Mensalmente divulgado no blog o comportamento do mercado de trabalho do setor contábil. Mas o governo decidiu que os últimos não serão divulgados:
Principal estatística de contratações e demissões de trabalhadores com
carteira assinada, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) terá a divulgação para os meses de janeiro e de fevereiro
suspensa pelo Ministério da Economia. Em nota, a pasta argumentou que
diversos empresários não estão enviando as notificações, o que levaria a
números distorcidos, principalmente de demissões.
Parece sensato. A divulgação de um número distorcido poderia trazer uma pressão maior para suspensão das medidas já tomadas para proteger a saúde da população.
31 março 2020
MP 931 e Demonstrações Contábeis
O governo editou hoje a MP 931 que trata de vários assuntos societários. No artigo 3o. tem-se:
Art. 3º Excepcionalmente durante o exercício de 2020, a Comissão de Valores Mobiliários poderá prorrogar os prazos estabelecidos na Lei nº 6.404, de 1976, para companhias abertas.
Parágrafo único. Competirá à Comissão de Valores Mobiliários definir a data de apresentação das demonstrações financeiras das companhias abertas.
Logo depois, a CVM também agiu neste sentido:
A CVM edita hoje, 31/3, a Deliberação CVM 849, que adia o prazo de entrega de informações periódicas das companhias abertas, como demonstrações financeiras, formulários trimestrais, formulário cadastral, formulário de referência e o informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa.
A norma também prevê o adiamento do prazo de entrega do relatório produzido pelos agentes fiduciários (nos termos do art. 68, § 1º, alínea b, da Lei 6.404/76) e permite que as assembleias dos fundos de investimento regulados pela CVM sejam realizadas de maneira virtual.
Grato Alexandre Alcântara e Poly Silva pela dica
Art. 3º Excepcionalmente durante o exercício de 2020, a Comissão de Valores Mobiliários poderá prorrogar os prazos estabelecidos na Lei nº 6.404, de 1976, para companhias abertas.
Parágrafo único. Competirá à Comissão de Valores Mobiliários definir a data de apresentação das demonstrações financeiras das companhias abertas.
Logo depois, a CVM também agiu neste sentido:
A CVM edita hoje, 31/3, a Deliberação CVM 849, que adia o prazo de entrega de informações periódicas das companhias abertas, como demonstrações financeiras, formulários trimestrais, formulário cadastral, formulário de referência e o informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa.
A norma também prevê o adiamento do prazo de entrega do relatório produzido pelos agentes fiduciários (nos termos do art. 68, § 1º, alínea b, da Lei 6.404/76) e permite que as assembleias dos fundos de investimento regulados pela CVM sejam realizadas de maneira virtual.
Grato Alexandre Alcântara e Poly Silva pela dica
Impacto do Covid-19 no preço dos ativos
Resumo:
Abstract
We use data from the aggregate equity market and dividend futures to quantify how investors’ expectations about economic growth across horizons evolve in response to the coronavirus outbreak and subsequent policy responses. Dividend futures, which are claims to dividends on the aggregate stock market in a particular year, can be used to directly compute a lower bound on growth expectations across maturities or to estimate expected growth using a simple forecasting model. We show how the actual forecast and the bound evolve over time. As of March 25, our forecast of annual growth in dividends is down 28% in the US and 22% in the EU, and our forecast of GDP growth is down by 2.2% in the US and 2.8% in the EU. The lower bound on the change in expected dividends is -38% in the US and -49% in the EU on the 2-year horizon. The lower bound is model free and forward looking. There are signs of catch-up growth from year 3 to year 10. News about economic relief programs on March 13 appear to have increased stock prices by lowering risk aversion and lift long-term growth expectations, but did little to improve expectations about short-term growth. Expected growth deteriorates between March 13 and March 18. News about fiscal stimulus on March 24 boosts the market and long-term growth but did not increase short-term growth expectations. We show how data on dividend futures can be used to understand why stock markets fell so sharply, well beyond changes in growth expectations.
