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24 outubro 2019

Radiologistas x Inteligência Artificial

Radiologistas não foram susbtituídos e não serão substituídos por máquinas.

Three years ago, artificial intelligence pioneer Geoffrey Hinton said, “We should stop training radiologists now. It’s just completely obvious that within five years, deep learning is going to do better than radiologists.”

Today, hundreds of startup companies around the world are trying to apply deep learning to radiology. Yet the number of radiologists who have been replaced by AI is approximately zero. (In fact, there is a worldwide shortage of them.)

At least for the short term, that number is likely to remain unchanged. Radiology has proven harder to automate than Hinton — and many others — imagined. For medicine in general, this is no less true. There are many proofs of concept, such as automated diagnosis of pneumonia from chest X-rays, but surprisingly few cases in which deep learning (a machine learning technique that is currently the most dominant approach to AI) has achieved the transformations and improvements so often promised.

Why not?

[..]

Fonte: aqui

chest xray

Rir é o melhor remédio


Teste de personalidade. Infantil, nervoso, paranoico, racista, bebe? É contador? Adaptado

23 outubro 2019

Como a mulher deve se portar (em uma empresa contábil)

Um grande empresa de contabilidade contrata uma palestrante para um workshop para suas mulheres. A data do evento foi junho de 2018, auge do movimento #MeToo. O nome do workshop é “liderança e empoderamento”, por Marsha Clark.

Mais de um ano depois, um site obtém cópia das transparências. E descobre que um monte de besteiras foram ditas no evento. A empresa tem responsabilidade? E se a empresa de contabilidade não fez nada sobre o conteúdo?

A palestrante falou coisas como:

O cérebro das mulheres é como panqueca e elas possuem dificuldade de concentração, ao contrário dos homens. E cérebro das mulheres é menor que os homens.
As mulheres não devem exibir o corpo, para não mexer nas mentes dos colegas. Devem ter um bom corte de cabelo, unhas feitas, roupas bem cortadas
Não confronte diretamente os homens nas reuniões
Se você estiver conversando com um homem, cruze as pernas. Não fale com um homem cara a cara. Os homens consideram isso como ameaçador

Esta história é real. A palestrante é Marsha Clark, ex-executiva da EDS, nas décadas de 80 e 90. O site Huffington Post teve acesso ao material. E constatou que as afirmações de Clark era pouco científicas.

A empresa de contabilidade alega que as afirmações estão fora de contexto.

Ah, o nome da empresa: Ernst Young.

Fonte: Aqui e aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Nature

Melhores cursos de Economia do Brasil

O Brasil possui poucos cursos de Economia com excelência. 98% dos cursos são bem fracos em comparação com o nível internacional. Fiz uma lista com os melhores cursos do Brasil baseado na qualidade do corpo docente, grade curricular e quantidade de matérias quantitativas. Economia é um curso de matemática aplicada, mas no Brasil o que predomina na maioria das faculdades é a tradição heterodoxa, que não é aceita nas principais universidades do mundo. Os melhores cursos ortodoxos são estes:

1-FGV-Rio
2-PUC- Rio
3-FGV-SP
4-Insper
5-USP
6-UnB



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Panorama das IFRS

Do Zimbabué à Guiné Equatorial, passando por Singapura aos Estados Unidos, são 144 as jurisdições que atualmente aplicam as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) emanadas pelo International Accounting Standards (IAS) Board, o órgão da Fundação da IFRS. Há ainda mais 12 que permitem a sua utilização, perfanzendo um total de 166 jurisdições que utilizam as IRFS.

Em Portugal, por ser um Estado membro da União Europeia, as IFRS são aplicadas para as empresas cujas ações são transacionáveis no mercado regulado.

Em 2018, à exceção de dez jurísdições – Albânia, Belize, Bermudas, Ilhas Caimão, Egito, Macau, Paraguai, Suriname, Suiça e Vietnam – todas (146) comprometeram-se publicamente em apoiar um único conjunto de normativos globais de contabilidade.

De acordo com os dados da World Federation of Exchanges, a Fundação IFRS estima que as 166 jurisdições contabilizem 84 biliões de dólares e são 48.913 as empresas domésticas cotadas em bolsa nestas jurisdições que aplicam, ou permitem a aplicação, as IFRS.

Fundada em 1973 pelas organizações profissionais de contabilidade que formam o Comité da IAS – Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos – a Fundação tem, ao longo de 46 anos, promovido os três pilares de atuação que a caracterizam: transparência na comparação internacional entre os normativos contabilísticos e na qualidade da informação financeira; reforço da responsabilidade (accountability) através do aumento de canais de informação entre as empresas e investidores; e contribuição para a eficiência económica, auxiliando os investidores a identificarem riscos e oportunidades no mundo, melhorando a alocação de capital.

As normas internacionais de relato financeiro foram adotadas não apenas por governos, mas também pelo G20 e outras organizações internacionais, como o Banco Mundial, associações empresariais, investidores e profissionais da contabilidade, com o objetivo de estabelecer normativos contabílisticos comuns, globais, e de elevada qualidade.

Segundo a Fundação IFRS, “mais de um terço de todas as transações financeiras são transfronteiriças” e antecipa que esse número cresça. Este ponto ilustra a importância atual das IFRS porque, no passado, “estas atividades entre fronteiras eram complexas porque os diversos países mantinham normativos de contabilidade próprios”. Consequentemente, o custo, complexidade e risco das transações transfronteiriças aumentavam.

