companhias abertas. Por isso, a Superintendência de Relações com Empresas da Comissão de Valores Mobiliários (SEP/CVM) divulga orientações sobre as boas práticas que devem ser adotadas em relação a esse tipo de evento.
Ainda que a companhia não seja a organizadora da live e seu representante seja um convidado, o entendimento da área técnica da CVM é que se aplicam a tais eventos as mesmas regras previstas nas normas que tratam da divulgação de informações relevantes e as regras gerais sobre conteúdo e forma das informações.
Comunicado ao mercado
Neste sentido, a recomendação é que seja divulgado, com antecedência, um Comunicado ao Mercado, informando data, horário e endereço na internet em que será transmitida a live que contará com a participação de algum representante da companhia.
Apresentações visuais
“Se não for possível divulgar com antecedência o conteúdo da apresentação, por impossibilidade de se obter tais informações junto aos organizadores, ou por conta de um formato livre de apresentação, recomendamos que o evento aconteça fora do horário de pregão, preferencialmente após o fechamento do mercado, para que a equipe de RI tenha tempo de preparar o material que deverá ser divulgado após o fim do evento no Sistema Empresas.NET”, destaca o superintendente de Relações com Empresas (SEP), Fernando Soares Vieira.
Crime Solucionado: pouca justiça para os criminosos
O gráfico do The Conversation, para os Estados Unidos, mostra que 50% dos crimes são relatados para polícia. A maior parte dos crimes, por decisão dos lesados principalmente, não são objeto de registro. Deste total, a polícia prende 11% dos casos, sendo que em 2% há uma condenação. Veja o grifo: nos Estados Unidos.
Corona: vírus x cerveja
Em janeiro, quando as notícias sobre o corona vírus começavam a ganhar força, muitas pessoas confundiram o problema de saúde com a marca da cerveja. Inexplicavelmente o Google Trends apontava um aumento na pesquisa sobre Corona Beer. Em fevereiro foi divulgada uma pesquisa mostrando que 38% dos americanos não consumiriam a cerveja em hipótese nenhuma. Em abril era nítido que o vírus tinha afetado a empresa que fabricava a cerveja, apesar do interesse no Trends ter reduzido.
Estamos em agosto e até o momento a cerveja persiste. A empresa sabia que o ano seria difícil e preparou uma estratégia defensiva. Conseguiram isolar os clientes que faziam a confusão entre o vírus e a cerveja e reduziram o impacto.
O gráfico da cotação do preço da ação indica o menor valor justamente em março. Apesar de ainda não estar no seu ponto máximo, o preço da ação mostra uma recuperação.
Nada mal. Lembrando que no passado um doce com o nome Ayds - que já existia, não sobreviveu à doença da AIDS. Eis um comercial do produto
Rir é o melhor remédio
Alguns americanos estão preocupados com vacinas que possam ter microchips para rastreá-los.
26 agosto 2020
Nota de R$200: uma péssima ideia
Recentemente, o Banco Central anunciou que irá lançar a cédula de R$200 reais. Para o Banco Central, o lançamento é necessário em virtude da inflação acumulada.
Alguns dados são interessantes (via aqui). O custo de produção de um nota de R$200 é de R$0,32 por unidade; da nota de R$100 é de R$0,29. Assim, imprimir nota de R$200 significa um custo menor que a nota de R$100. Entretanto, o preço da nota é quase igual ao da moeda de R$1.
Existe um grave problema com a decisão do Banco Central em lançar esta cédula. O economista Kenneth Rogoff chamou a atenção que cédulas de alto valor são apreciadas pelos criminosos. Lembram do apartamento com malas de dinheiro? Cédulas de elevado valor são propícias para os criminosos, pois reduzem o número de malas que irão usar. Tanto é assim, que a diretora de administração do Banco Central apressou em afirmar que o anúncio “não significa retrocesso na estratégia de combate à lavagem de dinheiro”. Segundo ela, “nos fóruns internacionais contra a lavagem de dinheiro, não aparece a sugestão de retirar cédulas de alta denominação de circulação” [sic] [Ou seja, ela não conhece a experiência da Europa e da Índia ou está manipulando?] Assim que a notícia apareceu, três partidos entraram com ação no Supremo para impedir a circulação da nova cédula.
Há um interessado direto no lançamento: a Casa da Moeda. Sendo deficitária, a nova emissão poderia ajudar a reduzir seu déficit. Com a redução da emissão de passaportes - em razão da pandemia - a Casa da Moeda considera que a produção pode trazer receita.
Outro interessado, indireto, são as empresas concorrentes da cédula como meio de pagamento, como Cielo e PagSeguro. Em lugar de emitir uma cédula mais útil para população, com as notas de R$10 ou R$20, emitir uma cédula com elevado valor é tornar a moeda corrente um meio de pagamento pouco atrativo para população. Quem já tentou pagar alguma coisa com uma nota de R$100 sabe o que isto significa. Ademais, notas menores são usadas pela população mais pobre, excluídas do sistema financeiro. Assim, a decisão do Banco Central é contra os interesses desta parcela da população. Resumindo:
Agora com o lançamento da nota de R$200, podemos perceber ainda mais claramente que o aumento da participação das cédulas de alta denominação nos meios de pagamento brasileiro é um esforço consciente do BCB. Apesar dessa política superficialmente parecer ser benéfica por causa dos menores custos de produção, ela não passa pelo filtro de uma análise mais detalhada. Ela tem custos “escondidos” indiretos altíssimos, seja por uma menor conveniência para a população em ter que usar cédulas de alta denominação para transações de baixo valor e com pouca disponibilidade de troco, seja porque ela facilita as atividades informais e ilegais, o que pode implicar em custos altíssimos para a sociedade. (Christiano Arrigoni Coelho)
E a Contabilidade? - Veja que a discussão envolve custo de produção, controles internos, corrupção e outros temas.
Lideranças narcisistas e a empresa
Sobre líderes narcisistas, um ponto interessante é o dilema confiança e competência:
A questão é que é mais comum olharmos para a “confiança” do que para a “competência”, diz. “A maioria das organizações não é tão meritocrática ou centrada no talento quanto poderia ser. Os preconceitos, o nepotismo e a política superam as evidências e a ciência”, diz Chamorro-Premuzic. “As pessoas são bastante previsíveis, mas você precisa confiar em dados e ferramentas com base científica, e não na sua intuição”. Atualmente, ele avalia que a maioria das empresas que se diz “people analytics” usa dados e tecnologia para prever resultados positivos, como engajamento. No nível do funcionário, no entanto, há muitos exemplos de como os dados podem prever o absenteísmo, a rotatividade, comportamentos contraproducentes ou antissociais. “A tendência é começar a fazer isso com os líderes com mais frequência. Imagine que um líder corrupto tenha um efeito muito corrosivo e um impacto tóxico na empresa. Culturas tóxicas são o resultado direto de liderança antiética”.
(Lideranças narcisistas não enxergam sua incompetência. Por Barbara Bigarelli - 24/08/2020, Valor)
E a contabilidade? - Há muito os pensadores da contabilidade perceberam que o profissional poderia ser um bom contrapeso para empresa, com o seu conservadorismo. Mas a "virtude" da representação fiel (?) e neutra (?) começou a colocar a contabilidade em um nível muito mais próximo da "confiança" dos executivos. Até ser freada, em parte, com a ginástica que o IFRS fez para adequar a "prudência" dentro da representação fiel. Talvez no Brasil isto não seja um problema tão sério, pois as empresas são tipicamente familiares. Mas o problema da confiança persiste.
Imagem: aqui