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14 novembro 2019

Amigo Secreto 2019

O natal está chegando e, com ele, o nosso amigo secreto dos blogs de contabilidade e finanças. Este ano somos 12! Damos boas-vindas ao Roberto Ushisima, do Empresas e Mercados, que participará pela primeira vez. Vocês já conhecem o blog dele? Aproveitem para dar uma passadinha lá e prestigiar o nosso novato!

Nós aqui do Contabilidade Financeira estamos marcando uma presença forte, com a participação dos três coautores: César, Pedro e eu.

Para completar o time, temos o Alexandre, do Alcantara, a Cláudia, do Ideias Contábeis, o Felipe, do Contabilidade e Métodos Quantitativos, o Orleans, do Informação Contábil, a Polyana, do Histórias Contábeis, o Roberto Lima, do Panorama Público, o Sandro, do Acervo Contábil, e o Vladmir, do Vladmir F Almeida.

Esta é uma forma que encontramos de integrarmos os blogs, nos conhecermos melhor e nos divertimos um pouco. Um bocado, na verdade!!! Acho que todo ano eu falo isso, mas se torna mais verdade também a cada ano... Mas é uma brincadeira bem especial, que me dá a chance de me aproximar de pessoas queridas - algumas com as quais eu nem conversava muito antes dessa oportunidade. Esse grupo de blogueiros é fantástico! Fico feliz por fazer parte disso tudo.

Estamos às vésperas do sorteio para descobrirmos quem é o nosso amigo secreto e logo logo traremos mais postagens para que vocês possam acompanhar conosco. Mas não só isso! Falando em sorteio, este ano um dos nossos leitores será presentado com um exemplar do livro Curso Prático de Contabilidade, do professor César Augusto Tibúrcio Silva, aqui do blog, e da professora Fernanda Fernandes Rodrigues. Nada mais justo. Vocês já conhecem a obra? Temos diversas postagens aqui no blog. Outra opção é dar uma olhada nas informações do livro na Amazon.

Fiquem ligados nas próximas postagens!!

Linguagens populares

A plataforma GitHub é o destino final de muitos programadores e seus trabalhos. Usando a GitHub como base, estas são as linguagens mais populares atualmente:

10- Ruby - Criada nos anos 90, por Yukihiro Matsumoto. Linguagem aberta, com foco na Web.
9- C - de 1972, ainda muito popular. Usada pra sistemas operacionais e softwares de aplicação. Deu origem ao C++, Python, Java, JavaScript e PHP
8- Shell - muito usada para criar comandos e execução de programa
7- TypeScript - aberta, criada pela Microsoft.
6- C++ - usada em sistemas operacionais, navegadores e outras aplicações. Mesmo sendo antigo, é muito usado pelas suas qualidades de desempenho.
5- C# - desenvolvida pela Microsoft.
4- PHP - para web, mas muito criticada pelos programadores
3- Java - da Sun e muito popular, com muitas vantagens, inclusive aplicação de big data
2- Python - Crescimento rápido, pois usada em linguagem de máquina, pesquisa, inteligência artificial e outros. Muito suporte e fácil integração
1- JavaScript - Base da web moderna. Usada por Google, Facebook, YouTube e outros pela interatividade.

Sete Brasil e Petrobras

A empresa Sete Brasil foi criada em 2010. Sua função seria ajudar o país a explorar o petróleo do pré-sal. Por ser uma empresa com participação de investidores (fundos de pensão, bancos e outras empresas), não se pode dizer que seja uma empresa estatal. Entretanto, a participação da estatal Petrobras é o destaque. Afinal, ela foi criada para “vencer” as licitações para contratação de sondas de última geração para Petrobras. Inicialmente a ideia seria a contratação de 28 sondas. Muito dinheiro público foi colocado na empresa, incluindo do FGTS, via compra de debêntures.

