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12 agosto 2020

Mídias Sociais e Preço das Ações

Ontem o Valor apresentou uma reportagem interessante sobre como o uso de mídias sociais está influenciando o preço das ações. Hoje, uma entrevista com um responsável pela regulação. Iniciamos com o efeito das mídias no preço. Eis alguns trechos:

No dia 21 de julho, as ações da Via Varejo desbancaram Vale e Petrobras na posição de papéis mais negociados na bolsa. Foram R$ 3,6 bilhões, o maior giro da história do papel em termos ajustados. Não por acaso, esse forte giro coincidiu com o período em que a varejista atingiu o pico de menções no Twitter, rede social que ficou conhecida por ser o novo ponto de encontro de entusiastas do mercado financeiro.

Esse movimento ilustra algo que tem chamado a atenção de investidores, analistas e até de órgãos reguladores: a influência das redes sociais no desempenho das ações. Com a queda dos juros e a natural migração dos investidores para a bolsa, discutir teses de investimento tornou-se algo muito mais comum e frequente, e de certa forma necessário. Ocorre que a influência desses debates no comportamento das ações vem ganhando força, o que pode ser uma fonte de preocupação dado o aumento da participação da pessoa física, investidor ainda com pouca experiência.

As ações de Via Varejo, ao lado de Cogna, viraram febre nas últimas semanas nas redes sociais. De acordo com um levantamento da consultoria Bites, especializada em análises de dados de internet, as buscas pelos termos “VVAR3” e “COGN3” - código das ações de Via Varejo e Cogna, respectivamente - no Google Brasil atingiram o pico no fim de julho, justamente o mês em que estes papéis estiveram entre as maiores valorizações do Ibovespa. No período, Via Varejo avançou 27,69% e Cogna teve ganhos de 26,28%. (...)

Em outubro passado, por exemplo, a Via Varejo foi mencionada 916 vezes no Twitter, num período em que o giro médio diário do papel foi de R$ 157,7 milhões. Dois meses depois, esse número já estava em 3.748, com volume médio diário de negócios de R$ 523,6 milhões. Desde maio, a ação da Via Varejo gira mais do que R$ 1,3 bilhão, figurando assim entre os ativos mais negociados de todo o mercado à vista, ao lado de blue chips como Petrobras e Vale. Entre maio e julho, as menções da Via Varejo no Twitter seguiram o mesmo ritmo ascendente, passando de 3.346 para 6.195. De outubro passado até o fim de julho deste ano, os papéis sobem 150,2%.

Se for considerado todo o universo da rede social, esse número de menções é pequeno. Mas é bastante relevante se considerada apenas a comunidade apelidada de Fintwit, que reúne os entusiastas do mercado financeiro. (...) 

O problema é que a rede social pode ser usada para manipulação e incentiva a criação de bolhas em determinados títulos. Veja:

Para ele [Enrico Cozzolino, analisa de investimento], o movimento atual ainda não caracteriza uma distorção, mas acende um alerta para a alta indiscriminada de um ativo sem a presença de fundamentos. Em dias de alta forte de um papel, por exemplo, é bastante comum que os usuários da rede publiquem mensagens apostando que o valor da ação irá dobrar em determinado período de  tempo, com as comemorações tomando conta das rede e até a formação de grupos de torcida para as empresa. A Via Varejo, por exemplo, é carinhosamente chamada de “Varonga” por aqueles que declaram sua preferência e acreditam em um forte potencial de alta do ativo. (...)

O gestor [um daqueles profissionais que o Valor gosta de citar, "que prefere não ser identificado"] também chama a atenção para o fato de que não há uma diretriz clara sobre esse tipo de comportamento em redes sociais, especialmente para especialistas de mercado. “Em algum momento teremos de discutir se gestor pode ficar postando coisas no Twitter no horário do pregão, se esse perfil é verificado, se essa pessoa presta algum tipo de esclarecimento. Tem gestor que se assume comprado no papel [quando acredita que determina ação irá subir] e depois fica recomendando a empresa no Twitter. O nome disso é manipulação, porque ele ganha em cima dessa valorização”, argumenta.

Rir é o melhor remédio

 Bom ambiente de trabalho ...

11 agosto 2020

Congresso

 

Participem

Golpe Nigeriano e o Executivo da empresa

 Aqui a história de Obinwanne Okeke, um nigeriano que foi capa da Forbes da África em 2016. Okeke tinha 28 anos e era uma estrela (e um exemplo) para muitas pessoas. O empresário possuía diversas ações sociais relevantes e era presença nas redes sociais. Mas ele tinha um lado obscuro: ganhava muito dinheiro com golpes de pishing na internet. 

