Uma das instituições financeiras mais conhecidas do mundo, o Credit Suisse, espionou o Greenpeace, informou o jornal suíço SonntagsZeitung (via Reuters). O grupo ambiental criticava o banco por investir em combustíveis fósseis. Com a espionagem, o Credit Suisse teve acesso aos e-mails da entidade. E acesso as manifestações contra o banco (foto). O responsável pela espionagem foi demitido em dezembro por outro motivo: espionou ex-membros do conselho.
O banco informa que o CEO não sabia do ocorrido.
02 fevereiro 2020
Clima e Contabilidade
O Fórum Econômico Mundial trouxe um documento com o título Toward Common Metrics
and Consistent Reporting of
Sustainable Value Creation. Este documento foi escrito em colaboração com as Big Four (Deloitte, EY, KPMG e PwC) e dividiu as métricas/reporting em quatro grupos
Pilar 1 - Princípios de Governança
Pilar 2 - Planeta
Pilar 3 - Pessoas
Pilar 4 - Prosperidade
O documento possui 48 páginas, sendo 25 de textos e o restante no anexo. Um bom número de métricas já foram consideradas por outras entidades ou relatórios (GRI, por exemplo).
O link do relatório está aqui
Pilar 1 - Princípios de Governança
Pilar 2 - Planeta
Pilar 3 - Pessoas
Pilar 4 - Prosperidade
O documento possui 48 páginas, sendo 25 de textos e o restante no anexo. Um bom número de métricas já foram consideradas por outras entidades ou relatórios (GRI, por exemplo).
O link do relatório está aqui
01 fevereiro 2020
Auditoria ou consultoria?
A relação da receita gerada pela atividade de auditoria e a receita proveniente de consultoria nas grandes empresas de auditoria mostra a importância cada vez maior da consultoria.. Isto seria um problema? Uma resposta otimista seria não, já que os profissionais envolvidos não se misturam. Além disto, ao prestar consultoria haveria uma melhoria na qualidade do trabalho. E não priva a empresa de ter a experiência de uma empresa de auditoria.
Entretanto, há uma grande desconfiança de que isto não seja verdadeiro. Um problema nítido é o conflito de interesse. Talvez o auditor relaxe seu trabalho e isto altere a qualidade do resultado.
Durante o escândalo da Enron, as consultorias das auditorias foram criticadas. A Arthur Andersen ganhava mais não sendo auditor. Naquele momento, as outras empresas venderam ou separaram os negócios de consultoria.
Nos Estados Unidos,
A SEC exige que o auditor seja “independente”, evitando relacionamentos que possam comprometer sua capacidade de realizar uma auditoria dura e cética. A independência do auditor é "extremamente importante, é fundamental", disse o presidente da SEC, Jay Clayton, em uma conferência contábil em dezembro.
Mas a SEC parece inclinada a relaxar as regras de conflito de interesses. Já no Reino Unido, a tendência é oposta, em razão de alguns escândalos contábeis recentes. O mesmo parece estar ocorrendo na Comunidade Europeia, que limitou os serviços de não auditoria a partir de 2016.
Entretanto, há uma grande desconfiança de que isto não seja verdadeiro. Um problema nítido é o conflito de interesse. Talvez o auditor relaxe seu trabalho e isto altere a qualidade do resultado.
Durante o escândalo da Enron, as consultorias das auditorias foram criticadas. A Arthur Andersen ganhava mais não sendo auditor. Naquele momento, as outras empresas venderam ou separaram os negócios de consultoria.
Nos Estados Unidos,
A SEC exige que o auditor seja “independente”, evitando relacionamentos que possam comprometer sua capacidade de realizar uma auditoria dura e cética. A independência do auditor é "extremamente importante, é fundamental", disse o presidente da SEC, Jay Clayton, em uma conferência contábil em dezembro.
Mas a SEC parece inclinada a relaxar as regras de conflito de interesses. Já no Reino Unido, a tendência é oposta, em razão de alguns escândalos contábeis recentes. O mesmo parece estar ocorrendo na Comunidade Europeia, que limitou os serviços de não auditoria a partir de 2016.
O próximo
A empresa MoviePass foi fundada em 2011. Seu produto era a venda de assinatura para os amantes de cinema. O cliente assinava o MoviePass por uma taxa fixa e tinha direito a assistir filmes nos cinemas. O ingresso era pago pela empresa. Inicialmente, o negócio custava menos de dez dólares e o assinante poderia ver até um filme por dia.
Mais recentemente, a empresa não estava gerando lucro e mudou um pouco os valores (14,95 dólares) e limitou a quantidade de filme que um cliente poderia assistir. A empresa foi chamada de disruptiva; chegou a ter 2 milhões de assinantes, em fevereiro de 2018.
Entretanto, a empresa não conseguia gerar caixa e lucro. O valor recebido dos assinantes não era suficiente para pagar os cinemas. Quando uma empresa não consegue gerar caixa/lucro, existem três possíveis alternativas: (a) aumentar as receitas; (b) reduzir os custos; (c) obter dinheiro para sustentar os negócios.
