Translate

23 janeiro 2020

Frase

“Os contadores tenderam a passar despercebidos”,


Nate Sibley, pesquisador que estuda políticas anticorrupção no Instituto Hudson, com sede em Washington. Esta frase refere-se ao papel dos contadores nas atividades de Isabel dos Santos. Um texto resumindo o que ocorreu foi divulgado pela Piauí, onde a frase foi extraída. Três aspectos interessantes: (1) há algumas semanas, um programa de humor falou algo parecido e foi objeto de protesto; (2) Isabel dos Santos trabalhou na Coopers e Lybrand, mais tarde PwC; (3) o texto destaca o erro de não levar em consideração a contabilidade.

Corrupção

A Transparência Internacional divulgou o ranking da percepção da corrupção. O Brasil é o 106 colocado, em 180 países, no Índice de Percepção da Corrupção (IPC). É a pior classificação do Brasil e a justificativa inclui interferência política do presidente em órgãos de controle, paralisação de investigações que utilizavam dados do Coaf e o inquérito Fake News do STF

Os melhores colocados: Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Singapura, Suécia, Suíça, Noruega, Holanda, Alemanha e Luxemburgo.

Um país que teve uma grande melhoria foi Angola:

Apesar do país ter recuperado 5 mil milhões de dólares em ativos roubados, mais tem de ser feito para fortalecer a integridade e promover a transparência na contabilidade das receitas do petróleo

Rir é o melhor remédio

"Hoje é meu dia de sorte"

22 janeiro 2020

Ações melhores têm mais risco

Resumo:

We define quality as characteristics that investors should be willing to pay a higher price for. Theoretically, we provide a tractable valuation model that shows how stock prices should increase in their quality characteristics: profitability, growth, and safety. Empirically, we find that high-quality stocks do have higher prices on average but not by a large margin. Perhaps because of this puzzlingly modest impact of quality on price, high-quality stocks have high risk-adjusted returns. Indeed, a quality-minus-junk (QMJ) factor that goes long high-quality stocks and shorts low-quality stocks earns significant risk-adjusted returns in the United States and across 24 countries. The price of quality varies over time, reaching a low during the internet bubble, and a low price of quality predicts a high future return of QMJ. Analysts’ price targets and earnings forecasts imply systematic quality-related errors in return and earnings expectations.

Asness, C.S., Frazzini, A. & Pedersen, L.H. Quality minus junk. Rev Account Stud (2019) 24: 34. https://doi.org/10.1007/s11142-018-9470-2

Melhor país do Mundo

Qual o melhor país do mundo? Vorobiev tem uma resposta interessante. Primeiro é preciso desconsiderar as nacionalismos. Afinal existe um ditado russo que afirma que "todo homem se vangloria dos seus pântanos". Além disto, não se deve considerar a opinião das autoridades: elas possuem poder e dinheiro (escondido). A melhor opinião é de uma pessoa rica. Esta pessoa tem inteligência e dinheiro para escolher o país que deseja viver. O gráfico abaixo responde qual o melhor país do mundo:
A resposta é: Austrália parece ser o melhor país do mundo.

Fazendo previsão, segundo Gott

Por quanto tempo o Brasil irá continuar existindo como nação? Este tipo de pergunta é bastante difícil de responder e provavelmente o leitor irá achar um “chute” qualquer resposta. Baseado no Princípio Copernicano a resposta seria entre 66 a 198 anos.

O princípio copernicano pode ser usado para fazer diversos tipos de previsão, que inclui quanto tempo irá passar até o próximo ônibus, a idade que irá viver uma pessoa, a receita total de um filme, entre outras coisas. O princípio surgiu em 1969 quando Richard Gott visitou o Muro de Berlim, que tinha então 8 anos, e anunciou que o tempo de sua existência. Este método foi explicado no livro Algoritmos para Viver, mas julgo que a resposta de Poundstone (autor de vários livros de divulgação científica, como Fórmula da Fortuna) melhor.

Quando Gott visitou o muro de Berlim em 1969, o mesmo já existia desde 1961. Gott imaginou que naquele momento era um tempo aleatório, não especial da história, que poderia ser “precoce” (ou seja, o muro iria durar muito tempo) ou tardia (o muro não existiria mais em pouco tempo). Mas como este é um evento “aleatório”, existe 50% de chance de que a visita de Gott tenha ocorrido entre 25% a 75% da “vida” do muro.

Se esta tal visita tivesse ocorrido muito precocemente, isto corresponde a 25% do tempo de vida do muro ou 3 vezes a duração, até então, do muro. Como já tinha passado 8 anos, o muro teria uma vida de 24 anos.

Mas se Gott tivesse visitado o muro muito tardiamente. Neste caso, 8 anos corresponde a 75% do tempo total de vida do muro de Berlim. O restante 25% da vida futura do muro corresponde a somente 1/3 da vida anterior (igual a 8 anos). Ou seja: 8/3 = 2,67 anos. Este é a estimativa pessimista de Gott. Então, em 1969, Gott poderia dizer que o Muro deixaria de existir entre 2,67 e 24 anos, a partir daquele momento. Com 50% de chance de acerto.

Vamos ver o caso do Brasil. A independência ocorreu em 1822, ou há 198 anos. Se estamos no limite inferior, este tempo corresponde a 25% da vida do Brasil como país. Assim, a previsão extrema seria de 3 x 198 ou 594 anos. Se estamos no limite superior seria 66 anos. Assim, nosso país tem 50% de chance de durar entre 66 a 198 anos.

A ideia de Gott foi publicada na Nature em 1993. Ele estimou que o ser humano teria 95% de chance de extinção entre 12 a 18 mil anos, a partir de 1993. Isto tudo parece loucura e muitas pessoas acharam que a ideia de Gott não era ciência. Poudstone considera que o método funciona para situações como monumentos mundiais e peças da Broadway. Mas isto não seria útil em situações práticas, uma vez que o intervalo pode ser muito amplo.

Veja que a previsão de Gott para raça humana estaria entre 12 a 18 mil anos.

Se você for solicitado a fazer uma previsão, lembre-se de Gott e use-o. Mas não se esqueça de dizer que ele publicou na Nature seu trabalho.

(Atente para o fato de que a probabilidade é aleatória, o que nem sempre é verdadeiro)

70 anos de pesquisa médica

O vídeo a seguir mostra a evolução dos 70 anos de pesquisa médica. O trabalho foi feito pelo brasileiro Helder Nakaya, que analisou 29 milhões de artigos. É possível perceber que nos primeiros anos domina a pesquisa sobre tuberculose; depois, hipertensão, Aids e, no final, neoplasia dos seios.