Um estudo publicado ontem mostra o risco de perda de emprego em razão da automação. Os autores afirmam que o Covid irá provocar um aumento no processo de automação. Mas isto não irá afetar de forma igual a todas a profissões. Uma tabela relevante do trabalho (dados para os EUA):
Veja que a profissão contábil tem um risco relativamente elevado de automação, embora o risco de transmissão seja reduzido. Foi classificada como uma ocupação de médio risco.
Fonte: COVID-19 and Implications for Automation. Alex W. Chernoff, Casey Warman. NBER Working Paper No. 27249
14 julho 2020
Manchester City tem a maior vitória da temporada
Em Fevereiro deste ano, o clube de futebol inglês Manchester City foi punido com uma multa de 30 milhões de euros e uma suspensão de dois anos de não participação do torneio de futebol mais importante da Europa, a Champions. Contra o clube, acusações de violação de regras contábeis relacionadas com o fair-play financeiro, estipulada pela entidade que regula o futebol europeu, a UEFA. Basicamente, o clube inglês fez transações onde o limite de investimento foi ultrapassado por uma burla na lei, via patrocínio. Havia uma limite para investimento e o City ultrapassou este limite através de um contrato de marketing com o seu próprio controlador.
A punição foi bem rigorosa e poderia indicar uma maior seriedade na gestão financeira dos clubes europeus. Havia uma estimativa que a punição poderia significar um prejuízo de 200 milhões de euros para o clube e inviabilizar o projeto de ganhar a Champions.
Ontem uma boa notícia. O comitê de apelação, formado por um português, um alemão e um francês, decidiu derrubar a maioria das acusações, embora tenha mantido a multa, agora reduzida para 10 milhões de euros.
O clube comemorou a decisão, embora tenha afirmado que não tinha analisado os efeitos de forma plena. Com isto, o City pode jogar a Champions.
Contabilidade - O aspecto contábil, que sustentava a acusação contra o City, foi deixado de lado, sob argumento que parte da acusação tinha sido prescrita ou não eram conclusiva. Parte da prescrição é devido ao fato do clube ter atrapalhado as investigações, mas isto não foi levado em consideração. O que prevaleceu foi o aspecto político; o custo seria muito alto em punir um clube tão poderoso.
A punição foi bem rigorosa e poderia indicar uma maior seriedade na gestão financeira dos clubes europeus. Havia uma estimativa que a punição poderia significar um prejuízo de 200 milhões de euros para o clube e inviabilizar o projeto de ganhar a Champions.
Ontem uma boa notícia. O comitê de apelação, formado por um português, um alemão e um francês, decidiu derrubar a maioria das acusações, embora tenha mantido a multa, agora reduzida para 10 milhões de euros.
O clube comemorou a decisão, embora tenha afirmado que não tinha analisado os efeitos de forma plena. Com isto, o City pode jogar a Champions.
Contabilidade - O aspecto contábil, que sustentava a acusação contra o City, foi deixado de lado, sob argumento que parte da acusação tinha sido prescrita ou não eram conclusiva. Parte da prescrição é devido ao fato do clube ter atrapalhado as investigações, mas isto não foi levado em consideração. O que prevaleceu foi o aspecto político; o custo seria muito alto em punir um clube tão poderoso.
Frase
A situação de crise de saúde pública que se vive nesta data em Portugal e no mundo irá seguramente provocar impactos sobre toda a economia, e portanto também sobre todas as empresas participadas e sobre a holding, os quais, são, nesta data, ainda impossíveis de caracterizar e quantificar, embora não se antecipe qualquer situação em que possa estar em causa a preservação dos principais equilíbrios da generalidade das empresas do Grupo Parpública e, muito menos, a sua continuidade
Do Relatório de Auditoria assinado pelo CRC – Colaço, Rosa, Coelho E Associados, via aqui. A Parpública é acionista majoritário da TAP, a cia aérea de Portugal. As demonstrações são de 2019.
Do Relatório de Auditoria assinado pelo CRC – Colaço, Rosa, Coelho E Associados, via aqui. A Parpública é acionista majoritário da TAP, a cia aérea de Portugal. As demonstrações são de 2019.
13 julho 2020
Ventilador e empresa
Ao ler o título, associando ventilador com contador, não entendi do que se tratava. Mas o texto deixa claro. O autor quer enfatizar a importância do profissional para as empresas.
