Translate

10 agosto 2020

Futebol, visitante e desempenho

A questão do desempenho é importante para contabilidade, especialmente para contabilidade gerencial. A pesquisa interessa em tentar entender como o desempenho é influenciado por variáveis como dinheiro, recompensa não monetária, pressões externas etc. Em muitos casos, não temos condições de fazer uma verificação adequada em uma empresa. Mas o que acontece em outras atividades coletivas, praticadas em grupos, pode ajudar a entender algumas das questões relacionadas com o desempenho. 

Este é o caso do esporte. Com a pandemia, algumas partidas de futebol (e de outros esportes) estão sendo disputadas em estádios sem torcidas. O fator campo pode ser estudado através desta situação prática. Pesquisa anterior mostrou que o fator campo proporcionava uma vantagem para o dono da casa. A razão disto nunca foi claramente esclarecida. 

E, no entanto, a fonte dessa vantagem nunca foi realmente identificada. Os analistas atribuíram isso a uma variedade de fatores. Alguns dizem que a equipe visitante sofre por causa do cansaço das viagens. Outros acham que é porque o time da casa tem certa familiaridade com o campo - a superfície de jogo no futebol ou as dimensões do parque no beisebol. Alguns afirmam que é porque os árbitros e árbitros são influenciados pela multidão e, portanto, são tendenciosos a favor do time da casa, ou que os sons do estádio e a zombaria da multidão podem entrar na cabeça dos jogadores adversários. 

Os pesquisadores da psicologia também ficaram intrigados com a causa da vantagem do campo doméstico. 

O psicólogo Robert Zajonc propôs uma teoria chamada facilitação social, em que a "excitação" de um artista aumenta na presença de outras pessoas. Nesse contexto, excitação significa que você se preocupa mais com o que está fazendo quando está sendo observado. Para os atletas, significa que eles ficarão mais motivados quando houver multidão. E se a torcida apoiar, isso pode “facilitar” um melhor desempenho do atleta. Mas, desde então, outros relataram que os efeitos da facilitação social nos estudos dos esportes tendem a ser fracos. E há quem acredite que a multidão nada tem a ver com o desempenho.

Fonte: The Conversation. Imagem aqui

Rir é o melhor remédio

 

09 agosto 2020

Contabilidade de empresas chinesas

O governo Donald Trump emitiu ontem suas recomendações para impedir que as companhias chinesas que não se enquadrarem nas normas contábeis dos EUA sejam listadas nas bolsas americanas. (...) 

As medidas forçarão a remoção das bolsas americanas das ações das companhias chinesas auditadas por firmas cujos trabalhos não podem ser analisados pelo Conselho de Supervisão de Assuntos Contábeis das Companhias Abertas dos EUA (PCAOB), por causa das restrições do governo chinês. 

Há anos o PCAOB não consegue analisar as auditorias das companhias chinesas que possuem ações listadas em bolsas americanas. Pequim proíbe a autoridade reguladora americana de inspecionar as firmas de auditoria no país e também o compartilhamento de documentos de auditorias internos. (...)

Fonte: aqui. (Cartoon: aqui)

Há anos esta reclamação - sobre a qualidade das demonstrações contábeis das empresas Chinesas - existe. O caso da Luckin (aqui e aqui) mostrou a dimensão do problema. Existe uma possível solução:

As recomendações do governo Trump preveem uma alternativa às chinesas, a contratação de um auditor adjunto fora da China, possivelmente uma instituição baseada nos EUA e de dentro do mesmo grupo auditor, possibilitando assim ao PCAOB outros meios para analisar as auditorias. A proposta recomenda a retirada das ações de empresas que não se enquadrarem na exigência até 1º de janeiro de 2022, e a proibição de novas listagens sem o cumprimento dessa regra, o que passaria a valer imediatamente.

Donald Trump e a declaração do Imposto de Renda

Há tempos é uma tradição na política dos EUA o presidente abrir seu imposto de renda. Isto demonstra transparência na vida financeira do político mais importante daquele país. Mas esta tradição foi quebrada com o atual presidente, que recusou a entregar suas informações financeiras. Isto provoca uma curiosidade natural. Provavelmente Trump está querendo esconder algo. Uma notícia recente sobre este assunto:

O gabinete de Vance intimou a empresa de contabilidade de Trump, Mazars USA, em agosto de 2019, solicitando as declarações de impostos como parte de sua investigação, que até agora se acreditava estar focada em pagamentos ocultos feitos durante a campanha de 2016 para comprar o silêncio de duas mulheres que disseram ter tido relações com Trump, incluindo a atriz pornô Stormy Daniels. 

Cohen organizou os pagamentos para Daniels e a outra mulher, a modelo Karen McDougal. O escritório de Vance está investigando se alguma lei eleitoral do Estado de Nova York foi violada quando esses pagamentos foram feitos.

Há também uma desconfiança que Trump superestimou seu patrimônio. 

