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09 dezembro 2019

Amigo Oculto

Novamente neste ano foi realizado o amigo dos blogs de contabilidade. Neste ano, contamos com a participação de Alexandre Alcântara, Felipe Pontes, Pedro Correa, Isabel Sales, Vladmir, Roberto Lima, Orleans Martins, Polyana, Sandro Soares, Claudia Cruz e Roberto Ushisima. O sorteio foi realizado e a brincadeira começou. Quem me tirou encaminhou dois livros:


Há milhares de anos acompanho a obra de Chico Buarque. Gostei muito de Budapeste, mas não tanto de Leite Derramado. E não tinha lido os dois últimos: O irmão alemão e Essa gente. Ao contrário de muitos, que acham que Chico Buarque só fez uma obra boa nos anos 60 a 80, eu continuo admirando suas canções. Não sou especialista, mas considero Cantiga de Acordar sua mais bonita composição (mas acho que sou o único a ter esta opinião). 

Bom, sobre os livros, uma história interessante. Na quinta, ao chegar em casa, fiquei sabendo que o porteiro tinha recebido um pacote da Amazon, mas com o nome de uma pessoa que não era do meu apartamento. O porteiro só informou o caso e disse que iria devolver o pacote. No caso, a embalagem esta em nome do meu amigo oculto. 

Rir é o melhor remédio

Termos e condições. Quem já leu? 

08 dezembro 2019

SEC e IASB

A SEC possui um cargo de Deputy Chief Accountant (International). Basicamente ele cuida das questões internacionais da entidade, o que inclui o Iasb. A SEC anunciou agora a nomeação de Paul Munter para o cargo.

Ele possui PhD pelo Colorado. Mas dois pontos interessantes no comunicado:

a) foi funcionário de uma Big Four, como tem sido praxe nestes conselhos
b) ele é daqueles que vão e voltam:

"I am truly grateful that Paul has agreed to return to the Office of the Chief Accountant to play a key role on international matters," said SEC Chief Accountant Sagar Teotia. "As many know, international matters are an area of critical focus and significant priority to our office. Paul's extensive background in various international areas will be extremely valuable as we continue to advance improvements in international accounting and auditing matters."

"I am honored to have the opportunity to return to work at the Commission and I am excited to serve with the professionals in the Office of the Chief Accountant who have deep expertise and experience on international matters. I also look forward to working with our foreign counterparts to continue to advance high-quality financial reporting on behalf of investors," said Mr. Munter.

Já comentamos isto aqui: a porta giratória da regulação contábil.

07 dezembro 2019

Rir é o melhor remédio

Amostra e população

Homenagem à contabilidade

A notícia é um pouco antiga (de outubro), mas não deixa de ser interessante. A Polícia Federal e o Ministério da Economia deflagraram um operação para desarticular um grupo de fraudadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Como é praxe nas operações da PF, a mesma recebeu um nome de batismo. E o nome escolhido foi Caduceu.

A investigação aponta que o grupo praticava as fraudes de duas maneiras: criando vínculos empregatícios fictícios, inseridos no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) por meio de Guia de Recolhimento do FGTS indevidas; e usando documentos médicos falsos para simular doenças e assim obter benefícios, em especial o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez.

Segundo a PF, para que tais fraudes fossem praticadas, faziam parte da organização criminosa um técnico em contabilidade, um servidor do INSS e uma pessoa responsável por falsificar laudos e relatórios médicos.

O nome da operação faz referência ao contador da operação criminosa, diz a PF. O símbolo da contabilidade é o Caduceu.

06 dezembro 2019

Desigualdade de Renda: homens x caramujos

Resumo:

Inequality in the distribution of material resources (wealth) occurs widely across human groups. The extent of inequality, as measured by the Gini coefficient, is less in small-scale societies, such as hunter-gatherers and pastoralists, and greater in large-scale ones like current nation states. In many societies, the statistical distribution of wealth takes a characteristic form: unimodal, skewed to the right, and fat-tailed. However, we have relatively little systematic information about the distribution of material resources in nonhuman animals even though such resources are vital to their survival and fitness. Here we present the first description of inequality in material resources in an animal population: the distribution of gastropod (snail) shells inhabited by the hermit crab Pagurus longicarpus. We find that the shell distribution for the crabs strongly resembles the characteristic form of wealth distribution in human groups. The amount of inequality in the crabs is more than that in some small-scale human groups but less than that in nations. We argue that the shell distribution in the crabs is not simply generated by biological factors such as survival and growth of either crabs or gastropods. Instead, the strong resemblance in the human and hermit crab distributions suggests that comparable factors, not dependent upon culture or social institutions, could shape the patterns of inequality in both groups. In addition to the similarity in their inequality distributions, human and hermit crabs share other features of resource distribution, including the use of vacancy chains, not seen in other species. Based upon these parallels, we propose that P. longicarpus could be used as an animal model to test two factors – individual differences and intergenerational property transfers – that some economists theorize as major factors influencing the form of wealth distributions in humans. We also propose that inequality in hermit crabs could provide a baseline for examining human inequality.

Fonte: A comparison of wealth inequality in humans and non-humans
Author:

Ivan D. Chase,Raphael Douady,Dianna K. Padilla
Publication:

Physica A: Statistical Mechanics and its Applications
Publisher:

Elsevier
Date:

15 January 2020

Fisco da Itália acusa Fiat de subavaliar aquisição da Chrysler

As autoridades fiscais italianas acusam a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) de ter subavaliado a Chrysler em 5.100 milhões de euros durante a aquisição da última tranche da Chrysler em 2014, avança esta quinta-feira a Bloomberg, que cita uma auditoria a que teve acesso. Segundo a agência noticiosa, o processo poderá levar a uma regularização de cerca de 1,3 mil milhões de euros.

A compra da Chrysler pelo grupo italiano decorreu ao longo de cinco anos e culminou em 2014 com a aquisição do remanescente do capital da Chrysler.

A Fiat Chrysler encontra-se presentemente sediada na Holanda e com residência fiscal no Reino Unido, tendo abandonado Turim, que foi a "casa" da Fiat ao longo de mais de um século.

A mudança para a Holanda, em 2014, levou à aplicação de um imposto sobre os ganhos de capital aplicados por Itália quando uma empresa transferem ativos para fora do país. A taxa de imposto sobre as empresas em Itália cifrava-se, na altura, em 27,5%, o que, diz a Bloomberg, pode implicar uma regularização de impostos na ordem dos 1,3 mil milhões de euros.

O grupo FCA indicou à Bloomberg que "discorda veementemente deste relatório preliminar e está confiante que terá sucesso na redução da avaliação feita na auditoria". "É importante notar que quaisquer ganhos tributáveis na nova avaliação seriam compensados pelas perdas fiscais transitadas e não terá qualquer impacto relevante em saídas de caixa ou nos resultados", acrescentou um porta-voz da Fiat.

De acordo com documentos apresentados a 31 de outubro junto do regulador, a FCA indica que se encontra em negociações sobre um "significativo ajustamento fiscal proposto", referindo que "irá defender de forma vigorosa a sua posição".

As autoridades fiscais italianas detetaram "violações fiscais substanciais" e concluem que a Fiat Chrysler subavaliou ativos sujeitos ao imposto referente à deslocação de ativos para o exterior em 5,07 mil milhões de euros, segundo um relatório de auditoria consultado pela Bloomberg.

O fisco italiano avaliou a Chrysler em cerca de 12,5 mil milhões de euros, enquanto a Fiat declarou um valor inferior a 7,5 mil milhões de euros, refere a Bloomberg citando fontes próximas do processo.

As negociações com as autoridades fiscais italianas vão prosseguir durante um período de 60 dias, indicava o relatório de contas referente ao terceiro trimestre da FCA, devendo uma avaliação final ser apresentada até ao final do ano, acrescentava o documento. Caso as negociações fracassem, a questão será dirimida em tribunal.

A Fiat acordou a compra dos 41,5% da Chrysler que ainda não detinha por 4,35 mil milhões de dólares (3,92 mil milhões de euros ao câmbio atual) em janeiro de 2014.


Fonte: Aqui.

Isto pareceu estranho. Talvez a verificação da outra ponta, através da análise da contabilidade do ex-acionista da Chrysler, possa esclarecer o assunto.