Quem liga os “ventiladores” nas empresas são os contabilistas
João Banza, Tax Reporting Strategy Director da PwC 08 Julho 2020, 00:20
Desde o início de março que os contabilistas, na sua maioria a trabalhar a partir das suas casas, não têm tido “mãos a medir”. Apesar de apenas terem decorrido 4 meses desde o surgimento dos primeiros casos de pessoas infetadas pelo novo coronavírus SARS-Cov-2em Portugal, para a grande maioria dos trabalhadores este pequeno período pareceu uma eternidade. Muitos desafios profissionais e pessoais surgiram para toda a sociedade portuguesa e chegou a altura de fazer um balanço. E quem melhor para fazer “balanços” que os Contabilistas Certificados.
Enquanto os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e outros profissionais) se encarregaram da preservação da saúde das pessoas, os contabilistas têm ajudado as empresas afetadas (ou “infetadas”) a sobreviver. Num período historicamente já caracterizado por um volume acrescido de trabalho, considerando o encerramento das contas estatuárias, preparação das demonstrações financeiras para as assembleias gerais e preparação das declarações fiscais anuais dos seus clientes, estes profissionais depararam-se agora com novos desafios em resultado do corrente período de exceção.
Para fazer face aos impactos da pandemia, o Governo tem vindo a tomar medidas de apoio aos cidadãos e às empresas, com o intuito de proteger o emprego e as famílias, assegurando liquidez às empresas e às pessoas, seja por via de linhas de financiamento, moratórias nos empréstimos bancários e nas rendas, bem como na flexibilização no pagamento de impostos e contribuições sociais, entre outras.
Desde o início de março que os contabilistas, na sua maioria a trabalhar a partir das suas casas, não têm tido “mãos a medir”. A análise do impacto da pandemia no negócio dos seus clientes, com a respetiva necessidade de divulgação no Anexo às Contas, bem como a análise das medidas de apoio determinadas pelo Governo, que ao longo destes 4 meses foram “em catadupa” anunciadas, publicadas, revogadas, ajustadas e melhoradas, foram “apenas” alguns dos seus desafios. A adaptação ao teletrabalho teve de ser forçosamente rápida, em particular do ponto de vista tecnológico, mas também social, no lidar com os condicionalismos existentes a nível da separação dos espaços trabalho / família e a desregulação de horários. É já razoável concluir que o sucesso desta nova forma de trabalhar se deveu sobretudo à tecnologia hoje existente e às boas condições de acesso à internet. Há uns anos, tal não seria possível.
Os contabilistas, para além das suas responsabilidades estatutárias, têm desempenhado outros papéis, todos eles importantes e não menos relevantes. Determinou-se que fossem os Contabilistas Certificados a garantir a conformidade dos pedidos das empresas para aceder a alguns dos “ventiladores” ou paliativos do Governo, nomeadamente na certificação dos processos de flexibilização do pagamento dos impostos e das contribuições sociais, bem como da manutenção dos contratos de trabalho (os designados de lay-off simplificado). Com o acréscimo de trabalho resultante da pandemia, foi assim dada uma “ajuda” aos contabilistas por via da extensão dos prazos para o cumprimento das obrigações fiscais dos seus clientes (IRC, IVA, Dossier Fiscal, IES, etc.), permitindo-lhes assim, com menos pressão, desenvolver o seu trabalho com a qualidade que lhes é exigida e reconhecida.
É tempo de fazer um balanço. Este período serviu às empresas para refletirem sobre os seus modelos de negócio, para redefinirem as suas estratégias de localização e dimensão das suas instalações, desafiar as suas cadeias de abastecimento, ou seja, no fundo reinventarem-se. É hoje já claro que o caminho será assegurado, para grande parte delas, com apoio de tecnologia (digital tools e segurança dos sistemas) e capacitando os seus recursos com skills digitais. A digitalização irá tornar-nos mais eficientes no desempenho das nossas tarefas, ficando para o capital humano, sem margem para dúvida, as tarefas mais interessantes e mais desafiadoras.
Já se percebeu que “os ventiladores e os paliativos” não foram suficientes para ultrapassar a crise empresarial, que se prevê duradoura. As próximas medidas de apoio, sejam elas mais ou menos robustas, contarão sempre com o apoio dos Contabilistas Certificados na sua implementação e execução material, o qual é e continuará a ser essencial para manter vivas as empresas em Portugal.
