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15 dezembro 2019

Revisores de periódicos ruins

Uma  pesquisa (aqui, via aqui) entrevistou mais mil cientistas de diversos países e várias áreas para saber a sua relação com os revisores. O resultado mostrou que mais da metade dos entrevistados recebeu uma revisão “não profissional” e uma outra quantidade expressiva - a maioria dos entrevistados - disse que recebeu comentários problemáticos, que incluíam críticas pessoais e não construtivas.

Muitos leitores já passaram por isto. Recentemente o autor desta postagem recebeu uma crítica severa sobre uma pesquisa, onde o revisor propunha uma mudança na metodologia. Eu e a co-autora fizemos o que o revisor solicitava. Mesmo assim ele recusou o artigo (O pior neste caso é o editor, que aceitou passivamente esta atitude do revisor).

Em muitos casos, as críticas relatadas na pesquisa prejudicaram a carreira acadêmica dos entrevistados. Um dos relatos é de uma pesquisadora com pós-doutorado em New Hampshire que tentou um ensaio na Science e recebeu uma crítica negativa ao seu inglês. Em muitos casos, as críticas são próximas ao bullying. E por isto existe uma sugestão que as críticas sejam publicadas, em lugar de serem mantidas em sigilo. Isto poderia melhorar a qualidade e o profissionalismo dos revisores. Mas isto pode expor os novos pesquisadores à retaliação dos mais antigos.

Rir é o melhor remédio

amor incondicional

14 dezembro 2019

Quem paga os artigos?

Quando uma pesquisa é publicada, quem deveria pagar pelo artigo. Algumas opções: (a) quem está publicando, pois é de seu interesse que a pesquisa seja divulgada; (b) o assinante do periódico, pois é de seu interesse a leitura; (c) instituições de fomento à pesquisa (incluindo o governo), pois a divulgação da pesquisa pode trazer benefícios para todos. (Esqueci alguma outra opção?)

Este é um tema bastante discutido nas ciências. O movimento da publicação aberta de artigos, onde todos podem ler os artigos, tem crescido. A divulgação que a Elsevier, uma das grandes editoras científicas, tem uma margem de lucro de 37%, também ajuda neste debate. A reação da Universidade da Califórnia (vide aqui) é mais um capítulo nesta questão. Questões ideológicas também são consideradas neste debate. Eis uma posição sobre o assunto:

Algo huele a podrido en el mundo de las publicaciones académicas. Los investigadores ponen casi todo el trabajo: escriben los artículos, los evalúan y realizan la tarea editorial, todo esto de manera prácticamente gratuita. Sin embargo, las universidades deben pagar cuantiosas subscripciones para que sus investigadores puedan leer estos artículos. Los márgenes de las empresas editoriales que publican estas revistas sugieren que los precios que cobran son muy superiores a sus costes. Por ejemplo, Elsevier, una de las líderes del sector, tuvo en 2018 un margen
operativo del 37%.

A raíz de este problema, en los últimos años ha cobrado fuerza el movimiento a favor del acceso abierto (open access). La idea es sencilla (ver la discusión de Armstrong 2015). Obliguemos a las editoriales a que pongan libremente a disposición de los lectores todos sus artículos y, si quieren cobrar a alguien, que cobren a los autores. Las bibliotecas universitarias se ahorrarían las cuantiosas subscripciones y todos los lectores tendrían acceso a los artículos de investigación. Esta idea ha sido acogida con entusiasmo por muchas instituciones públicas, incluyendo el Consejo Europeo de Investigación (ERC) y ha dado lugar al llamado plan S. Según esta iniciativa, a partir del 1 de Enero de 2020, todos los científicos e investigadores cuya investigación ha sido financiada por el ERC deberán publicar su trabajo únicamente en revistas de acceso abierto o en repositorios abiertos. (...)

En cualquier caso, en lugar de obligar a los investigadores a que publiquen en revistas de acceso abierto, quizás harían mejor las instituciones públicas en exigir que publiquemos en revistas sin ánimo de lucro, independientemente de que estas cubran sus gastos cobrando a los lectores, a los autores, o a los miembros de la asociación.