A questão é que a Sete Brasil talvez tenha sido criada para dar prejuízo. Ou melhor: para dar lucro para algumas pessoas. Com a divulgação dos escândalos nos anos recentes, a Sete Brasil esteve diretamente envolvida em desvio de recursos. Em 2016, a empresa reconheceu um prejuízo de quase 6 bilhões de reais. A recuperação judicial aconteceu neste período, já que a empresa tinha dívidas de 19,3 bilhões, investigação de falcatruas acontecendo e dúvidas sobre a continuidade. Já nas demonstrações contábeis de 2015 a palavra continuidade foi usada 16 vezes. É um claro sinal de problemas. Logo nas notas explicativas a empresa entregava:

“não há como assegurar a continuidade operacional do grupo no atual cenário. Com isso, (...) contratou uma firma internacionalmente reconhecida para elaborar um laudo de avaliação do valor de mercado dos ativos e, consequentemente, suportar o valor de recuperabilidade de cada ativo”

Com a recuperabilidade, o ativo da empresa caiu de 10 bilhões de reais para 1,9 bilhão. A linha de “investimentos” saiu de 8,4 bilhões para zero, entre 31/12/2014 e o ano seguinte. Mas os empréstimos e financiamentos continuavam no balanço da empresa: 15 bilhões no final de 2015. O prejuízo da empresa foi um dos maiores de todos os tempos: mais de 30 bilhões de reais.

Um desempenho deste tipo vai sobrar para alguém. Os principais credores eram

FGTS, Caixa Econômica Federal e três operações de empréstimo-ponte onde estão envolvidas as grandes instituições financeiras que atuam no Brasil: Banco do Brasil, Itau, Santander e Bradesco. O BB ficaria com uma dívida de 3,5 bilhões, seguido pelo FGTS.

Um texto recente do Valor Econômico afirma que parte desta conta ficará com a Petrobras. Segundo Graziella Valenti, a Petrobras tem 3,8 bi em provisões para Sete Brasil (este é o título do texto, 30 de outubro de 2019, B2). E as cobranças das partes prejudicadas estão colocando a empresa, que seria a contratante das sondas. Valenti afirma que até inicio do ano não existiam provisões para este caso específico. Mas que agora, a Petrobras reclassificou o caso, de “possível” para “provável”.

[Na Central de Dowloads não aparece nada sobre isto]

Com efeito, nas demonstrações do terceiro trimestre, a empresa faz menção à Sete Brasil na nota 27.2. [Uma curiosidade. Nas demonstrações em dólar, aparece 995 milhões na nota 24 (da DRE) e 912 na nota 27.1 (do passivo). Nas demonstrações em reais, o valor é 3,8 bilhões, tanto na nota 24, quanto na nota 27.1. Qual a razão da diferença? Taxa de Câmbio?]

Na conferência, nenhuma pergunta sobre o assunto. A repórter entrou em contato com a empresa e não recebeu nenhuma informação: é um assunto que corre em sigilo.

Rir é o melhor remédio

Refazendo a norma: algumas frase as pessoas podem entender...

13 novembro 2019

Problemas em outro artigo polêmico

No início do ano, publicamos um problema que ocorreu no principal periódico de contabilidade:


  • Uma pesquisa sobre evasão fiscal foi publicada em 2017 no principal periódico de contabilidade do mundo, o The Accounting Review
  • Um pesquisador, Alex Young, com dúvidas sobre a pesquisa, solicitou, sem sucesso, acesso aos dados e códigos usados, publicando suas dúvidas no EJW
  • Agora, o The Accounting Review retirou o artigo de sua edição


Agora, o Retraction Watch informa que a mesma dupla também teve um artigo aprovado em outro periódico, The Review of Financial Studies, da Oxford University Press, com problemas. Segundo o periódico