Acompanhando a vida dos CEO de algumas empresas, Okeke e seu grupo conseguiram tirar de empresas milhões de dólares. Um dos golpes era mandar um e-mail com um link para uma conta, onde o executivo tinha que digitar suas senhas. A página era falsa e a partir da senha, os golpistas controlam o e-mail dos executivos. Com este controle, mandavam e-mails autorizando o pagamento para contas controladas pelos golpistas. 

Eis um trecho interessante:

“Os CEOs presumem que, como pagam milhões de dólares pela segurança e sua equipe está sendo treinada, eles não precisam tomar precauções”.

O texto também conta como o FBI conseguiu provas para prender Okeke, cruzando dados das contas pessoais, com o e-mail de um dos golpistas. 

E a contabilidade com isto?  - eis um caso onde os instrumentos de controle eram falhos. 

Ciência e Covid

Antes da pandemia, o ambiente acadêmico era assim:

Depois de publicado, o conteúdo é protegido da maioria, disponível apenas por meio de licenças pesadas ou de uma taxa de cerca de US $ 30 por artigo. Os membros do público, cujos impostos financiam grande parte da produção científica do país, só podem ver o material após um período de embargo de seis meses a quatro anos, dependendo da revista.

Mas agora:

As coisas estão diferentes agora, durante uma pandemia. A maioria das grandes revistas temporariamente derrubou paywalls  pelo conteúdo do COVID-19, citando seu compromisso em ajudar na pesquisa da doença. Muitos editores também estão acompanhando rapidamente o material relacionado ao COVID-19.

Além disto, tivemos uma explosão da disponibilização das pesquisas antes de sua publicação:

Ainda assim, como laboratórios em todo o mundo realizam estudos sobre essa doença, os periódicos não conseguem acompanhar. Em vez disso, os pesquisadores estão se voltando para as pré-impressões: versões de acesso aberto dos trabalhos de pesquisa compartilhadas antes da revisão ou publicação oficial. Os cientistas publicam seus manuscritos em repositórios abertos, conhecidos como servidores de pré-impressão, onde outros podem ler e discutir as descobertas.

Os servidores explodiram com o conteúdo nos últimos meses. Em junho, mais de 5.000 artigos sobre o vírus haviam sido publicados nos principais servidores de biologia e medicina, bioRxiv e medRxiv (pronunciado “bio-archive” e “med-archive”).

O apelo das pré-impressões é claro: acesso e velocidade. O acesso instantâneo à literatura científica pode salvar os pesquisadores de experimentos desnecessários, por exemplo. Mas há um problema: as pré-impressões ainda precisam passar pela revisão por pares - o teste padrão da boa ciência.

(...) Hoje, quase todas as principais revistas permitem ou, em alguns casos, incentivam os pesquisadores a publicar seus estudos para pré-imprimir servidores antes da publicação. Muitos periódicos chegaram a prometer em seus sites que isso não prejudicaria a chance de um artigo ser publicado posteriormente.

Fonte: aqui

Segredos sujos do carro elétrico

 Um texto muito bom da Forbes analisa até que ponto o carro elétrico é um carro "limpo". A narrativa oficial diz que o carro elétrico é um bom substituto para o carro movido com derivado do petróleo. Entretanto, esquece de levar em consideração o insumo necessário para construção das baterias. Muitos dos insumos são originários de países pobres, onde a sua extração representa a exploração de trabalho infantil. Além disto, mesmo comparando o desempenho, o carro elétrico não se sai muito bem. Eis um trecho:

se substituirmos toda a frota de veículos do Reino Unido por veículos elétricos, supondo que eles usem as baterias de última geração mais econômicas, precisaríamos dos seguintes materiais: cerca do dobro da produção global anual de cobalto; três quartos da produção mundial de carbonato de lítio; quase toda a produção mundial de neodímio; e mais da metade da produção mundial de cobre em 2018. (...) O impacto ambiental e social da mineração amplamente expandida para esses materiais - alguns dos quais são altamente tóxicos quando extraídos, transportados e processados ​​- em países afetados pela corrupção e por registros deficientes de direitos humanos só pode ser imaginado.

(...) Uma vez na estrada, as emissões de dióxido de carbono de EVs [carro elétrico] dependem do combustível de geração de energia usado para recarregar sua bateria. Se vier principalmente de usinas movidas a carvão, levará a cerca de 15 onças de dióxido de carbono para cada quilômetro percorrido - três onças a mais do que um carro similar movido a gasolina. (...) se um EV for dirigido por 50.000 milhas ao longo de sua vida útil, as enormes emissões iniciais de sua fabricação significam que o EV terá realmente colocado mais dióxido de carbono na atmosfera do que um veículo de tamanho semelhante movido a gasolina(...) "Isso está muito longe de 'zero emissões'".


Por sinal, pode ser que exista uma relação entre a Tesla e a derrubada do governo Morales (imagem acima)

Rir é o melhor remédio

 

Explicação do professor x explicação do colega