Nas palavras da Comissão Europeia, “as IFRS tiveram êxito ao criarem uma linguagem de contabilidade comum para os mercados de capitais”. Os benefícios da utilização das IFRS são vários, desde logo a redução do custo de financiamento para as empresas, e ainda o incremento das possibilidades de investimento nourtas jurisdições que utilizem as normas internacional de relato financeiro. E, por exemplo, ao nível do relato financeiro interno, as empresas também têm colhido benefícios porque as IFRS lhes permite comparar diversos departamentos que atuam em diferentes jurisdições, “reduzindo o número de sistemas de reporte”.


Fonte: Jornal EconômicoCerca de 49 mil empresas no mundo utilizam as IFRS - António Vasconcelos Moreira

22 outubro 2019

Como surgiu o radicalismo

Como surgiu o radicalismo 

Algoritmos podem deixar pessoas encurraladas em um canto do espectro ideológico

Fernando Reinach*, O Estado de S.Paulo
12 de outubro de 2019

Stuart Russell é um dos principais cientistas da área de Inteligência Artificial (IA). Seu livro sobre o tema é usado na maior parte das universidades. Enquanto todos se preocupam com o risco de os sistemas de IA substituírem seres humanos, ele aponta um muito maior: perdermos o controle sobre esses sistemas. E discute um exemplo real, dos algoritmos de IA que estão causando polarização política.



Enquanto programas de computação clássicos são uma sequência de instruções que chegam a um resultado, sempre com o mesmo procedimento, sistemas modernos de IA são poderosos porque não seguem procedimentos rígidos. Você determina o objetivo e o computador descobre a melhor maneira de atingi-lo.



Imagine um robô programado de forma clássica. Você pede a ele que te traga uma cerveja. Ele estará programado para abrir a geladeira, pegar a cerveja e te trazer. Se não encontrar, vai provavelmente te avisar que não tem cerveja na geladeira. Um hipotético robô contendo sistema de IA sofisticado não está programado para ir à geladeira, mas para resolver o problema - no caso, te conseguir uma cerveja - de forma independente. Ele vai à geladeira e não encontra a cerveja. Então, descobre um local onde pode encontrá-la, o bar da esquina. De maneira independente, se dirige ao bar. Ele tomou a decisão usando o que descobriu sobre o funcionamento do mercado de cerveja.

Mas imagine que acontece algo inesperado: o cartão de crédito que levou é recusado. Há duas possibilidades. O sistema de IA é suficientemente sofisticado para entender que esse é um obstáculo intransponível e volta sem a cerveja ou, por não ter acesso a leis e códigos morais da sociedade, decide que a melhor solução é matar o dono do bar e levar a cerveja. Como nenhuma dessas ações estava previamente programada, o fabricante só vai descobrir a besteira quando a polícia bater à porta.

O exemplo parece estapafúrdio, mas Russell, em um debate em Londres no lançamento do seu livro, explicou o que aconteceu com sistemas de IA do Google (YouTube) e Facebook. É uma história real. Algoritmos de IA dessas empresas foram construídos para aumentar o número de vezes que o usuário clica em outro link após ler o anterior - as empresas ganham mais quanto maior o número de visualizações.

Os programadores imaginavam que o sistema de IA descobriria o que a pessoa gostava de ler e apresentaria mais exemplos desse assunto. Mas o que aconteceu na prática não foi o previsto. O sistema de IA descobriu que a melhor maneira de aumentar a probabilidade de você clicar no próximo filme (ou post) não é sugerir o que aparentemente você gosta, mas aos poucos modificar sua preferência de modo a focar sua preferência em um ou poucos assuntos. O sistema de IA chegou sozinho a essa descoberta e, à medida que ela funcionou, aumentando o número de cliques, o algoritmo passou a adotar e refinar essa estratégia.

No caso de assuntos de política, se uma pessoa é de centro, pode preferir clicar em algo mais à esquerda ou à direita de sua posição, o que diminuía a probabilidade de a pessoa clicar novamente. Mas, se o algoritmo aos poucos levá-la aos extremos (esquerda ou direita), ao longo do tempo ela acaba encurralada em um dos cantos do espectro ideológico e então a probabilidade de clicar em algo parecido aumenta.

Russell contou que esse efeito foi descoberto por seus alunos (são eles que trabalham nessas empresas), mas a armadilha já estava montada. Voltar atrás diminuiria o número de cliques. Marqueteiros políticos também descobriram isso e passaram a produzir conteúdos que auxiliavam o algoritmo a segregar as pessoas em extremos. Exemplos citados na palestra são Estados Unidos, Inglaterra e Brasil.

É uma história impressionante. Russell sugere que isso é o início da perda de controle sobre sistemas de IA. E está ocorrendo com sistemas relativamente simples. A preocupação é o que pode ocorrer quando se tornarem mais poderosos, superando a inteligência humana. Mas isso é só o começo do livro. A maior parte descreve formas de garantir que mesmo usando sistemas mais inteligentes não venhamos a perder o controle sobre as máquinas. Vale a pena ler.

MAIS INFORMAÇÕES: HUMAN COMPATIBLE. AI AND THE PROBLEM OF CONTROL. STUART RUSSELL ED. ALLEN LANE PRESS (2019)