Rir é o melhor remédio

Eis uma história interesse de professor e aluno. Geralmente na aula na sua aula, um ou dois alunos vão ao banheiro. Mas no dia da prova, o número aumenta. Não é necessário dizer a razão.

Este professor, da "velha escola", preparou uma armadilha para seus alunos. Ele criou uma conta no site Chegg, um site que possui um grande número de perguntas e respostas. E colocou uma questão que cobraria na sua prova lá, com uma resposta aparentemente correta.

Dia de prova, uma das questões era a que o professor tinha cadastrado no site.

Dos 99 exames, 14 caíram na armadilha. O professor (do curso de engenharia) deu nota zero e levou o caso para universidade, por violação das regras de conduta.

13 dezembro 2019

Incerteza política

O valor de uma empresa depende de vários fatores, inclusive externos. Quando o país está com problemas, isto vai refletir no valor das empresas. Em termos de processo de mensuração, os problemas de um país estão refletidos, por exemplo, na taxa de desconto utilizada. Países com problemas devem apresentar um risco maior e isto faz com que a taxa usada também seja maior.

Pensando em termos do modelo CAPM, os problemas externos estarão mensurados na taxa de livre de risco e no retorno do mercado. Além disto, em ambientes de incerteza, a provável geração de caixa pode ser frustada. Assim, não é surpresa quando os problemas existentes em um país afetam o valor das empresas.

Uma das possíveis medidas destes problemas externos é o índice de incerteza política. Proposto por Baker, Bloom e Davidson (aqui e aqui), o índice observa a quantidade de vezes que termos como "risco" são mencionados na imprensa. No caso de Baker, Bloom e Davidson, imprensa significa, no Brasil, a Folha de S Paulo.

Um estudo, recentemente publicado na Read, mostrou que esta relação entre incerteza política e destruição de valor ocorreu recentemente no Brasil, como era esperado.

Alinhado aos estudos prévios e de acordo com o esperado, observaram-se evidências de que o nível elevado de incerteza política alcançou a atividade econômica na forma de queda de desempenho e destruição do valor de mercado de empresas brasileiras. Estes resultados se mostraram robustos à utilização do índice EPU (Economic Policy Uncertainty) proposto por Baker, Bloom e Davidson (2013).

Lucro de Montadoras e Uber

Uma explicação interessante para o aumento nas receitas e queda nos lucros das montadoras: o Uber. A relação é a seguinte: o crescimento do Uber no Brasil trouxe um aumento de vendas para este mercado. Mas dois terços dos motoristas da Uber no Brasil não possuem veículo próprio. São 400 mil motoristas.

Isto tem aquecido o mercado de locação de automóvel. As locadoras cresceram e compraram veículos das montadoras. Mas estas empresas geralmente negociam em condições vantajosas. Assim, apesar do crescimento da receita, a margem é menor.

As vendas diretas, também conhecidas como vendas a frotistas, estão em nível recorde atualmente, representando 46% de todos os emplacamentos no Brasil ante nível de 25% em 2012, segundo a associação de concessionários de veículos, Fenabrave. Já as vendas no varejo, que carregam margens maiores, acumulam queda de cerca de 50% no período. (...)

Enquanto isso, as três principais locadoras de veículos do país, Localiza, Movida e Unidas, registraram lucros recordes em todos os anos, menos um, desde 2015, segundo mostram suas demonstrações de resultado.

John ou Paul?

Na rivalidade entre John e Paul, podemos ver que John realmente tinha músicas mais verdadeiramente inspiradoras, mas ele também tinha mais canções "Mehish". Paul foi um pouco mais consistente, com a maioria de suas músicas na categoria Adoro, mas um pouco menos de músicas que alcançaram a classificação de genialidade pura.

Conclusão
Paul foi o melhor Beatle. Simplesmente não há um vencedor claro, mas se pressionado, eu diria que essa análise mostra Paul como o compositor um pouco melhor. Uma coisa que pode ser dita com segurança é que John não era a única força motriz artística por trás dos Beatles


O autor usou Streaming (Paulo é mais popular, pois as 10 músicas mais escutadas, 5 são de Paul, 2 dos dois, 2 de John e 1 George) e sua própria análise das músicas dos Beatles.