We define quality as characteristics that investors should be willing to pay a higher price for. Theoretically, we provide a tractable valuation model that shows how stock prices should increase in their quality characteristics: profitability, growth, and safety. Empirically, we find that high-quality stocks do have higher prices on average but not by a large margin. Perhaps because of this puzzlingly modest impact of quality on price, high-quality stocks have high risk-adjusted returns. Indeed, a quality-minus-junk (QMJ) factor that goes long high-quality stocks and shorts low-quality stocks earns significant risk-adjusted returns in the United States and across 24 countries. The price of quality varies over time, reaching a low during the internet bubble, and a low price of quality predicts a high future return of QMJ. Analysts’ price targets and earnings forecasts imply systematic quality-related errors in return and earnings expectations.
22 janeiro 2020
Ações melhores têm mais risco
Resumo:
We define quality as characteristics that investors should be willing to pay a higher price for. Theoretically, we provide a tractable valuation model that shows how stock prices should increase in their quality characteristics: profitability, growth, and safety. Empirically, we find that high-quality stocks do have higher prices on average but not by a large margin. Perhaps because of this puzzlingly modest impact of quality on price, high-quality stocks have high risk-adjusted returns. Indeed, a quality-minus-junk (QMJ) factor that goes long high-quality stocks and shorts low-quality stocks earns significant risk-adjusted returns in the United States and across 24 countries. The price of quality varies over time, reaching a low during the internet bubble, and a low price of quality predicts a high future return of QMJ. Analysts’ price targets and earnings forecasts imply systematic quality-related errors in return and earnings expectations.
Asness, C.S., Frazzini, A. & Pedersen, L.H. Quality minus junk. Rev Account Stud (2019) 24: 34. https://doi.org/10.1007/s11142-018-9470-2
We define quality as characteristics that investors should be willing to pay a higher price for. Theoretically, we provide a tractable valuation model that shows how stock prices should increase in their quality characteristics: profitability, growth, and safety. Empirically, we find that high-quality stocks do have higher prices on average but not by a large margin. Perhaps because of this puzzlingly modest impact of quality on price, high-quality stocks have high risk-adjusted returns. Indeed, a quality-minus-junk (QMJ) factor that goes long high-quality stocks and shorts low-quality stocks earns significant risk-adjusted returns in the United States and across 24 countries. The price of quality varies over time, reaching a low during the internet bubble, and a low price of quality predicts a high future return of QMJ. Analysts’ price targets and earnings forecasts imply systematic quality-related errors in return and earnings expectations.
Melhor país do Mundo
Qual o melhor país do mundo? Vorobiev tem uma resposta interessante. Primeiro é preciso desconsiderar as nacionalismos. Afinal existe um ditado russo que afirma que "todo homem se vangloria dos seus pântanos". Além disto, não se deve considerar a opinião das autoridades: elas possuem poder e dinheiro (escondido). A melhor opinião é de uma pessoa rica. Esta pessoa tem inteligência e dinheiro para escolher o país que deseja viver. O gráfico abaixo responde qual o melhor país do mundo:
A resposta é: Austrália parece ser o melhor país do mundo.
A resposta é: Austrália parece ser o melhor país do mundo.
Fazendo previsão, segundo Gott
Por quanto tempo o Brasil irá continuar existindo como nação? Este tipo de pergunta é bastante difícil de responder e provavelmente o leitor irá achar um “chute” qualquer resposta. Baseado no Princípio Copernicano a resposta seria entre 66 a 198 anos.
O princípio copernicano pode ser usado para fazer diversos tipos de previsão, que inclui quanto tempo irá passar até o próximo ônibus, a idade que irá viver uma pessoa, a receita total de um filme, entre outras coisas. O princípio surgiu em 1969 quando Richard Gott visitou o Muro de Berlim, que tinha então 8 anos, e anunciou que o tempo de sua existência. Este método foi explicado no livro Algoritmos para Viver, mas julgo que a resposta de Poundstone (autor de vários livros de divulgação científica, como Fórmula da Fortuna) melhor.
Quando Gott visitou o muro de Berlim em 1969, o mesmo já existia desde 1961. Gott imaginou que naquele momento era um tempo aleatório, não especial da história, que poderia ser “precoce” (ou seja, o muro iria durar muito tempo) ou tardia (o muro não existiria mais em pouco tempo). Mas como este é um evento “aleatório”, existe 50% de chance de que a visita de Gott tenha ocorrido entre 25% a 75% da “vida” do muro.