A special committee appointed by the SFS investigated the paper “Do Institutional Investors Demand Public Disclosure,” by A. Bird and S. Karolyi, published in the Review of Financial Studies in 2016 (10.1093/rfs/hhw062, volume 29, 3245–3277), after receiving reports on the inconsistency in the paper’s use of Russell vs. CRSP market capitalization ranks between the published version of the paper and its previously publicly distributed working paper version. Using the data and code provided by the authors, the committee determined that the estimates based on the use of Russell vs. CRSP ranks were not substantially different from each other. However, the Committee discovered that equations (1) and (2) on page 3254, which describe the two-stage model, do not describe the actual regressions that were used to generate the results presented in the paper. Moreover, the committee found that the paper’s main inferences are not robust if the models are estimated as described on page 3254 of the paper. In summary, the Committee concluded that the methodology described in the paper does not generate the results reported in that paper. Futhermore, the Committee concluded that the actual specification the authors acknowledged to have used in the paper was econometrically inconsistent. This is because the missing term constitutes an “excluded variable” which was not justified by the setting or discussed in the paper. The authors’ misstatement prevented the issue from being discovered in the review process.

Ou seja, os autores usaram uma regressão para fazer os cálculos e apresentaram outra no trabalho. E que não existiria diferença estatística. Ou seja, há problemas econométricos.

O Retraction Watch questiona, no entanto, que o periódico permitiu que os autores fizessem um “correção” do artigo, quando deveria ter ocorrido uma “retratação”, como foi o caso do início do ano, no The Accounting Review.

Guarde os nomes dos autores: Bird e Karolyi. Evite citá-los.

12 novembro 2019

Milionários estão cautelosos com 2020, mas otimistas com a próxima década

(...) Pesquisa elaborada pela área global de gestão de patrimônio do banco suíço UBS revela que o tradicional otimismo de ano novo é hoje temperado por uma hesitação e um maior senso de cautela de investidores de alto patrimônio em relação a 2020, com uma expectativa mais favorável para a próxima década do que para o ano.

Com base em entrevistas feitas com mais de 3.400 investidores com um patrimônio mínimo de US$ 1 milhão, o levantamento apontou que 79% das pessoas acreditam que os mercados estão caminhando para um período de maior volatilidade e mais da metade espera uma queda significativa em algum momento de 2020. Como resultado, 52% não têm certeza se agora é um bom momento para investir.

O ambiente de investimento é tido pela maioria como mais desafiador do que cinco anos atrás e o foco de atenção também tem se alterado. Para 66%, os mercados são movidos hoje mais por questões geopolíticas do que por fundamentos. Não à toa, a guerra comercial entre Estados Unidos e China é responsável pela maior preocupação entre os entrevistados (44%), seguido por política interna (41%) e eleição presidencial americana em 2020, com 37%.

Na média, investidores de maior patrimônio detêm 25% de suas carteiras em caixa, bem acima do percentual recomendado pelo UBS, frisa o banco, e com 60% dizendo que consideraria aumentar ainda mais esse nível.

Próxima década
Ainda que a cautela prevaleça sobre o ano que vem, as perspectivas são mais favoráveis para a década de 2020. Uma fatia de 69% dos entrevistados disse que ainda estava otimista sobre os retornos dos investimentos nos próximos dez anos. Tendências como envelhecimento da população, tecnologia, automação e sustentabilidade estão no foco dos investidores, como potenciais oportunidades a serem exploradas para o futuro.

Brasil
Os investidores brasileiros estão alinhados com os resultados da pesquisa global. A maioria (84%) espera maior volatilidade em 2020, 81% das pessoas avaliam que o ambiente para investir está mais desafiador do que há cinco anos e 59% não têm certeza que esse é um bom momento para aplicar. Dentre todas as regiões pesquisadas, a brasileira mostra a maior preocupação com as próximas eleições americanas, com 90% buscando aconselhamento sobre o impacto da disputa em seu portfólio.

A pesquisa do UBS contou com entrevistas em 13 mercados (Brasil, China, Alemanha, Hong Kong, Itália, Japão, México, Cingapura, Suíça, Taiwan, Emirados Árabes, Reino Unido e EUA) e foi realizada entre agosto e outubro de 2019.


Fonte: Aqui