Gormsen, Niels Joachim and Koijen, Ralph S. J., Coronavirus: Impact on Stock Prices and Growth Expectations (March 26, 2020). University of Chicago, Becker Friedman Institute for Economics Working Paper No. 2020-22. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3555917 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3555917
Abstract
We use data from the aggregate equity market and dividend futures to quantify how investors’ expectations about economic growth across horizons evolve in response to the coronavirus outbreak and subsequent policy responses. Dividend futures, which are claims to dividends on the aggregate stock market in a particular year, can be used to directly compute a lower bound on growth expectations across maturities or to estimate expected growth using a simple forecasting model. We show how the actual forecast and the bound evolve over time. As of March 25, our forecast of annual growth in dividends is down 28% in the US and 22% in the EU, and our forecast of GDP growth is down by 2.2% in the US and 2.8% in the EU. The lower bound on the change in expected dividends is -38% in the US and -49% in the EU on the 2-year horizon. The lower bound is model free and forward looking. There are signs of catch-up growth from year 3 to year 10. News about economic relief programs on March 13 appear to have increased stock prices by lowering risk aversion and lift long-term growth expectations, but did little to improve expectations about short-term growth. Expected growth deteriorates between March 13 and March 18. News about fiscal stimulus on March 24 boosts the market and long-term growth but did not increase short-term growth expectations. We show how data on dividend futures can be used to understand why stock markets fell so sharply, well beyond changes in growth expectations.
Seguros
Debatida nos últimos 20 anos, a nova norma contábil IFRS 17 foi adiada pela segunda vez pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB, na sigla em inglês). Prevista para entrar em vigor em janeiro de 2022, agora as novas diretrizes passarão a valer a partir de janeiro de 2023, segundo informou há duas semanas o órgão responsável pelas chamadas Normas Internacionais de Demonstrações Financeiras (IFRS, em inglês).
A expectativa é que as alterações provoquem uma grande transformação nos balanços das seguradoras mundo afora. Ainda assim, a complexidade das regras desafia a adaptação das companhias, num movimento que precisa incluir mudanças de processos, controles internos, sistemas e tecnologias. "A nova norma muda de forma profunda a mensuração e preparação de demonstrações contábeis das companhias de seguros", afirma Carlos Matta, sócio da PwC Brasil.
Na prática, a IFRS 17 vai introduzir um modelo geral de avaliação dos contratos de seguros que permitirá maior comparabilidade dos resultados entre as diferentes seguradoras, por exemplo. Assim, as empresas terão de fazer projeções de fluxo de caixa futuro, receitas (prêmios) e expectativa de sinistro para cada uma das carteiras. "Hoje, para cada apólice, a seguradora contabiliza ativos e passivos e apura os resultados mensalmente, por regime de competência", explica Matta.
O grau de complexidade na aplicação das normas varia conforme os diferentes tipos de carteiras. Produtos de longo prazo - vida, previdência e saúde -, por exemplo, devem ser os mais afetados, afirma Alexandre Paraskevopoulos, sócio da prática de Global Capital Markets Group (GCMG) e especialista em IFRS para seguros da Deloitte. "São carteiras com maior risco no balanço", explica. Por outro lado, apólices de curto prazo (com vigência de até 12 meses) possuem modelos mais simplificados para adoção das normas, diz.
Para conseguir virar a chave, as companhias devem construir uma base histórica de informações sobre suas carteiras, o que demanda tempo, recursos financeiros e profissionais qualificados nas áreas de contabilidade, ciências atuariais, tecnologia, processos e riscos. (...)
Segundo os especialistas, a maioria das seguradoras no Brasil e no mundo não está preparada para a implantação da norma. (...)
A expectativa é que as alterações provoquem uma grande transformação nos balanços das seguradoras mundo afora. Ainda assim, a complexidade das regras desafia a adaptação das companhias, num movimento que precisa incluir mudanças de processos, controles internos, sistemas e tecnologias. "A nova norma muda de forma profunda a mensuração e preparação de demonstrações contábeis das companhias de seguros", afirma Carlos Matta, sócio da PwC Brasil.
Na prática, a IFRS 17 vai introduzir um modelo geral de avaliação dos contratos de seguros que permitirá maior comparabilidade dos resultados entre as diferentes seguradoras, por exemplo. Assim, as empresas terão de fazer projeções de fluxo de caixa futuro, receitas (prêmios) e expectativa de sinistro para cada uma das carteiras. "Hoje, para cada apólice, a seguradora contabiliza ativos e passivos e apura os resultados mensalmente, por regime de competência", explica Matta.
