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05 julho 2020

Covid ajuda ou piora o aquecimento global?

Um argumento bem difundido é que a pandemia tem ajudado o ambiente. Basicamente o argumento é o seguinte:

Covid-19 => redução da atividade econômica => redução da emissão de CO2 => redução do aquecimento global.

Mas o clima é bem mais complexo. Alguns pesquisadores estão indagando se o Covid não estaria provocando um AUMENTO no aquecimento global. Recentemente notou-se que ocorreu um aumento na temperatura do mar Ártico. Uma possível justificativa estaria no aerossol de sulfato. Este produto cria uma nuvem e mascara o aquecimento global, reduzindo o impacto nas regiões mais geladas. Assim, a lógica acima talvez seja a seguinte:

Covid-19 => redução da atividade econômica => redução dos aerossóis de sulfato => aumento do aquecimento global.


Volta às aulas

Há um grande radicalismo na discussão sobre o retorno ou não das atividades no pós-pandemia. Tim Harford, na coluna para o Financial Times, apresenta alguns pontos relevantes sobre este retorno. Lembrando que Harford vive na Inglaterra, um país onde a pandemia foi muito forte - em termos totais e proporcionais.

O texto de Harford trata essencialmente das escolas para as crianças, mas creio que alguns argumentos poderiam ser usados para os adultos também. Segundo ele, o número de vítimas crianças entre final de março e final de maio foi muito pequeno. Ou seja, a sala de aula não representa um perigo para eles. E os professores? Segundo pesquisas, não estariam em risco grave. Os trabalhadores que mais sofrem com a pandemia são da construção civil, produtos de limpeza, profissionais de saúde, auxiliares de enfermagem, motoristas de táxi, chefs e assistentes de varejo. Também não está claro se manter as escolas fechadas representa um componente importante na luta contra a propagação do vírus.

No final de maio, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Global analisaram 20 países que haviam reaberto escolas, geralmente porque as infecções por coronavírus estavam diminuindo. Em três deles, havia algumas evidências - ainda que fracas - de que a epidemia havia piorado após a reabertura. Na maioria, se eu lhe mostrasse um gráfico de novos casos, seria impossível adivinhar o ponto em que as escolas retornaram.

Isso não prova que as escolas não apresentam riscos. Em particular, as sociedades muitas vezes podem abri-las somente quando tiverem certeza de que outras medidas estão mantendo o vírus sob controle. Tais medidas, por exemplo, rastreamento de contatos, não devem ser negligenciadas. No entanto, o amplo fato de tantas reabertura terem sido bem-sucedidas sugere que o risco é gerenciável quando feito corretamente.

Enquanto isso, qual o risco de manter as salas de aula fechadas? Isso é mais alto do que muitos parecem perceber. É prejudicial para as carreiras de muitos pais - especialmente as mães, eu suspeito. É difícil ver uma economia se recuperar quando o emprego de tantas pessoas depende de seus filhos serem supervisionados com segurança na escola.

Quanto aos próprios alunos, temos evidências de inúmeras greves escolares em todo o mundo que a educação das crianças sofre quando a escolaridade é interrompida. Há um debate ativo na academia sobre se as longas férias de verão atrasam o aprendizado de todos os alunos ou apenas daqueles que já estavam em desvantagem. De qualquer maneira, é provável que uma interrupção escolar de seis meses ou mais prejudique seriamente as habilidades de muitos, prejudicando permanentemente suas chances de prosperar.

Veja que a discussão de Harford é focada nas crianças (não nos universitários) e na Inglaterra, onde a curva da doença está mostrando um controle da mesma. Mas precisamos, neste momento, de bons argumentos.

Ginástica Contábil x Realidade Econômica

04 julho 2020

Rir é o melhor remédio

Em tempos de covid

4 passos para aprimorar sua fala em público

Um artigo publicado recentemente pela Forbes lista algumas dicas para aprimorar a habilidade de fala em público, com base em pesquisas do professor de psicologia do estado da Flórida, Anders Ericsson, um gigante no campo do desempenho máximo, que morreu recentemente.

1. Defina metas específicas

Ericsson disse que estabelecer metas específicas é a chave para melhorar qualquer habilidade. Por exemplo, “melhorar no golfe” é uma ambição vaga. “Conseguir fazer cinco tacadas do meu handicap” é específico. Fazer 20 tacadas seguidas antes de terminar meu treino é ainda mais específico. Para conseguir falar em público, estabeleça uma meta específica para sua prática. Por exemplo, hoje você passará pelos cinco primeiros minutos de sua apresentação sem olhar para suas anotações. E você não vai parar de praticar até acertar.

2. Concentre-se no tempo de prática

A maneira como você organiza sua prática faz a diferença, de acordo com Ericsson. Programe seu ensaio de apresentação com o máximo de comprometimento que você colocaria em uma reunião importante. Se sua energia estiver mais alta de manhã, reserve um tempo ininterrupto antes do meio dia para executar sua apresentação. Faça disso uma prioridade.

3. Procure feedback

Quando escrevi o meu primeiro livro sobre como o cofundador da Apple, Steve Jobs, fez apresentações, dediquei um capítulo inteiro à sua estratégia de ensaio. Jobs praticou suas principais apresentações de produto dezenas de vezes, semanas antes do lançamento. Essa é a chave. Jobs sempre se apresentava diante de uma pequena audiência de executivos ou parceiros. Ele fazia uma seção da apresentação, pausava, baixava a voz e pedia feedback específico sobre cada slide e cada linha.

4. Saia da sua zona de conforto

“Se você nunca se esforçar além da sua zona de conforto, nunca melhorará”, Ericsson escreveu. A maioria das pessoas que afirma não ser “boa em falar em público” simplesmente não faz o suficiente para mudar. E eles podem não colocar as horas necessárias para se destacar no ofício, porque o medo as impede. Saia da sua zona de conforto. Não há problema em começar com pequenos passos. Pratique sua apresentação na frente do seu cachorro (não ria, o autor de best-sellers, Tim Ferriss, fez isso). Dê um passo à frente na próxima prática, pedindo a um amigo ou colega para assistir à sua apresentação. Próximo passo, leve-o ao grupo pequeno, seguido por um grupo maior.

03 julho 2020

Duas fraudes, duas culturas

Lendo sobre o escândalo da Kingold, é inevitável uma comparação com a Wirecard. Esta última, uma empresa de serviços alemã, apresentou um balanço onde 1,9 bilhão de euros deveria ter existir em conta bancária e "desapareceu". Sobre a Kingold é interessante um resumo:

Esta empresa chinesa - oriunda de Wuhan - tomou empréstimo e deu como garantia 83 toneladas de ouro. Esta quantidade de ouro corresponde a 22% da produção de ouro da China e 4% da reserva do país neste metal.

A empresa é presidida por um poderoso amigo do governo chinês. O escândalo também é deste ano, mas tem sido pouco divulgado, ao contrário da Wirecard. Os responsáveis provavelmente não serão punidos. Mas o escândalo é tão "primário"... No caso da Kingold, o ouro não era ouro. Era cobre coberto por uma camada de ouro. (Não é o primeiro caso em que barras de ouros são falsificadas na China; anteriormente, placas de tungstênio também foram usadas).