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08 agosto 2020

Pandemia e Ciência 2

 Tim Harford lembra um aspecto importante: adoramos "casos" neste sentido deixamos de lado a ciência (os números, as probabilidades, ...). Na realidade, isto não é originalmente dele, mas de Kahneman. Para este ganhador de Nobel, as "histórias vivas" tendem a embaçar nossa avaliação de risco. 

Em lugar da descrição simples "morrendo de Covid", contarmos uma história sobre infecção, preocupação familiar, febre, recuperação aparente, mudança acentuada para pior, ser levado rapidamente para o hospital, sedação e morte, separação da família, bem, nesta altura, ninguém se importa com a percentagens. O risco ficou terrivelmente real, pelo menos por um tempo. 

Por isto ficamos impressionados com as reportagens jornalísticas que contam os casos reais de uma pessoa específica e temos a tendência a extrapolar para todos os casos. 

Harford lembra um trabalho recente (e já polêmico) divulgado pelo NBER. O estudo solicitou que as pessoas respondessem sobre os riscos do coronavírus. O resultado mostrou que os jovens apresentaram uma estimativa de risco muito superior ao risco real. Já os mais velhos foi justamente o contrário: eles colocaram um risco bem menor. Já sabemos que o Covid apresenta uma taxa de risco muito reduzida para os jovens e um risco superior para os idosos. Vale a pena dar uma olhada no artigo de Harford.

Pandemia e a Ciência 1

 

Muito ainda iremos discutir sobre algumas questões estatísticas no mundo de pandemia. Mas já sabemos de algumas falhas cometidas neste ano por parte dos cientistas e das autoridades. 

Uma discussão importante e que deve ser feita sem alarme é se a forma como reagimos a doença foi razoável ou não. Neste momento é preciso analisar os argumentos, sem o viés da confirmação. O site ZeroHedge tem postado alguns textos contrários a forma como os governos reagiram à pandemia. Em um deles, "A maior fraude de todos os tempos" é muito afirmativo e contrário aos bloqueios. É importante ler e analisar criticamente os argumentos. O modelo do Imperial College parece que tinha falhas e a OMS cometeu erros grosseiros (e políticos). Escutamos demais Fergunson e pouco John Ioannidis:

Quando o bloqueio foi imposto, fomos informados de que estávamos enfrentando uma segunda pandemia de gripe espanhola (que provavelmente matou até 50 milhões de pessoas); que os hospitais seriam invadidos e haveria 500.000 mortes somente no Reino Unido. Era uma narrativa poderosa e emotiva, mas nunca era verdade. Os governos e uma mídia obediente focaram-se exclusivamente no cenário apocalíptico do Imperial College, agora baseado em um modelo hipotético e mal codificado, ignorando a história de seu autor de previsões fracassadas do apocalipse e as diferentes visões de outros cientistas.

O risco de mortalidade populacional do vírus foi inicialmente estimado em 3,8% pela OMS, que chegou a esse número simplesmente dividindo o número de mortes chinesas pelo número de casos confirmados, ignorando o fato de que apenas uma pequena proporção das pessoas infectadas provavelmente havia realmente foi testado; que os casos assintomáticos provavelmente apresentavam uma sub-representação significativa nos testes e que os casos mais graves provavelmente estavam altamente correlacionados a sintomas graves. Esse erro estatístico básico de simplesmente dividir as mortes por infecções relatadas não apenas exagerou a gravidade do risco, mas também levou diretamente a um erro político sobre a capacidade hospitalar e as mortes no domicílio.

Os relatórios da mídia também falharam intencionalmente em reconhecer que o risco de mortalidade estava altamente inclinado à idade ( idade mediana da mortalidade de 82 29), a fim de assustar toda a população a observar o bloqueio com relatos falsamente exagerados da mídia de jovens e saudáveis que morrem devido ao vírus. O risco de mortalidade entre os idosos foi distorcido para aqueles com problemas de saúde existentes (presença de comorbidades), com a Itália relatando que 96% das mortes por vírus também sofriam de outras doenças, mas isso não se encaixava na narrativa desejada.

Mas a falta de coordenação (e o descaso de alguns) também deve ser considerado. A obtenção da imunidade do rebanho por incompetência (IRPI), termo criado por Fernando Reinach, mostra nosso fracasso. Novamente, que fique bem claro, não é ser "contra ou a favor", mas de tentar olhar os argumentos dos dois lados. 

Rir é o melhor remédio

 

07 agosto 2020

Notícias da Wirecard

 

A empresa alemã Wirecard fracassou recentemente, após uma grande investigação de jornalistas ingleses. Depois de negar problemas, a empresa teve que contratar uma auditoria independente, que desacreditou os números contábeis, especialmente os valores do caixa e equivalentes. Basicamente, a empresa tinha 2 bilhões de dólares a menos que o informado nas demonstrações contábeis. 

Com a renúncia do seu executivo, as investigações apontam algumas coisas interessantes. Segundo o Financial Times, um ex-parceiro da empresa, chamado Christopher Bauer (cartoon), apareceu misteriosamente morto em Manila. A Wirecard tinha feito empréstimos para empresas vinculadas à Bauer, um pouco antes da fraude ser descoberta. Parece que através dos empréstimos, o dinheiro saiu da Wirecard, uma parte dele no início de 2020. Uma empresa, chamada Ocap, recebeu 100 milhões de euros; a empresa era chefiada por um ex-funcionário da Wirecard. 

Um diretor de uma empresa contábil da Cingapura foi preso e acusado de falsificar documentos para esconder os problemas na Wirecard. 

Há dúvidas se Bauer está realmente morto e mais investigações serão realizadas (via aqui)

Webinar

 

Rir é o melhor remédio


Encaminhado por Sérgio Nazaré (grato)

06 agosto 2020

Quando comunicamos com o mercado?


O gráfico acima mostra a distribuição do horário que um fato relevante de uma empresa de capital aberto foi colocado no site da CVM. Ao todo 1.732 fatos relevantes foram postados no site desde o início de 2020 até 3 de agosto. Os horários preferidos: o início da manhã e o período noturno. 

Como a comunicação quando o mercado está em funcionamento não é muito incentivada, o período da tarde possui pouca emissão. Em algumas empresas parece que vale o dito: o que você faz entre meia noite e seis horas da manhã. Apesar de reduzido, há comunicação durante o horário de sono das pessoas normais.