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31 janeiro 2020

Cisne Verde

No dia 20 de janeiro, o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), entidade baseada na Suíça e considerada “o banco central dos bancos centrais”, divulgou um extenso documento no qual alerta que as mudanças climáticas podem ser o gatilho de uma nova crise financeira global. Segundo o BIS, esse risco está associado a eventos não previstos, que a instituição chama de “cisnes verdes” — numa analogia aos “cisnes negros”, o termo foi criado por Nassim Taleb, ensaísta libanês radicado nos Estados Unidos, para se referir a eventos improváveis com grande impacto. “Abordagens tradicionais de gerenciamento de riscos, baseadas na extrapolação de dados históricos e em suposições de normalidade, são amplamente irrelevantes para aferir os riscos futuros relacionados ao clima”, diz o estudo, de coautoria do brasileiro Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor de política econômica do Banco Central do Brasil que desde 2015 ocupa o cargo de vice-gerente-geral do BIS.

Riscos sistêmicos para a economia gerados por prejuízos decorrentes de eventos como secas, enchentes e furacões justificam a preocupação. Um estudo da consultoria McKinsey, divulgado neste ano, afirma que até 2030 os 105 países pesquisados, responsáveis por 90% da economia global, deverão enfrentar mudanças ambientais, como aumento de chuvas e de pessoas expostas a calor extremo. A Índia, um dos países mais expostos a elevação da temperatura, pode ter de 2,5% a 4,5% do produto interno bruto em risco dentro de dez anos se o cenário se mantiver. O estudo também alerta que as reservas do setor de seguros são insuficientes para arcar com os prejuízos materiais caso a ocorrência de situações extremas continue a crescer no ritmo atual. (...)

A ideia de usar o poder dos bancos centrais para conter as emissões ganhou um tom de urgência agora, mas já vem sendo discutida há alguns anos. “É uma estratégia incomum, mas que pode funcionar”, afirma Sérgio Werlang, assessor da presidência da Fundação Getulio Vargas e ex-diretor do Banco Central. Em 2017, oito bancos centrais — de Inglaterra, França, Holanda, Alemanha, Finlândia, Singapura, México e China — criaram a Network of Central Banks and Supervisors for Greening the Financial System, uma rede de reguladores cujo objetivo é a troca de informações e práticas que favoreçam a mobilização de capital para setores de baixo carbono. Hoje, 54 instituições fazem parte da iniciativa (o Brasil não é signatário). Quando assumiu o comando do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, ex-chefe do Fundo Monetário Internacional, classificou o combate às mudanças climáticas como uma “missão crítica” do BCE.

As medidas práticas começam a despontar. Desde o ano passado, o Banco da Inglaterra conduz testes de estresse climático com bancos e seguradoras do país. Estão sendo considerados três cenários. O mais severo prevê uma elevação de 4 graus na temperatura global até 2080. Os resultados serão divulgados em 2021. No Brasil, a Febraban, federação que reúne os bancos, e o Banco Central conduzem um projeto semelhante. De forma voluntária, as instituições financeiras estão criando a chamada “régua de sensibilidade climática”, que vai determinar a exposição de cada uma às mudanças climáticas. Segundo Mário Sérgio Vasconcelos, diretor de sustentabilidade da federação, os resultados devem sair em dois ou três anos. “Essa é uma pauta nova para o mercado financeiro, porém permanente e liderada pelo setor privado”, afirma Vasconcelos.

Em paralelo, existe um esforço das próprias empresas e instituições financeiras para criar um padrão de divulgação de informações relacionadas a riscos climáticos, algo que vai facilitar a análise de riscos sistêmicos. Em Davos, as quatro maiores empresas de auditoria do mundo, Deloitte, EY (antiga Ernst &Young), KPMG e PwC, assinaram um acordo em que estabelecem um modelo contábil para os dados de impacto climático. A iniciativa foi capitaneada pelo presidente mundial do Bank of America, Brian Moynihan, diretor do International Business Council, conselho ligado ao Fórum Econômico Mundial que reúne cerca de 100 presidentes de empresas de vários setores. A ideia é unificar diversos padrões de relatórios existentes, entre eles o Global Reporting Initiative (GRI), o mais utilizado atualmente, e o TCFD — sigla em inglês para força-tarefa sobre divulgação de informações financeiras ligadas ao clima, iniciativa presidida por Michael Bloomberg, pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, criada em 2015 pelo Financial Stability Board, órgão internacional que monitora o sistema financeiro.

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Joias da Coroa

A joalheira De Grisogono, detida parcialmente por Sindika Dokolo, marido da empresária Isabel dos Santos, anunciou hoje que entrou em falência, depois de não ter conseguido encontrar um comprador e perante a acumulação de dívidas. De acordo com a imprensa suíça, a decisão será anunciada hoje aos 65 trabalhadores na fábrica de Plan-les-Ouates, na Suíça, e surge na sequência da divulgação, por um consórcio internacional de jornalistas, da utilização de dinheiro público angolano nesta joalheira.