Se esta tal visita tivesse ocorrido muito precocemente, isto corresponde a 25% do tempo de vida do muro ou 3 vezes a duração, até então, do muro. Como já tinha passado 8 anos, o muro teria uma vida de 24 anos.
Mas se Gott tivesse visitado o muro muito tardiamente. Neste caso, 8 anos corresponde a 75% do tempo total de vida do muro de Berlim. O restante 25% da vida futura do muro corresponde a somente 1/3 da vida anterior (igual a 8 anos). Ou seja: 8/3 = 2,67 anos. Este é a estimativa pessimista de Gott. Então, em 1969, Gott poderia dizer que o Muro deixaria de existir entre 2,67 e 24 anos, a partir daquele momento. Com 50% de chance de acerto.
Vamos ver o caso do Brasil. A independência ocorreu em 1822, ou há 198 anos. Se estamos no limite inferior, este tempo corresponde a 25% da vida do Brasil como país. Assim, a previsão extrema seria de 3 x 198 ou 594 anos. Se estamos no limite superior seria 66 anos. Assim, nosso país tem 50% de chance de durar entre 66 a 198 anos.
A ideia de Gott foi publicada na Nature em 1993. Ele estimou que o ser humano teria 95% de chance de extinção entre 12 a 18 mil anos, a partir de 1993. Isto tudo parece loucura e muitas pessoas acharam que a ideia de Gott não era ciência. Poudstone considera que o método funciona para situações como monumentos mundiais e peças da Broadway. Mas isto não seria útil em situações práticas, uma vez que o intervalo pode ser muito amplo.
Veja que a previsão de Gott para raça humana estaria entre 12 a 18 mil anos.
Se você for solicitado a fazer uma previsão, lembre-se de Gott e use-o. Mas não se esqueça de dizer que ele publicou na Nature seu trabalho.
(Atente para o fato de que a probabilidade é aleatória, o que nem sempre é verdadeiro)
O princípio copernicano pode ser usado para fazer diversos tipos de previsão, que inclui quanto tempo irá passar até o próximo ônibus, a idade que irá viver uma pessoa, a receita total de um filme, entre outras coisas. O princípio surgiu em 1969 quando Richard Gott visitou o Muro de Berlim, que tinha então 8 anos, e anunciou que o tempo de sua existência. Este método foi explicado no livro Algoritmos para Viver, mas julgo que a resposta de Poundstone (autor de vários livros de divulgação científica, como Fórmula da Fortuna) melhor.
Quando Gott visitou o muro de Berlim em 1969, o mesmo já existia desde 1961. Gott imaginou que naquele momento era um tempo aleatório, não especial da história, que poderia ser “precoce” (ou seja, o muro iria durar muito tempo) ou tardia (o muro não existiria mais em pouco tempo). Mas como este é um evento “aleatório”, existe 50% de chance de que a visita de Gott tenha ocorrido entre 25% a 75% da “vida” do muro.
Se esta tal visita tivesse ocorrido muito precocemente, isto corresponde a 25% do tempo de vida do muro ou 3 vezes a duração, até então, do muro. Como já tinha passado 8 anos, o muro teria uma vida de 24 anos.
Mas se Gott tivesse visitado o muro muito tardiamente. Neste caso, 8 anos corresponde a 75% do tempo total de vida do muro de Berlim. O restante 25% da vida futura do muro corresponde a somente 1/3 da vida anterior (igual a 8 anos). Ou seja: 8/3 = 2,67 anos. Este é a estimativa pessimista de Gott. Então, em 1969, Gott poderia dizer que o Muro deixaria de existir entre 2,67 e 24 anos, a partir daquele momento. Com 50% de chance de acerto.
Vamos ver o caso do Brasil. A independência ocorreu em 1822, ou há 198 anos. Se estamos no limite inferior, este tempo corresponde a 25% da vida do Brasil como país. Assim, a previsão extrema seria de 3 x 198 ou 594 anos. Se estamos no limite superior seria 66 anos. Assim, nosso país tem 50% de chance de durar entre 66 a 198 anos.
A ideia de Gott foi publicada na Nature em 1993. Ele estimou que o ser humano teria 95% de chance de extinção entre 12 a 18 mil anos, a partir de 1993. Isto tudo parece loucura e muitas pessoas acharam que a ideia de Gott não era ciência. Poudstone considera que o método funciona para situações como monumentos mundiais e peças da Broadway. Mas isto não seria útil em situações práticas, uma vez que o intervalo pode ser muito amplo.
Veja que a previsão de Gott para raça humana estaria entre 12 a 18 mil anos.
Se você for solicitado a fazer uma previsão, lembre-se de Gott e use-o. Mas não se esqueça de dizer que ele publicou na Nature seu trabalho.
