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02 novembro 2019

Viés da Atribuição

Sobre o viés da atribuição, uma resposta no Quora 

Você por acaso reconhece alguns desses cenários?



  • Quando a Letícia tirou nota 2 na prova, você automaticamente assumiu que foi porque ela era preguiçosa e não se importou em estudar.
    Mas quando você tirou 2 em uma prova, foi porque o professor não te ensinou bem a matéria e as questões da prova eram muito difíceis.
  • Quando a Letícia te cortou na estrada, você automaticamente assumiu que ela era arrogante, desagradável e imprudente.
    Mas quando você cortou a Letícia na estrada, é porque você tinha que ir à algum lugar e estava com pressa.
  • Quando a Letícia chegou atrasada para o encontro, você automaticamente assumiu que ela simplesmente não se importava com a sua companhia ou com o seu tempo.
    Mas quando você chegou atrasado para encontrar com ela na manhã seguinte, é porque o seu carro estava sem gasolina e você teve que parar em um posto para abastecer.
Percebe o padrão?


Quando a Letícia é responsável por algo ruim, você atribuiu aquele evento à personalidade dela.

Ela foi mal na prova?


Ela é preguiçosa e não estuda.

Ela te cortou na estrada?


Ela é arrogante e imprudente.

Ela se atrasou para o combinado?

Ela não respeita o tempo das pessoas.

Mas mal sabia você que ela foi mal no teste porque o seu cachorro morreu.

E que ela te ultrapassou porque a sua filha estava no hospital.


E que ela estava atrasada ao encontro porque o carro dela quebrou.

Ainda sim, quando esses mesmos eventos acontecem com você, você atribui eles a fatores circunstanciais fora do seu controle. Você não atribuiu esses eventos a sua personalidade como quando você fez com a Letícia.

Isso é chamado de Viés de Atribuição.

Você foi mal no teste?

Professor incompetente e questões difíceis!

Você cortou a Letícia na estrada?

Não tinha o que fazer, você estava atrasado para algo importante!

Você estava muito atrasado para o encontro?


Bom, você teve que passar no posto para abastecer!

Leva menos de 10 segundos para ter consciência que esse tipo de pensamento tendencioso existe nas suas decisões, e é na verdade uma armadilha muito fácil de cair.

Reconhecer que o viés de atribuição existe e evitar o seu pensamento preconceituoso é um passo necessário para se desenvolver empatia.

A empatia é muito importante para diminuir a nossa ignorância e preconceito para que possamos nos tornar uma sociedade melhor.

O que eu posso aprender agora em 10 segundos que será útil para o resto da minha vida?
Peter Heinz - estudou em Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2018) - Tradutor ·Traduzido em 21 de outubro
Kevin Luo - BBA, Business Administration, University of Michigan Ross School of Business (2017) - Original author

Rir é o melhor remédio

Evolução no Twitter

01 novembro 2019

Emissão CO2

O gráfico apresenta a emissão de CO2. Quanto mais escuro, maior a emissão. O Brasil emite pouco, mas o problema é a evolução. Logo após a II Guerra a emissão era de 0,16 t per capita. Em 1970 chegou a 1 tonelada. Vinte anos depois, em 1990, 1,39 t. No início do novo século, 1,87 t. E agora, 2,27. Mas bem abaixo de 16,24 dos EUA. Ou 19,28 t da Arábia Saudita.

A Inglaterra chegou a emitir 11,23 antes da I Guerra. E agora 5,81 t. 

Retratação na Psicologia

O psicologo Hans Jürgen Eysenck, nascido em 1916 e falecido em 1997, possui um extenso trabalho sobre inteligência e personalidade. Quando faleceu, era o psicologo mais citado na literatura.

Nascido na Alemanha, mudou, na década de trinta, para a Inglaterra, por conta da oposição ao regime nazista. Fez doutorado em Londres e depois entrou para o King´s College, onde atuou entre 1955 a 1983. Escreveu 80 livros e mais de 1600 artigos científicos.

Agora muitos trabalhos podem ser “recolhidos” em razão de erros na pesquisa. O foco são as pesquisas em conjunto com Ronald Grossarth-Maticek Desde 2010 já existia uma suspeita de problemas na pesquisa de Eysenck. A instituição de origem já abriu uma investigação e parece que 26 artigos foram considerados “inseguros”. Entretanto, o King´s College não incluiu as pesquisas onde Eysenck é único autor, o que parece sugerir que a investigação deve “acusar” mais o co-autor.

Leia mais aqui 

Absurdo do prêmio Nobel em Ciências

Todo ano, durante a premiação do Nobel, o principal da área acadêmica mundial, volta a discussão sobre a escolha realizada pela Fundação. Além das injustiças, este ano um artigo do The Atlantic destacou um fato importante: a premiação está distorcendo e reescrevendo a história. Além de muitas vezes deixar de fora bons pesquisadores, o processo científico nos dias atuais mudou. Com respeito ao primeiro ponto, não existe dúvida. O texto de Ed Yong (The Absurdity of the Nobel Prizes in Science) aponta vários casos. Eu lembro, na área de economia, o fato de Black e Tversky não terem sido premiados por terem falecido precocemente. Mas Baumol viveu bastante tempo e não foi contemplado.

Em muitos casos, o esquecimento pode representar reescrever a história da ciência. Yong narra o caso de Damadian que foi “esquecido” pelo Nobel, enquanto seus colegas, Paul Lauterbur e Peter Mansfield, foram contemplados. Damadian publicou anúncios em três jornais dos EUA protestando contra o esquecimento. No Nobel de Economia eu me lembro de Roberts (mas Fama, que escreveu depois sobre a eficiência de mercado, foi reconhecido), Milgrom (mas Myerson e Bengt Holmstrom) e Martin Weitzman (mas Nordhaus), sendo que este último “pode”  ter cometido suicídio pelo “esquecimento” do prêmio.

Mas o texto do The Atlantic destaca outro ponto também importante. Atualmente a ciência é um esforço de um grupo de cientistas. Reconhecer um cientista (ou dois ou três) é injusto com o grupo de trabalhou na pesquisa. Isto pode dar a impressão de que a ciência é feita por uma pessoa solitária, sem interação com outras pessoas:

críticos notam que é um absurdo e um anacronismo o reconhecimento do trabalho de cientistas. Em lugar de honrar a ciência, isto distorce sua natureza, reescreve a história e negligencia o papel de importantes pessoas [tradução livre]

Ganhar o prêmio traz vantagens, conforme lembra Yong: mais citações, um tempo de vida médio maior, lucro em palestras e a sensação de grandeza. Ser esquecido pode ser pior.

Rir é o melhor remédio

Quando o professor usa meu nome como um bom exemplo