Vivendo sem os Gigantes da Internet

Depoimento interessante sobre como seria a vida sem Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft. Eis um trecho:

Em seguida bloqueei Amazon, Facebook, Google, Apple e Microsoft, uma por uma - e então todas de uma vez - ao longo de seis semanas. De longe, Amazon e Google foram as empresas mais difíceis de evitar. 

Para eliminar a Amazon da minha vida, tive que perder o acesso a qualquer site hospedado pela Amazon Web Services, maior provedora de espaço na nuvem da internet. Muitos aplicativos e boa parte da internet usam os servidores da Amazon para hospedar seu conteúdo digital, e uma grande fatia do mundo digital se tornou inacessível quando me despedi da Amazon, incluindo a Netflix, concorrente do Amazon Prime Video.

A Amazon também foi difícil de evitar no mundo real. Quando usei o eBay para encomendar um suporte de celular para o carro, o produto chegou em uma embalagem da Amazon, porque o vendedor usou a opção “Enviado pela Amazon", pagando à empresa pelo armazenamento e envio do seu produto. Quando bloqueei o Google, a internet inteira ficou lenta para mim, pois quase todos os sites que eu visitava usavam o Google para o fornecimento de suas fontes, anúncios, rastreamento de usuários e identificação de humanos ou bots. Ao bloquear o Google, perdi acesso ao serviço de armazenamento de dados Dropbox porque o site pensou que eu não era uma pessoa de verdade. Uber e Lyft pararam de funcionar para mim porque ambos dependem do Google Maps para sua navegação. Descobri que, na prática, o Google Maps exerce um monopólio no segmento dos mapas on-line. Até a Yelp, que há muito critica o Google, usa os mapas da empresa para dizer aos usuários de computador onde se localizam os negócios. (...)

Com frequência, diz-se aos críticos das grandes empresas de tecnologia que “se não gostam das empresas, não usem seus produtos". Depois de realizar esse experimento, posso concluir que é impossível fazer isso. Não se trata apenas dos produtos e serviços que recebem diretamente as marcas dessas gigantes, mas também do fato dessas empresas serem donas de uma série de produtos e serviços mais obscuros dos quais é difícil desvencilhar, as ferramentas das quais dependemos para tudo que fazemos, seja no trabalho ou para chegar do ponto A ao ponto B.

Fonte: 

Tentei viver sem as gigantes da tecnologia, e foi impossível. Kashmir Hill, The New York Times 03 de agosto de 2020 | 10h00. Imagem: aqui

Análise Fundamentalista está morta !

 Value Investing é um fracasso há 30 anos, segundo o professor de de contabilidade   Baruch Lev da NYU:

Resumo:

It is widely believed that the long-standing and highly popular value investing strategy—investing in low-valued stocks and selling short high-valued equities—lost its edge in the past 10-12 years. The reasons for this putative failure of value investing elude investors and academics, making it a challenge to assess the likelihood of the return of value investing to its days of glory. Based on extensive data analysis we show that value investing has generally been unprofitable for almost 30 years, barring a brief resurrection following the dotcom bust. We identify two major reasons for the failure of value investing: (1) accounting deficiencies causing systematic misidentification of value, and particularly of glamour (growth) stocks, and (2) fundamental economic developments which slowed down significantly the reshuffling of value and glamour stocks (mean reversion) which drove the erstwhile gains from the value strategy. We end up by identifying the type of companies (stocks) that may still generate gains from value investing.

Lev, Baruch Itamar and Srivastava, Anup, Explaining the Recent Failure of Value Investing (October 25, 2019). NYU Stern School of Business, Available at http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3442539


[...]

In our widely debated paper (“Explaining the Recent Failure of Value Investing”), we have established empirically the following:

  • The failure of value investing isn’t a recent phenomenon. In fact, this highly touted and widely used investment technology stopped performing in the late 1980s.
  • Value investing had a five-to six-year resurgence in the early 2000s, mainly due to Nasdaq’s collapse, and then returned to its long-term underperformance.
  • An important reason for the failure of value investing is the use of highly deficient accounting data ― book values and earnings, in particular ― in selecting “value” and “growth” stocks.
  • Beyond such mismeasurements, the main reasons for the failure of value investing are long-term, structural economic changes, causing a significant slowdown of the mean reversion of both value and growth stocks.

For the unfamiliar: Value investing is a popular investment scheme of buying low-valued stocks (e.g., low market-to-book or price-to-earnings stocks), and selling short highly valued stocks. The natural rebound of the former (“value” stocks) and the price drop of the latter (“growth” stocks) — namely, mean reversion ― generated the gains from value investing in the 1970s and 1980s.

But despite the clear and damning empirical evidence and the protracted underperformance of most value funds, there are still die-hards claiming that value investing will return to its former glory. In particular, some assert now that value investing is a safeguard in time of crisis. We decided to examine this claim on two recent crises: the financial crisis (December 2007 through June 2009, both inclusive), and the COVID crisis (2020 year, until July 27, 2020). Our data, presented below, will continue to disappoint value believers.

Saiba o que é Value Investing: Estratégia de Warren Buffett

fonte: aqui

Rir é o melhor remédio