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28 dezembro 2019

Trabalhadores na Samsung

A empresa coreana fundada em 1938 tem sido acusada há tempos de não tratar bem seus empregados. Isto inclui o uso de trabalho infantil por parte dos fornecedores. Mais recentemente, a empresa tem adotado uma postura diferente, incluindo uma política de tolerância zero para violações das leis de trabalho infantil.


Uma das posturas da empresa é a aversão aos sindicatos. Agora o presidente do conselho de administração da Samsung Electronics foi condenado a 18 meses de prisão por sabotar as entidades que representam os funcionários. A condenação é em primeira instância, mas o executivo já foi preso. Entre as atitudes que condenaram o executivo, a ameaça de corte de salários dos funcionários sindicalizados e punir os fornecedores que eram favoráveis aos sindicatos. 


Recentemente a empresa começou a ter uma postura mais liberal sobre o assunto. Um sindicato foi criado na empresa em novembro de 2019.

XP

Fernando Torres, em Reflexões sobre o prospecto da oferta inicial de ações da XP, Valor Econômico em 10 de dezembro, chama a atenção para alguns aspectos da operação:

1. A sede formal da XP é nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal.
2. A estrutura societária permite que alguns minoritários controlem a entidade através da quebra da regra "um voto, uma ação". Isto significa que alguns acionistas são mais acionistas que outros.

Torres lembra também que no Conselho de Administração tem a presença da ex-presidente da CVM, Maria Helena Santana, que muito defendeu a regra de "um voto, uma ação" no Brasil.

O valor da empresa realmente pareceu exagerado. Mas este é o mercado exuberante, nem sempre racional.

Logistica e Controle na Amazon

A Amazon está se tornando a maior empresa mundial de entregas de encomendas. No passado, a empresa contratava os serviços postais do governo ou empresas de entrega privados, como UPS ou Fedex. No passado a empresa teve problemas de entrega e desde então tem construído uma rede de distribuição mundial.

O objetivo da empresa é reduzir o custo da entrega e ter o controle da cadeia de distribuição. A partir daí, a empresa criou uma estratégia brilhante: começou a incentivar a criação de pequenos negócios que pudesse fazer entregas para a Amazon. O empreendedor entra com veículo e funcionário e a Amazon garante um apoio logístico, um volume de entrega mínimo e outras vantagens. Ou seja, a empresa estaria ajudando a criar milhares de empresas menores e substitui as empresas tradicionais (Correios, UPS, Fedex etc).

A questão do custo de entrega é fundamental para o comércio eletrônico. Quanto mais atrativo for este custo, mais rápido será sua expansão. Ao atrair estes empreendedores, a Amazon consegue empresas com baixo (ou zero) custo de marketing, trabalhadores não sindicalizados e baixo custo administrativo. Atualmente, são 800 empresas só nos Estados Unidos, que empregam 75 mil motoristas, uma média de 94 motoristas por empresa. Estes negócios não existiam há dez anos.

A empresa de entrega tem somente um cliente, que controla tudo. Este é o segundo objetivo. E ao controlar tudo, a Amazon consegue atingir o primeiro objetivo: redução do custo. Como? Apertando estas empresas. Afinal

seu negócio prospera ou morre pela graça da Amazônia

No Brasil, a estratégia da empresa pode ser ajudada pelo enfraquecimento recente dos Correios e a redução da proteção trabalhista. Mas se o nosso país tem uma extensão territorial próxima aos EUA, a distribuição populacional é mais esparsa (temos quase 100 milhões a menos de habitantes e uma parcela expressiva não tem as mesmas condições de renda). Neste sentido, parte da rede de distribuição poderia ficar com a ECT, enquanto a distribuição nas zonas mais populosas seria feita pelo governo.

Rir é o melhor remédio

Suíça durante as guerras

27 dezembro 2019

Frase

Há muito tempo as pessoas sacrificavam seu sono, sua família, comida, alegria e outras coisas boas da vida e eram chamados de santos; hoje eles são chamados de doutorandos

(Adaptado daqui)

Difusão da internet e Corrupção governamental

Este artigo investiga as relações entre difusão da internet, voz e accountability, dimensão cultural, corrupção e eficácia governamental, por meio de análise entre países realizada com 117 nações no período de 2000 a 2014. Adotando a técnica de Análise Robusta de Caminho para a análise de dados, conclui-se que, independentemente dos efeitos das variáveis de controle, a difusão da internet promove menores níveis de corrupção governamental, uma relação que ocorre direta e indiretamente via mediação de voz e accountability, que, por sua vez, apresenta forte correlação com a corrupção governamental. A título de contribuição teórica, reforça-se a compreensão de que a internet constitui uma importante ferramenta de combate à corrupção, além de evidenciar o papel moderador da dimensão cultural na relação entre voz e accountability e corrupção governamental e, sobretudo, de incorporar a eficácia governamental ao modelo teórico.

Corrupção governamental e difusão do acesso à Internet: evidências globais. Autoria de João Carlos Hipólito Bernardes do Nascimento; Marcelo Alvaro da Silva Macedo; José Ricardo Maia de Siqueira e Alexandre Rabêlo Neto. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Rio de Janeiro 53(6):1011-1039, nov. - dez. 2019