(Atente para o fato de que a probabilidade é aleatória, o que nem sempre é verdadeiro)
70 anos de pesquisa médica
O vídeo a seguir mostra a evolução dos 70 anos de pesquisa médica. O trabalho foi feito pelo brasileiro Helder Nakaya, que analisou 29 milhões de artigos. É possível perceber que nos primeiros anos domina a pesquisa sobre tuberculose; depois, hipertensão, Aids e, no final, neoplasia dos seios.
21 janeiro 2020
Eficiência de Mercado na Era do Big Data
Resumo:
Modern investors face a high-dimensional prediction problem: thousands of observable variables are potentially relevant for forecasting. We reassess the conventional wisdom on market efficiency in light of this fact. In our model economy, which resembles a typical machine learning setting, N assets have cash flows that are a linear function of J firm characteristics, but with uncertain coefficients. Risk-neutral Bayesian investors impose shrinkage (ridge regression) or sparsity (Lasso) when they estimate the J coefficients of the model and use them to price assets. When J is comparable in size to N, returns appear cross-sectionally predictable using firm characteristics to an econometrician who analyzes data from the economy ex post. A factor zoo emerges even without p-hacking and data-mining. Standard in-sample tests of market efficiency reject the no-predictability null with high probability, despite the fact that investors optimally use the information available to them in real time. In contrast, out-of-sample tests retain their economic meaning.
Market Efficiency in the Age of Big DataIan Martin and Stefan NagelNBER Working Paper No. 26586December 2019JEL No. C11,G12,G14
Modern investors face a high-dimensional prediction problem: thousands of observable variables are potentially relevant for forecasting. We reassess the conventional wisdom on market efficiency in light of this fact. In our model economy, which resembles a typical machine learning setting, N assets have cash flows that are a linear function of J firm characteristics, but with uncertain coefficients. Risk-neutral Bayesian investors impose shrinkage (ridge regression) or sparsity (Lasso) when they estimate the J coefficients of the model and use them to price assets. When J is comparable in size to N, returns appear cross-sectionally predictable using firm characteristics to an econometrician who analyzes data from the economy ex post. A factor zoo emerges even without p-hacking and data-mining. Standard in-sample tests of market efficiency reject the no-predictability null with high probability, despite the fact that investors optimally use the information available to them in real time. In contrast, out-of-sample tests retain their economic meaning.
Market Efficiency in the Age of Big DataIan Martin and Stefan NagelNBER Working Paper No. 26586December 2019JEL No. C11,G12,G14
Advogados fazendo auditoria
A notícia continua:
O valor foi pago a um escritório estrangeiro, o Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que subcontratou outro brasileiro, o Levy & Salomão. A assessoria do BNDES informou que o relatório de oito páginas, antecipado pelo estadão.com.br, é um resumo crítico da auditoria e que outro parecer, “mais robusto” foi entregue às autoridades.
A conclusão nos dois documentos é a mesma: as decisões do banco “parecem ter sido tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco”. “Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à JBS, à Bertin e à Eldorado”, diz trecho do relatório.
Lembrando que o presidente da república trocou a presidência do BNDES na metade do ano passado e nunca escondeu que desejava que a gestão da entidade “provasse” o uso inadequado do dinheiro público. Este foi, inclusive, um dos temas da campanha eleitoral.
O interessante é que a auditoria
não investigou, por exemplo, operações com a Odebrecht, principal beneficiada dos empréstimos do BNDES destinados a financiar empreendimentos fora do Brasil. Também ficaram de fora os aportes do Tesouro com o objetivo de aumentar o volume de empréstimos do banco, para financiar setores que eram considerados “estratégicos” pelo governo PT.
Um desdobramento da notícia:
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou nesta terça-feira, 21, que vai notificar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para solicitar informações sobre o contrato do banco público com o escritório estrangeiro de advocacia Cleary Gopttlieb Steen Hamilton LLP. O objetivo, de acordo com a entidade, é "verificar se foram cumpridas as normas legais que disciplinam o exercício da atividade de consultores em direito estrangeiros no país". (...)
O valor da auditoria foi pago a um escritório estrangeiro, o Cleary Gottlieb Steen Hamilton LLP, que subcontratou outro brasileiro, o Levy e Salomão.
Um aspecto que não passa desapercebido: o governo contrata um escritório estrangeiro para fazer uma auditoria. Este repassa o trabalho para um escritório de advocacia nacional. A OAB protesta pelo fato de ser um escritório estrangeiro contratado. O CFC não deveria protestar também? Afinal, pode advogados fazendo auditoria?
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