Na semana passada, em entrevista à agência Lusa, o Procurador-Geral de Angola, Hélder Pitta Grós, admitiu que entre os processos em investigação está o financiamento com dinheiros públicos da empresa pública de diamantes, Sodiam (200 milhões de dólares, 180 milhões de euros] para a compra da joalheira De Grisogono.

No despacho-sentença que determinou o arresto de bens de Isabel dos Santos, divulgado no final do ano passado, é dito que em audiência de produção de prova, ouvidas as testemunhas, resultou provado, entre outros factos, que, em agosto de 2010, o executivo angolano, chefiado então por José Eduardo dos Santos, decidiu comercializar diamantes angolanos no exterior do país.

Ficou também provado que “o antigo Presidente da República decidiu investir numa empresa suíça – De Grisogono/Joalharia de Luxo – que se encontrava em falência técnica em virtude de uma dívida para com os bancos UBS-Banco Cantonale de Genebra e BCV”.

Segundo a providência cautelar de arresto, ficou igualmente provado que José Eduardo dos Santos decidiu comprar a dívida da sociedade De Grisogono/Joalharia de Luxo junto dos bancos e “oferecer o negócio a Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, sua filha e genro”. (...)


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Ciência em fazer um expresso

Em contraste com as diretrizes de expresso, o estudo recomenda o uso de moagem mais grossa e menos café para conseguir o máximo dos seus grãos sem sacrificar o sabor. O estudo, que foi publicado na quarta-feira no jornal Matter, modelou matematicamente o processo da moagem de expresso antes de implementar suas sugestões no Tailored Coffee Roasters em Eugene, Oregon.
“Não estamos tentando tirar a arte e o talento do café”, disse Christopher Hendon, autor sênior do estudo e químico de materiais da Universidade do Oregon. “Estamos simplesmente assumindo um papel de apoio, dizendo que quando você encontra a bebida que mais gosta, tem um jeito de consegui-la toda vez que você faz café.”
O estudo começou como um projeto paralelo que Hendon e o barista Michael Cameron queriam compilar para a comunidade do café. A dupla planejou quantificar o rendimento de extração – uma medida de produção de café usada pela indústria – enquanto ajustava variáveis como pressão da água, configuração de moagem e massa dos grãos usados.

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Rir é o melhor remédio

... só quando o queijo é pouco

30 janeiro 2020

Value Investing com Machine Learning

But how can you be certain that you are paying a fair price for an investment? How can you make the most of a fair or unfair situation?

This article will show you how you can easily increase your certainty with transparent and interpretable Machine Learning. To do this, we will use Mind Foundry’s Automated Data Science platform, AuDaS, that augments Analysts and transforms them into Data Science Heroe

Fonte: aqui


Contadores podem mudar o mundo

Pesquisas mostram que um grande número de contadores em um país se correlaciona com o alto PIB per capita e as pontuações do Índice de Desenvolvimento Humano, continuando assim a fortalecer a profissão contábil em todo o mundo, contribuindo positivamente para as economias.

À medida que ajudamos a sociedade a enfrentar desafios externos, também devemos nos preparar para o futuro. Eu vejo três áreas de foco: (1) evoluir os relatórios corporativos para um ecossistema mais amplo, abrangendo todas as necessidades das partes interessadas em todas as formas de relatórios (2) melhorar a qualidade da auditoria. Houve falhas, mas respondemos e aprendemos com elas e resolvemos os principais problemas (3) tornar a profissão atraente para a próxima geração. Enfrentamos uma guerra por talentos e devemos ser o destino das mentes mais brilhantes e melhores.


Contadores podem mudar o mundo - Alan Johnson, Vice-Presidente da Federação Internacional de Contadores (IFAC)

Sobre a relação entre IDH e contadores, veja artigo Onde estão os profissionais contábeis no Brasil? 

Custo da Realeza

Se você segue as notícias da realeza britânica deve saber que o príncipe Harry e sua esposa, a ex-atriz Meghan, "renunciaram" aos compromissos reais. Além disto, optaram por passar parte do tempo longe da Inglaterra, mais precisamente no Canadá.

O que isto tem com a contabilidade? Bom, há um custo de hospedar os dois no Canadá. E isto provavelmente será arcado pelos contribuintes canadenses. Mas é bom lembrar que o Canadá possui uma parcela da população francesa, os Québécois. No Parlamento do Canadá, uma deputada do bloco separatista questionou se os "Quebeckers" teriam que pagar pela segurança real.

O ministro da Segurança Pública disse que nenhuma decisão foi tomada ainda. Mas uma petição pedindo que o primeiro-ministro Trudeau não forneça segurança para o casal foi criada e mais de 80 mil contribuintes já assinaram.