Com a pandemia, a CVM regularizou a realização de Assembleias de maneira virtual. Após a normatização, um grande número de empresas fez seu encontro, seja totalmente virtual ou de forma híbrida.
Uma declaração do diretor da CVM sugere que esta não será uma alternativa provisória.
“No cenário sem pandemia, as assembleias híbridas vão ser mais comuns”
(diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Gustavo Gonzalez).
A princípio parece descartado a assembleia 100% digital, no cenário posterior à pandemia.
(Imagem aqui)
29 julho 2020
Investigações não divulgadas da SEC
Resumo:
One of the hallmarks of the SEC’s investigative process is that it is shrouded in secrecy––only the SEC staff, high-level managers of the company being investigated, and outside counsel are typically aware of active investigations. We obtain novel data on all investigations closed by the SEC between 2000 and 2017––data that was heretofore non-public––and find that such investigations predict economically material declines in future firm performance. Despite evidence that the vast majority of these investigations are economically material, firms are not required to disclose them, and only 19% of investigations are initially disclosed. We examine whether corporate insiders exploit the undisclosed nature of these investigations for personal gain. Despite the undisclosed and economically material nature of these investigations, we find that insiders are not abstaining from trading. In particular, we find a pronounced spike in insider selling among undisclosed investigations with the most severe negative outcomes; and that abnormal selling activity appears highly opportunistic and earns significant abnormal returns. Our results suggest that SEC investigations are often undisclosed, economically material non-public events and that insiders are trading in conjunction with these events.
Blackburne, Terrence and Kepler, John and Quinn, Phillip J. and Taylor, Daniel, Undisclosed SEC Investigations (April 25, 2020). Management Science, Forthcoming, Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3507083
One of the hallmarks of the SEC’s investigative process is that it is shrouded in secrecy––only the SEC staff, high-level managers of the company being investigated, and outside counsel are typically aware of active investigations. We obtain novel data on all investigations closed by the SEC between 2000 and 2017––data that was heretofore non-public––and find that such investigations predict economically material declines in future firm performance. Despite evidence that the vast majority of these investigations are economically material, firms are not required to disclose them, and only 19% of investigations are initially disclosed. We examine whether corporate insiders exploit the undisclosed nature of these investigations for personal gain. Despite the undisclosed and economically material nature of these investigations, we find that insiders are not abstaining from trading. In particular, we find a pronounced spike in insider selling among undisclosed investigations with the most severe negative outcomes; and that abnormal selling activity appears highly opportunistic and earns significant abnormal returns. Our results suggest that SEC investigations are often undisclosed, economically material non-public events and that insiders are trading in conjunction with these events.
28 julho 2020
Recebendo comida: como trajar
Energia Verde será secundária por muitos anos
É sempre bom ler um artigo que desafia o pensamento típico com bons argumentos. Este é o caso do artigo de Gail Tverberg, no blog Our Finite World (via aqui). Tverberg argumenta que não é possível um mundo futuro baseado na chamada energia “verde” (hidráulica, solar e eólica). São vários os argumentos, mas gostaria de destacar dois deles.
O primeiro é que estas fontes de energia são intermitentes. Ou seja, está disponível quando o sol estiver brilhando ou o vento soprando. Mas muitas aplicações da indústria a intermitência é um problema. Se você quiser usar um elevador, a energia intermitente pode significar que a máquina pararia de funcionar se não existir vento soprando. Isto é válido para uma série de situações, o que faz com que a energia verde tenha uma limitação de uso. Conforme lembra Tverberg, para ser útil, a eletricidade precisa estar disponível quando existir uma demanda por parte dos usuários. A luz solar pode ser uma boa fonte de energia em dias claros, mas não em períodos nublados ou durante o período noturno. Talvez por este motivo, a energia verde é responsável por uma parcela bem reduzida do abastecimento mundial: aproximadamente 10% tem sua origem nos ventos, no sol ou na força dos rios (gráfico). E isto não deve mudar tão cedo.
O segundo aspecto interessa ao leitor do blog. Refere-se ao custo de produção. Para Tverberg, não sabemos efetivamente quando custa produzir a energia verde, uma vez que em muitos locais do mundo há um forte subsídio para este setor. E parte deste recurso é proveniente do petróleo e derivados. Assim, não é possível comparar a energia verde com as fontes predominantes e afirmar, como pretendem alguns, que os custos estão cada vez mais próximo. Na visão do texto, há ainda um grande futuro para as fontes tradicionais de energia.
O primeiro é que estas fontes de energia são intermitentes. Ou seja, está disponível quando o sol estiver brilhando ou o vento soprando. Mas muitas aplicações da indústria a intermitência é um problema. Se você quiser usar um elevador, a energia intermitente pode significar que a máquina pararia de funcionar se não existir vento soprando. Isto é válido para uma série de situações, o que faz com que a energia verde tenha uma limitação de uso. Conforme lembra Tverberg, para ser útil, a eletricidade precisa estar disponível quando existir uma demanda por parte dos usuários. A luz solar pode ser uma boa fonte de energia em dias claros, mas não em períodos nublados ou durante o período noturno. Talvez por este motivo, a energia verde é responsável por uma parcela bem reduzida do abastecimento mundial: aproximadamente 10% tem sua origem nos ventos, no sol ou na força dos rios (gráfico). E isto não deve mudar tão cedo.
