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10 março 2020

CVM e Corona Virus

As Superintendências de Normas Contábeis e de Auditoria (SNC) e de Relações com Empresas (SEP) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgam hoje, 10/3/2020, o Ofício Circular SNC/SEP 02/2020, que reúne orientações sobre os efeitos do coronavírus nas Demonstrações Financeiras das companhias abertas.

As áreas técnicas da CVM esclarecem que Diretores de Relações com Investidores e auditores independentes devem considerar, cuidadosamente, os impactos do COVID-19 em seus negócios e reportarem nas demonstrações financeiras os principais riscos e incertezas advindos dessa análise, observadas as normas contábeis e de auditoria aplicáveis.

“Apesar da difícil tarefa de quantificação monetária dos impactos futuros, é necessário que as companhias e seus auditores, cada qual exercendo o seu papel, empenhem os melhores esforços para prover informações que espelhem a realidade econômica”, explica José Carlos Bezerra da Silva, superintendente da SNC.

Adicionalmente, é recomendado que as companhias avaliem, em cada caso, a necessidade de divulgação de fato relevante e de projeções e estimativas relacionados aos riscos do COVID-19 na elaboração do formulário de referência.

"Com relação aos efeitos do coronavírus, a CVM segue verificando se os emissores vêm cumprindo com seu dever de divulgar informações úteis à avaliação dos valores mobiliários por eles emitidos”, conclui o Superintendente de Relações com Empresas, Fernando Soares Vieira.

Frases

"Bom para o consumidor, os preços da gasolina caindo!" - Presidente Trump, no Twitter

"Os baixos preços da gasolina não fazem muito por você se as escolas estiverem fechadas, você cancela sua viagem ou trabalha em casa por causa do vírus". - Daniel Yergin, historiador da energia e vice-presidente do IHS

“Não há vencedores aqui. Apenas graus de perda. - Charles O'Shea, analista de varejo líder da Moody's


(Fonte: NYT)

SEC e o Coronavírus

A SEC emitiu um comunicado com algumas medidas administrativas relacionadas com o Coronavírus (Covid19). Basicamente, a entidade que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos flexibiliza algumas regras de evidenciação para quem sofreu algum efeito do vírus. Isto inclui prazos adicionais para entrega de relatórios:


The order provides an additional 45 days for registrants to file Exchange Act reports (e.g., Forms 10-K and 10-Q) that would otherwise have been due between 1 March and 30 April 2020 if they are unable to make a filing deadline due to circumstances related to COVID-19.
(Fonte: EY)

Aqui no Brasil até o momento não teve nenhum comunicado da CVM sobre o assunto. Aguardando...

9 de março de 2020 em gráfico

Queda no preço da ação da Saudi Aramco: pela primeira vez abaixo de 32 Rial
Redução no preço do preço e seus efeitos sobre a Occidental Petroleum (um dos índices)
... em razão da queda do preço do petróleo
O que fez cair o preço das ações no Brasil, com destaque para Petrobras
A Bolsa Brasileira caiu -12,17%


E tem-se a evolução ao longo do dia




Rir é o melhor remédio


09 março 2020

CVC e o erro contábil

Em meio à certeza do impacto negativo do coronavírus no mundo e ao ambiente desfavorável por causa da alta constante do dólar, a CVC, maior agência de turismo da América Latina, detectou indício de erro contábil nos valores transferidos aos fornecedores de serviços turísticos, entre 2015 e 2019, da ordem de R$ 250 milhões, correspondente a 4% da receita líquida até setembro de 2019.

O mercado financeiro, que já vinha detectando a queda significativa dos papéis da companhia, reagiu negativamente, mais uma vez, ao deslize na contabilidade da empresa, ainda sem explicação consistente pela operadora. Dodia 28 de fevereiro – quando a CVC divulgou o erro em fato relevante –, ao fechamento do pregão na quarta-feira 4, as ações da companhia na Bolsa acumulava queda de13,8%, passando de R$ 25,73 para 22,18. Na tarde da quinta-feira 5, custavam R$ 20,80, queda de 6,3% num dia.

O possível erro contábil foi descoberto por comitê de auditoria interna da empresa, que determinou a realização de apuração independente, por consultores externos. Nesse período, os balanços da companhia foram auditados pela EY (entre 2015 e 2017) e KPMG (a partir de 2018), que não detectaram o problema. A CVC não informa se irá romper o contrato e se irá responsabilizar as consultorias [sic]. “A apuração independente apontará as medidas a ser adotadas em relação aos potenciais erros. Além disso, a empresa tem trabalhado para aprofundar e aperfeiçoar os seus controles internos e processos financeiros”, afirmou a empresa à DINHEIRO.

Em nota, a KPMG disse que “por motivos de cláusula de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes”, discurso repetido pela EY.

Para a CVC, que diz ter revisado procedimentos contábeis, os efeitos não serão sentidos por acionistas, mesmo que a falha seja confirmada. “Os ajustes contábeis, caso efetivados, não terão impacto sobre a geração e os saldos de caixa reportados nas demonstrações financeiras e os valores transferidos aos fornecedores estão corretos.” Em relatório assinado pelo especialista em ações Eduardo Guimarães, a corretora Levante é direta ao falar do momento da companhia de viagem, avaliado como “tempestade perfeita com perspectiva frustrada de resultados futuros”, e do impacto dos fatores externos no preço da ação. “Já caiu muito, mas pode cair ainda mais. Nossa recomendação é ficar de fora das ações de CVC Brasil no curto prazo.” A questão, agora, é saber qual será a saída encontrada pela empresa para virar esse jogo, que deve ter o próximo capítulo com a divulgação do balanço de 2019, no próximo dia 12. (Fonte: Istoé Dinheiro, Thais Rodrigues)


Talvez o problema maior não seja contábil, mas os efeitos do Corona Virus.