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Quem liga os “ventiladores” nas empresas são os contabilistas
João Banza, Tax Reporting Strategy Director da PwC 08 Julho 2020, 00:20
Desde o início de março que os contabilistas, na sua maioria a trabalhar a partir das suas casas, não têm tido “mãos a medir”. Apesar de apenas terem decorrido 4 meses desde o surgimento dos primeiros casos de pessoas infetadas pelo novo coronavírus SARS-Cov-2em Portugal, para a grande maioria dos trabalhadores este pequeno período pareceu uma eternidade. Muitos desafios profissionais e pessoais surgiram para toda a sociedade portuguesa e chegou a altura de fazer um balanço. E quem melhor para fazer “balanços” que os Contabilistas Certificados.
Enquanto os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e outros profissionais) se encarregaram da preservação da saúde das pessoas, os contabilistas têm ajudado as empresas afetadas (ou “infetadas”) a sobreviver. Num período historicamente já caracterizado por um volume acrescido de trabalho, considerando o encerramento das contas estatuárias, preparação das demonstrações financeiras para as assembleias gerais e preparação das declarações fiscais anuais dos seus clientes, estes profissionais depararam-se agora com novos desafios em resultado do corrente período de exceção.
Para fazer face aos impactos da pandemia, o Governo tem vindo a tomar medidas de apoio aos cidadãos e às empresas, com o intuito de proteger o emprego e as famílias, assegurando liquidez às empresas e às pessoas, seja por via de linhas de financiamento, moratórias nos empréstimos bancários e nas rendas, bem como na flexibilização no pagamento de impostos e contribuições sociais, entre outras.
Desde o início de março que os contabilistas, na sua maioria a trabalhar a partir das suas casas, não têm tido “mãos a medir”. A análise do impacto da pandemia no negócio dos seus clientes, com a respetiva necessidade de divulgação no Anexo às Contas, bem como a análise das medidas de apoio determinadas pelo Governo, que ao longo destes 4 meses foram “em catadupa” anunciadas, publicadas, revogadas, ajustadas e melhoradas, foram “apenas” alguns dos seus desafios. A adaptação ao teletrabalho teve de ser forçosamente rápida, em particular do ponto de vista tecnológico, mas também social, no lidar com os condicionalismos existentes a nível da separação dos espaços trabalho / família e a desregulação de horários. É já razoável concluir que o sucesso desta nova forma de trabalhar se deveu sobretudo à tecnologia hoje existente e às boas condições de acesso à internet. Há uns anos, tal não seria possível.
Os contabilistas, para além das suas responsabilidades estatutárias, têm desempenhado outros papéis, todos eles importantes e não menos relevantes. Determinou-se que fossem os Contabilistas Certificados a garantir a conformidade dos pedidos das empresas para aceder a alguns dos “ventiladores” ou paliativos do Governo, nomeadamente na certificação dos processos de flexibilização do pagamento dos impostos e das contribuições sociais, bem como da manutenção dos contratos de trabalho (os designados de lay-off simplificado). Com o acréscimo de trabalho resultante da pandemia, foi assim dada uma “ajuda” aos contabilistas por via da extensão dos prazos para o cumprimento das obrigações fiscais dos seus clientes (IRC, IVA, Dossier Fiscal, IES, etc.), permitindo-lhes assim, com menos pressão, desenvolver o seu trabalho com a qualidade que lhes é exigida e reconhecida.
É tempo de fazer um balanço. Este período serviu às empresas para refletirem sobre os seus modelos de negócio, para redefinirem as suas estratégias de localização e dimensão das suas instalações, desafiar as suas cadeias de abastecimento, ou seja, no fundo reinventarem-se. É hoje já claro que o caminho será assegurado, para grande parte delas, com apoio de tecnologia (digital tools e segurança dos sistemas) e capacitando os seus recursos com skills digitais. A digitalização irá tornar-nos mais eficientes no desempenho das nossas tarefas, ficando para o capital humano, sem margem para dúvida, as tarefas mais interessantes e mais desafiadoras.
Já se percebeu que “os ventiladores e os paliativos” não foram suficientes para ultrapassar a crise empresarial, que se prevê duradoura. As próximas medidas de apoio, sejam elas mais ou menos robustas, contarão sempre com o apoio dos Contabilistas Certificados na sua implementação e execução material, o qual é e continuará a ser essencial para manter vivas as empresas em Portugal.
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Compliance e Pandemia
A figura mostra a influência da pandemia na área de compliance. Fonte: KPMG via Valor. O número de empresas da amostra é pequeno e a conclusão que a pandemia teve impacto na atividade de compliance era esperada, não?
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