O segundo aspecto interessa ao leitor do blog. Refere-se ao custo de produção. Para Tverberg, não sabemos efetivamente quando custa produzir a energia verde, uma vez que em muitos locais do mundo há um forte subsídio para este setor. E parte deste recurso é proveniente do petróleo e derivados. Assim, não é possível comparar a energia verde com as fontes predominantes e afirmar, como pretendem alguns, que os custos estão cada vez mais próximo. Na visão do texto, há ainda um grande futuro para as fontes tradicionais de energia.
Os balanços que estão chegando
Os balanços que as empresas anunciarão nos próximos dias (ou já anunciaram) serão importantes para medir a influência da pandemia sobre os resultados. Uma vez que os efeitos maiores da crise de saúde ocorreu especialmente a partir de final de março, será no segundo trimestre de 2020 que teremos uma ideia melhor como o Covid-19 prejudicou (ou beneficiou) as empresas.
Nesta semana, algumas das maiores empresas do mundo irão divulgar os resultados, como as empresas de tecnologia e de petróleo. O Financial Times (via aqui) resume bem esta situação:
Decorridas duas semanas da safra de balanços corporativos nos Estados Unidos, três lições importantes ficaram claras. Primeiro, Wall Street pode ter sido pessimista demais em relação aos resultados. Segundo, as empresas que parecem estar prosperando na pandemia serão castigadas se seus números desapontarem. E terceiro, as incertezas com o coronavírus tornaram mais difícil para as empresas dizer muitas coisas sobre o futuro.
Um ponto interesse diz respeito a estrutura de custos. Neste sentido, alguns custos não evitáveis justificam um eventual resultado ruim:
Embora as empresas tenham reduzido as folhas de pagamento em resposta às quarentenas, muitas tiveram problemas para reduzir uma série de custos fixos, como as despesas com leasing, e precisaram gastar mais para viabilizar o trabalho a distância ou permitir o distanciamento social, além de realizar medidas de higiene intensas para manter seus funcionários e clientes seguros.
Apesar do foco no resultado, o texto chama atenção para o interesse nos dividendos.
“Talvez o importante nessa safra de balanços não sejam os lucros; talvez sejam os dividendos”, diz Jeff Kleintop, principal estrategista global de investimentos da Charles Schwab. Ele observa que muitos investidores estão em busca de rendas que não estão conseguindo no mercado de bônus.
Foto: aqui
Nesta semana, algumas das maiores empresas do mundo irão divulgar os resultados, como as empresas de tecnologia e de petróleo. O Financial Times (via aqui) resume bem esta situação:
Decorridas duas semanas da safra de balanços corporativos nos Estados Unidos, três lições importantes ficaram claras. Primeiro, Wall Street pode ter sido pessimista demais em relação aos resultados. Segundo, as empresas que parecem estar prosperando na pandemia serão castigadas se seus números desapontarem. E terceiro, as incertezas com o coronavírus tornaram mais difícil para as empresas dizer muitas coisas sobre o futuro.
Um ponto interesse diz respeito a estrutura de custos. Neste sentido, alguns custos não evitáveis justificam um eventual resultado ruim:
Embora as empresas tenham reduzido as folhas de pagamento em resposta às quarentenas, muitas tiveram problemas para reduzir uma série de custos fixos, como as despesas com leasing, e precisaram gastar mais para viabilizar o trabalho a distância ou permitir o distanciamento social, além de realizar medidas de higiene intensas para manter seus funcionários e clientes seguros.
Apesar do foco no resultado, o texto chama atenção para o interesse nos dividendos.
“Talvez o importante nessa safra de balanços não sejam os lucros; talvez sejam os dividendos”, diz Jeff Kleintop, principal estrategista global de investimentos da Charles Schwab. Ele observa que muitos investidores estão em busca de rendas que não estão conseguindo no mercado de bônus.
Foto: aqui
Pressão e manipulação
Eis uma caso onde a pressão por atingir metas termina por conduzir a manipulação dos resultados. A empresa europeia Airbus, de fabricação de aviões, tem várias fábricas pelo continente. A produção espalhada faz com que o planejamento deva ser observado de forma bem rigorosa. Na produção do modelo A350, as instalações na Espanha, em Getafe, manipulou, entre 2016 e 2017,
O problema envolveu uma diferença entre as horas de trabalho que faltavam para terminar o projeto e o que estava realmente pendente. A investigação interna ocorreu em 2018.
Além da suposta maquiagem nas horas pendentes de trabalho, a investigação reuniu testemunhos sobre problemas de natureza industrial no processo de montagem de componentes do A350 confiados à Airbus Getafe, como “a falta de espaço e dificuldades de automação, que eram um obstáculo para que ele poderia alcançar seus objetivos operacionais e financeiros ".
Leia mais aqui. Foto: Airbus
O problema envolveu uma diferença entre as horas de trabalho que faltavam para terminar o projeto e o que estava realmente pendente. A investigação interna ocorreu em 2018.
Além da suposta maquiagem nas horas pendentes de trabalho, a investigação reuniu testemunhos sobre problemas de natureza industrial no processo de montagem de componentes do A350 confiados à Airbus Getafe, como “a falta de espaço e dificuldades de automação, que eram um obstáculo para que ele poderia alcançar seus objetivos operacionais e financeiros ".
Leia mais aqui. Foto: Airbus
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