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27 março 2020

Contra a pandemia, adiamento da norma contábil

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou duas novas medidas com objetivo de garantir a capacidade de bancos de realizarem empréstimos empresas e famílias. Uma delas é a autorização para que instituições bancárias possam implementar a chamada “Abordagem Padronizada para Medição de Risco de Crédito”. O instrumento, que só entraria em vigor para os contratos firmados a partir de abril, consiste em uma série de mudanças na maneira pela qual os bancos devem classificar a exposição de derivativos. A autoridade monetária também anunciou o adiamento, em dois anos, da implementação da normal contábil conhecida como “Perda de Crédito Esperadas” (CECL, na sigla em inglês).

Fonte: aqui. Mais aqui

Como a Crise mudará a percepção em relação ao risco?

Nós sabemos, não menos graças (pdf) para o trabalho (pdf) de Ulrike Malmendier, que as recessões podem ter cicatrizes. Memórias delas podem nos tornar mais cautelosos (pdf) mesmo anos depois.

Stumbling and Mumbling,
sempre excelente.

Chevron e Covid-19

Esta notícia do jornal português Jornal Econômico é sobre a reação do mercado a suspensão de produção de petróelo em Cabinda, Angola. Parece estranho, mas o mercado valorizou as ações em 10%. Geralmente quando uma empresa anuncia a paralisação de uma linha de produção, o mercado deveria reagir de forma negativa.


A estratégia seguida pelo presidente e CEO da petrolífera Chevron, Michael Wirth, para enfrentar a crise gémea da Covid-19 e da guerra de cotações no petróleo vai além da suspensão da produção em blocos offshore, como aconteceu em Cabinda, Angola. Passa pela forte redução dos investimentos e pela venda de ativos, como é o caso das participações no Azerbaijão, que devem ser vendidas em abril.

Veja que a venda em momento de baixa significa achar preço ruim. Na quinta, a cotação do mercado de futuros WTI era de 23,16 dólares por barril.

É o caso da redução de 20% nos gastos de exploração em 2020, bem como cortes de gastos no portefólio, entre os quais, reduções de dois mil milhões de dólares no sector do shale oil na bacia de Permian (em Midland e no Delaware), mais cortes de 700 milhões em projetos de uspstream, mais 500 milhões de reduções de gastos em negócios diversos, dispersos por ativos americanos e ativos localizados nos mercados internacionais e, ainda, mais 800 milhões de dólares de cortes no segmento dos produtos químicos.

O texto continua

Voltando ao presente, a lógica da Chevron mantém-se a mesma. Face à crise gémea da Covid-19 e da guerra de preços no petróleo, a orientação de Michael Wirth na liderança da “Supermajor” nem vacilou. “Com um balanço patrimonial líder do setor petrolífero e um programa de capital flexível, acreditamos que a Chevron é resiliente e que está posicionada para suportar esse ambiente desafiador”, comentou o presidente e CEO da Chevron.

“Dada a queda nos preços das commodities, estamos adotando medidas que devem preservar o fluxo de caixa, apoiar a força do nosso balanço, diminuir a produção no curto prazo e preservar o valor no longo prazo”, adianta Wirth.

Parece simples, mas “efetivamente só adota uma posição destas quem sabe muito de petróleo”, adiantou ao JE uma fonte do sector. Porque, no sector, ninguém duvida que a Chevron percebe de petróleo, e que o petróleo está no seu ADN.

Realmente não fico convencido. Se a crise passar, a empresa terá vendido seus ativos por um preço reduzido. 

Rir é o melhor remédio


26 março 2020

Frase: Caixa é o Rei

The fast-spreading coronavirus has prompted even the biggest U.S. companies to cut their spending and bolster their balance sheets, proving once again how cash is king, especially in times of crisis.

Theo Francis & Thomas Gryta, WSJ

Localização, dados de telefonia e Covid-19

As medidas recomendadas de distanciamento social e ficar em casa parecem estar dando resultado, analisando os dados de localização dos telefones celulares. Usando esta informação, foi possível constatar que as pessoas, nos Estados Unidos (e provavelmente em outros países) entenderam a situação de risco decorrente do Covid-19.
Esta informação, associada muitas vezes a quebra de privacidade por parte das empresas de tecnologia, demonstraram que mesmo nas cidades com menor infecção também foram afetadas. Leia mais aqui

Goodwill e Impairment

O Accounting Standards Board of Japan (ASBJ) divulgou um estudo sobre a implementação da IFRS3, combinação de negócios. O documento está aqui (em japonês). Um resumo do IAS Plus, site da Deloitte, aponta os principais aspectos do estudo. A pesquisa envolveu os mercados do Japão, Estados Unidos, Austrália e Europa e constatou que o ágio aumentou entre 2005 a 2014. Também concluiu que quase um terço das empresas dos EUA reconhecem o ágio (versus um quarto na Europa). Em muitas empresas, o ágio era uma parte importante do ativo, sendo que existiam empresas onde o ágio era acima da capitalização de mercado.