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21 julho 2020

Batalha contra micróbio

O ambiente econômico mundial vive uma batalha contra o Covid-19. Os gráficos mostram que a história recente da humanidade foi uma luta contra os micróbios.
O primeiro mostra o número de mortes com a varíola. Até a metade do gráfico, o número de pessoas mortas era muito grande. Em 1796 a vacina foi criada (foi a primeira vacina) e o número de mortes caiu, até a "extinção" da doença.

O gráfico do meio tem a pólio. Em 1955 a vacina foi desenvolvida (metade do segundo gráfico) e novamente o número de mortos caiu. A redução foi muito mais rápida do que o primeiro gráfico, já que a expansão do conhecimento científico foi mais rápida.

O terceiro gráfico é do sarampo. Novamente, uma vacina reduziu substancialmente o número de mortes.

Talvez por este três casos é que esperamos ansiosamente a criação de uma vacina contra o Covid-19. Sua chegada poderá reduzir substancialmente o número de mortos com a doença. Mas será que iremos repetir os três casos citados? Há algumas razões para o otimismo:

O genoma foi sequenciado em duas semanas e, desde então, cientistas de todo o mundo vêm trabalhando incansavelmente para desenvolver a vacina que encerra a pandemia. Os primeiros resultados da vacina desenvolvida aqui na Universidade de Oxford são promissores.

Contabilidade - enquanto alguns apressados afirmam que os balanços devem trazer o reconhecimento nos negócios dos efeitos do Covid-19, não seria o caso de perguntar se não haverá uma descoberta de uma vacina nos próximos meses? Se isto realmente não ocorrer (ou acontecer de forma mais lenta, a exemplo da Aids), efetivamente teremos que reconhecer que a aquisição realizada nos anos passados devem ter seu goodwill baixado ou que devemos aumentar a estimativa do não recebimento por parte dos clientes.

Mas e se alguém descobrir uma vacina? Bom, a curva de mortes irá cair e quem o cenário sombrio não aconteça. Se uma pessoa afirmar que haverá uma grande descoberta científica contra o Covid nas próximas semanas, você teria base concreta para provar que esta pessoa está errada? Realmente alguém pode afirmar com grande confiança que isto (não) irá ocorrer? Se alguém opina que haverá um cenário sombrio nos próximos meses, será que podemos realmente desacreditar em uma pessoa que faz uma previsão otimista? Na verdade não. Como resolver este impasse? Será que a norma contábil está preparada para um ambiente tão incerto?

Rir é o melhor remédio

Turma 2020

20 julho 2020

Teoria da Conspiração e Fake News


Comentamos em postagem anterior sobre a importância das mídias sociais para a contabilidade. Um assunto próximo a este, também relevante, são as teorias da conspiração. O Estado faz um resumo sobre o assunto bem interessante (aqui). Há inclusive um manual sobre o assunto, em PDF, com um bom embasamento.

Imagem aqui

A relevância da questão ambiental

Mesmo com as dificuldades de mensuração e os questionamentos sobre sua relevância, a mensuração ambiental parece relevante. Um texto do Estado de S.Paulo trata disto:

Passivo ambiental de empresas se torna fator de risco e afasta investidor

Companhias sem agenda de sustentabilidade realista correm risco de receber menos aportes ou de ter de pagar mais caro por financiamento de fundos internacionais

Mônica Scaramuzzo, 18 de julho de 2020 


Assim como nos últimos anos as empresas envolvidas em corrupção e lavagem de dinheiro foram excluídas dos portfólios de grandes investidores globais, em um movimento que tornou imperativa a adoção de práticas de compliance pelas companhias, agora são as empresas com passivo ambiental ou sem agenda de sustentabilidade crível que correm o risco de receber menos aportes ou de ter de pagar mais caro para ter acesso a financiamento.


“Os conselhos de administração de empresas e gestores de grandes fundos estão, cada vez mais, olhando diretamente os temas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) para fazer investimentos”, diz Bruno Fontana, responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse.


Há dois meses, o Norges Bank, fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, com US$ 1 trilhão em ativos, decidiu excluir a Vale e a Eletrobrás de sua carteira de investimentos. A decisão do conselho executivo do fundo levou em conta a percepção do risco de que as companhias contribuam para danos ambientais e violações aos direitos humanos. A exclusão da Eletrobrás foi relacionada especificamente a problemas no desenvolvimento da usina de Belo Monte, e a da Vale aos acidentes de Brumadinho e Mariana.


A Vale já tinha enfrentado a reação de outros investidores pelo mesmo motivo. O britânico Church of England se desfez das ações da empresa após Brumadinho. O megafundo de pensão californiano Calpers, com portfólio de US$ 402 bilhões, vendeu todos os títulos de dívida da companhia e a gestora holandesa Robeco pôs a Vale em uma lista de empresas com restrições de investimento.