A primeira opção pode ajudar uma empresa através da estrutura de custos, quando o preço de venda unitário é superior ao custo variável. Com aumento da receita é possível cruzar o ponto de equilíbrio, tornando a empresa lucrativa. Entretanto, parece que o valor da subscrição cobrado pela MoviePass era muito baixo, o que inviabilizava esta solução.
Reduzir custos poderia ser uma solução desde que a empresa conseguisse uma boa negociação com as redes de cinema. O ingresso do cliente MoviePass teria um valor menor que o ingresso tradicional. Isto não foi possível, já que em muitos casos o valor de um único ingresso para uma sessão do cinema poderia ser superior ao valor da assinatura mensal.
A terceira opção seria obter dinheiro através de venda de ativos (que não era o caso) ou através de investimentos. Em muitos setores “disruptivos” a lógica que prevalece é a seguinte: criou um mercado e domino; tendo estabelecido como o nome do mercado, posso usar meu papel de monopólio para entrar em outros negócios ou ter melhores condições de negociação. Este é o caso da Uber, da Netflix, da Tesla e da MoviePass. Para isto, é necessário ter investidores que apostem na empresa. Estes colocam dinheiro em caixa, que será usado para “dominar” o mercado. Entretanto, o negócio não gera caixa com as operações, muito menos lucro. O endividamento aumenta. No médio prazo, o dinheiro sai do bolso do investidor para o bolso do consumidor. É o que ocorre com a Uber ou a Netflix. Em alguns casos isto pode ser uma estratégia de sucesso (a exemplo da Amazon, no passado). Mas o investidor pode se cansar de jogar seu dinheiro fora e resolver sair da aposta, perdendo seu dinheiro.
É o que ocorreu com a MoviePass. Veja no gráfico o comportamento das ações da empresa. Tendo o sonho acabado, só resta à empresa decretar falência. Quem investiu na empresa, perdeu seu dinheiro. O cliente foi durante estes anos subsidiado pelo investidor. Em setembro passado a empresa encerrou o serviço de bilhete de cinema. No dia 28 de janeiro a controladora decretou falência e encerrou todas as operações comerciais.
Próximo da fila.
Mais recentemente, a empresa não estava gerando lucro e mudou um pouco os valores (14,95 dólares) e limitou a quantidade de filme que um cliente poderia assistir. A empresa foi chamada de disruptiva; chegou a ter 2 milhões de assinantes, em fevereiro de 2018.
Entretanto, a empresa não conseguia gerar caixa e lucro. O valor recebido dos assinantes não era suficiente para pagar os cinemas. Quando uma empresa não consegue gerar caixa/lucro, existem três possíveis alternativas: (a) aumentar as receitas; (b) reduzir os custos; (c) obter dinheiro para sustentar os negócios.
A primeira opção pode ajudar uma empresa através da estrutura de custos, quando o preço de venda unitário é superior ao custo variável. Com aumento da receita é possível cruzar o ponto de equilíbrio, tornando a empresa lucrativa. Entretanto, parece que o valor da subscrição cobrado pela MoviePass era muito baixo, o que inviabilizava esta solução.
Reduzir custos poderia ser uma solução desde que a empresa conseguisse uma boa negociação com as redes de cinema. O ingresso do cliente MoviePass teria um valor menor que o ingresso tradicional. Isto não foi possível, já que em muitos casos o valor de um único ingresso para uma sessão do cinema poderia ser superior ao valor da assinatura mensal.
A terceira opção seria obter dinheiro através de venda de ativos (que não era o caso) ou através de investimentos. Em muitos setores “disruptivos” a lógica que prevalece é a seguinte: criou um mercado e domino; tendo estabelecido como o nome do mercado, posso usar meu papel de monopólio para entrar em outros negócios ou ter melhores condições de negociação. Este é o caso da Uber, da Netflix, da Tesla e da MoviePass. Para isto, é necessário ter investidores que apostem na empresa. Estes colocam dinheiro em caixa, que será usado para “dominar” o mercado. Entretanto, o negócio não gera caixa com as operações, muito menos lucro. O endividamento aumenta. No médio prazo, o dinheiro sai do bolso do investidor para o bolso do consumidor. É o que ocorre com a Uber ou a Netflix. Em alguns casos isto pode ser uma estratégia de sucesso (a exemplo da Amazon, no passado). Mas o investidor pode se cansar de jogar seu dinheiro fora e resolver sair da aposta, perdendo seu dinheiro.
É o que ocorreu com a MoviePass. Veja no gráfico o comportamento das ações da empresa. Tendo o sonho acabado, só resta à empresa decretar falência. Quem investiu na empresa, perdeu seu dinheiro. O cliente foi durante estes anos subsidiado pelo investidor. Em setembro passado a empresa encerrou o serviço de bilhete de cinema. No dia 28 de janeiro a controladora decretou falência e encerrou todas as operações comerciais.
Próximo da fila.
Melhorias IPSASB
O International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB) publicou em dezembro (mas com copyright de 2020) uma série de melhorias nas normas contábeis para o setor público. O documento possui 29 páginas e pode ser acessado aqui
A entidade é responsável pelo desenvolvimento (adaptação) das normas para o setor público no mundo.
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