O grau de complexidade na aplicação das normas varia conforme os diferentes tipos de carteiras. Produtos de longo prazo - vida, previdência e saúde -, por exemplo, devem ser os mais afetados, afirma Alexandre Paraskevopoulos, sócio da prática de Global Capital Markets Group (GCMG) e especialista em IFRS para seguros da Deloitte. "São carteiras com maior risco no balanço", explica. Por outro lado, apólices de curto prazo (com vigência de até 12 meses) possuem modelos mais simplificados para adoção das normas, diz.
Para conseguir virar a chave, as companhias devem construir uma base histórica de informações sobre suas carteiras, o que demanda tempo, recursos financeiros e profissionais qualificados nas áreas de contabilidade, ciências atuariais, tecnologia, processos e riscos. (...)
Segundo os especialistas, a maioria das seguradoras no Brasil e no mundo não está preparada para a implantação da norma. (...)
30 março 2020
Covid e desempenho
A empresa Terra Santo Agro apresentou no relatório da administração:
As cotações da soja no ano de 2019 foram marcadas por alta volatilidade diante da: (I) Guerra Comercial entre China e Estados Unidos; (II) Crise africana da peste suína e (III) Surto “Coronavírus”. (...) Também no mês de dezembro, a China anunciou a aparição de um novo vírus, o Coronavírus. A primeira medida para evitar a disseminação do vírus foi a restrição na movimentação de pessoas, o que impactou negativamente na atividade econômica do país, isto é, menor geração de renda e de consumo. Como consequência, observa-se a falta de produtos no mercado interno acompanhado de uma redução acentuada da importação de carnes e grãos. O esperado é que, com o passar do tempo, a escassez de alimentos resulte em uma aceleração da demanda para reposição dos estoques.
Mas o surto do coronavírus só foi anunciado ao mundo no final de dezembro. Como poderia afetar o preço da soja no ano de 2019?
As cotações da soja no ano de 2019 foram marcadas por alta volatilidade diante da: (I) Guerra Comercial entre China e Estados Unidos; (II) Crise africana da peste suína e (III) Surto “Coronavírus”. (...) Também no mês de dezembro, a China anunciou a aparição de um novo vírus, o Coronavírus. A primeira medida para evitar a disseminação do vírus foi a restrição na movimentação de pessoas, o que impactou negativamente na atividade econômica do país, isto é, menor geração de renda e de consumo. Como consequência, observa-se a falta de produtos no mercado interno acompanhado de uma redução acentuada da importação de carnes e grãos. O esperado é que, com o passar do tempo, a escassez de alimentos resulte em uma aceleração da demanda para reposição dos estoques.
Mas o surto do coronavírus só foi anunciado ao mundo no final de dezembro. Como poderia afetar o preço da soja no ano de 2019?
Arte como um ativo: a coleção de Keynes
A carteira de obra de artes de keynes gerou um retorno de 4,2% ao ano nos últimos 50 anos.
Resumo:
The risk-return characteristics of art as an asset have been previously studied through aggregate price indexes. By contrast, we examine the long-run buy-and-hold performance of an actual portfolio, namely, the collection of John Maynard Keynes. We find that its performance has substantially exceeded existing estimates of art market returns. Our analysis of the collection identifies general attributes of art portfolios crucial in explaining why investor returns can substantially diverge from market returns: transaction-specific risk, buyer heterogeneity, return skewness, and portfolio concentration. Furthermore, our findings highlight the limitations of art price indexes as a guide to asset allocation or performance benchmarking.
Resumo:
The risk-return characteristics of art as an asset have been previously studied through aggregate price indexes. By contrast, we examine the long-run buy-and-hold performance of an actual portfolio, namely, the collection of John Maynard Keynes. We find that its performance has substantially exceeded existing estimates of art market returns. Our analysis of the collection identifies general attributes of art portfolios crucial in explaining why investor returns can substantially diverge from market returns: transaction-specific risk, buyer heterogeneity, return skewness, and portfolio concentration. Furthermore, our findings highlight the limitations of art price indexes as a guide to asset allocation or performance benchmarking.
Fonte: David Chambers, Elroy Dimson, Christophe Spaenjers, Art as an Asset: Evidence from Keynes the Collector, The Review of Asset Pricing Studies, , raaa001, https://doi.org/10.1093/rapstu/raaa001
Assinar:
Postagens (Atom)