A petroquímica Braskem, por sua vez, também encara as dificuldades de estar associada a um problema ambiental. A empresa está tentando fazer uma captação avaliada em cerca de US$ 1 bilhão no mercado para reduzir sua dívida, mas enfrenta questionamentos de investidores quanto a seu passivo ambiental em Alagoas, onde sua atividade de mineração é relacionada ao afundamento de quatro bairros em Maceió. Mesmo com a grande liquidez no mercado global e as taxas de juros baixas, o custo de captação deverá ser mais alto por causa desse passivo ambiental, segundo fontes que acompanham a operação.


Para Christian Egan, diretor executivo de mercados globais e tesouraria do Itaú BBA, já há países e gestores dizendo não querer comprar ações de empresas brasileiras. “Então, de certa maneira estamos deixando de fora um bolo de investidores muito grande não só para mercado de capitais, mas, principalmente, para projetos de infraestrutura e privatizações. Acho que o problema maior para o Brasil é se um país vai deixar de comprar commodities daqui por conta disso. Se não fizermos nada, chegaremos lá.”


Agenda ambiental
Com a retomada do mercado de capitais, que prevê mais de 40 operações de ofertas iniciais de ações na Bolsa no segundo semestre, a agenda sustentável das companhias que vão a mercado cada vez importa mais, diz Alessandro Zema, presidente do banco Morgan Stanley no Brasil.


Este mês, a empresa de gestão de resíduos Ambipar conseguiu levantar mais de R$ 1 bilhão ao abrir capital na B3. “Foi o primeiro IPO recente beneficiado pela agenda ESG”, diz uma fonte que participou da operação. E, ainda que os próximos IPOs não estejam pautados pelos temas ESG, a crise atual tem servido de alerta para as companhias.


Imagem: aqui

Rir é o melhor remédio

os diversos comportamentos de um professor

Ambiente e a mensuração do custo da TIC

Um texto do El País (Cuanto contamina enviar un tuit, hacer una búsqueda en Internet o ver un vídeo
de Youtube?, Isabel Rubio e Oivial Bueno, dica de Claudio Santana, grato) chama a atenção para a questão ambiental na tecnologia. O gráfico abaixo mostra o consumo por segundos de uma mensagem do Twitter versus Facebook. O texto apresenta também outros comparativos interessantes. Segundo os dados de um professor de Coimbra, citado no texto, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) consomem de 6 a 9% da energia mundial e isto está aumentando. Um comparativo: a aviação é responsável por 3,5% das emissões [aqui o texto parece confundir consumo de energia elétrica com emissão de gases]

Mas... Uma das coisas que a pandemia está ensinando é que podemos economizar nas viagens. A Nature mostra isto através de um evento, o encontro da American Geophysical Union (AGU), que ocorre em Chicago. O gráfico mostra as diversas opções do evento, desde uma situação onde todos os participantes vão para Chicago, passando por uma divisão com duas outras cidades (Paris e Tóquio) até uma conferência totalmente virtual.

postamos que apesar do aumento no uso de TIC, o aumento na emissão não tem sido na mesma proporção. Há uma economia nesta emissão. Além disto, como mostra o cálculo da conferência, é sempre importante fazer uma referência a atividade substituta: a emissão assistindo uma conferência versus a viagem de avião; a emissão da Netflix versus ir ao cinema e assim por diante.

Contabilidade - a questão ambiental é um aspecto importante para a contabilidade atual. A mera estimativa do consumo energético do uso de uma TIC talvez não seja suficiente para uma descrição geral do impacto de uma empresa. É preciso ter uma visão mais abrangente. Entretanto, sem os exageros, que podem tornar a mensuração pouco crível.

19 julho 2020

Efeito do Covid sobre as previsões

O gráfico mostra a estimativa do lucro por ação do JP Morgan. A estimativa é trimestral, desde 2019 até o último trimestre de 2020, sendo o ponto vermelho a melhor estimativa e o ponto verde a maior. O ponto cinza é o valor observado. Em 2019 a estimativa sempre esteve aquém do valor observado. Mas o ano de 2020 mudou isto. No primeiro trimestre, a estimativa esteve bem acima do valor observado.

Além disto, há outro aspecto que se destaca: a distância entre o menor valor e o maior valor aumentou. Em termos técnicos, a dispersão aumentou, especialmente nos dois primeiros trimestres de 2020.

Contabilidade - Parte da contabilidade é nos dias atuais previsão. O gráfico mostra que as previsões estão mais dispersas. Como fazer uma estimativa de fluxo de caixa das provisões ou dos ativos sujeitos à recuperabilidade neste ambiente? A elevada dispersão permite uma maior "flexibilidade" nesta previsão. Como o auditor lida com uma previsão otimista (ponto máximo do gráfico), se sua opinião é pessimista (ponto mínimo)?