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09 agosto 2019

Humor e divulgação de resultados

Rir não é somente um bom remédio, como pode ter influencia sobre os resultados:

Em uma teleconferência da empresa Sally Beauty, um analista perguntou para o gestor:

- Eu queria saber, se não for pedir muito, sobre as tendências

O CEO da empresa, Gary Winterhaulter, respondeu

- É pedir demais

A analista respondeu que tudo bem, e os participantes riram da situação.

Esta história real mostra que em muitos anúncios de resultados, a reação dos executivos (e dos analistas) podem dizer muito sobre o desempenho da empresa.

Uma pesquisa verificou 85.793 conferências, entre 2003 a 2016. Os quatro pesquisadores descobriram que o humor nas conferências pode ser um sinal importante. O aspecto interessante é que quando os gestores usam o humor, isto tem impacto positivo sobre o retorno. Eis o resumo:

We examine analysts’ and managers’ use of humor during public earnings conference calls. Using a sample of 85,793 conference calls from 2003-2016, we find that experienced analysts and analysts with positive views of the company are more likely than other analysts to use humor on conference calls. We also find that analysts tend to use humor when the tone of their question is unusually negative, and that analysts who use humor on conference calls are allowed to speak for a longer period of time and receive longer responses from managers. When managers use humor, abnormal returns surrounding the call are higher, and analysts’ stock recommendation revisions following the call are more positive. Our study provides new evidence on the use of humor in corporate disclosure events, and our findings indicate that humor has economically meaningful implications for public earnings conference calls.

Kraft versus PwC

Mistério na declaração do investidor Buffett. Parece existir uma disputa com a PwC sobre a contabilidade da Kraft:

Warren Buffett, the CEO of Berkshire Hathaway, which owns a 27% stake in Kraft, told reporters in May that "there's something going on" with Kraft's finances and that it was in a dispute with its auditor, PricewaterhouseCoopers.

Kraft Heinz was subpoenaed by the Securities and Exchange Commission earlier in 2019 as part of an investigation into its accounting methods. Though Kraft said in June that it completed an internal review of its procurement practices, it noted that the SEC investigation wasn't over.

Entrevista com Tadeu Cendon

A partir de julho, o brasileiro Tadeu Cendon assumiu um papel no Board do Iasb. A seguir, uma entrevista que está no site do Iasb.

Tadeu Cendon, one of two new members of the International Accounting Standards Board (Board), had just finished university when he discovered a passion for accounting. More than 30 years later, and he says he has reached the pinnacle of his career with this most recent appointment. ‘It’s a big achievement and I’m very proud of it,’ he says, adding that he is looking forward to working collaboratively with his fellow Board members in setting IFRS Standards.

Just a few weeks after he joined the Board in July 2019, Tadeu took some time to share his story.

How will your previous experience help you in your new role?
For most of my career I’ve been an auditor. Early on, I was told to learn to put myself in the clients’ shoes. An auditor must listen closely to his client, and learn to see the world from their perspective. But an auditor must also listen to other interested parties, such as standard-setters and regulators. This is essential in problem-solving, especially in complex situations.

I want to take a broader view when I think about the people and organisations involved in standard-setting. The accounting framework focuses on the ‘primary users’ of financial statements but I’d like to think more deeply about other stakeholders too.

What are you most looking forward to in your new role?
I hope that my experience and knowledge will enable me to quickly learn about the Board’s current projects. I’m anxious to make a meaningful contribution to the Board’s discussions just as soon as possible. As a Board member, I’m especially keen to understand the views of everyone involved in the standard-setting process. I’m looking forward to this process of learning and sharing.

What have you enjoyed most about being a member of the Board?
It’s only been a short while, but I enjoy the diversity of the opinions expressed by my fellow Board members and by the technical staff. We all learn a lot all the time. Every day we’re able to challenge ourselves and question the fundamentals of our thinking.

What’s the role of financial reporting in today’s global economy?
A single set of standards, especially a high-quality set of standards, means that companies can provide trusted and useful information to investors. In an ideal world, a single set of shared standards should bring more stability to the global economy by reducing complexity and increasing comparability.

What makes our mission of transparency, accountability and efficiency meaningful to you?
By focusing on these three ideals, the IFRS Foundation can continue to develop accounting standards that allow markets to work fairly. Bringing transparency, accountability and efficiency to global financial markets means that useful information can be delivered to all stakeholders, not just investors

How did you end up following a career in accounting?
At a child, I wanted to study engineering, but I enrolled in business school instead. It was only when I started working as an auditor that I knew I had discovered my passion.

And when you’re not working and following your accounting passion, what do you get up to in your spare time? My family and I have just moved to London from Brazil and I try to spend as much time as possible with them. I used to enjoy fishing but I’m now more of a runner. More broadly, I’m looking forward to exploring and enjoying European culture, both in the UK and on the continent—working in London should provide us with a perfect opportunity to do that.

Fraude científica

Recebi um link de uma reportagem sobre fraude acadêmica. Segundo um texto da USP, que usa informações da Clarivate Analytics, autores de artigos aceitos para publicação estão vendendo participação nos textos. A negociação é feita em um site russo, que não identifica periódicos e autores, exceto para os compradores. O preço depende do lugar na lista de autores. Os periódicos são indexados no Scopus e/ou Web of Science, e a área acadêmica parece ser diversificada.

Há também dados disponíveis sobre as últimas transações de autoria. Destes, em 15 de julho, havia 183 acordos de autoria em periódicos supostamente indexados no Scopus, e 11 supostamente indexados no Web of Science. A geografia das transações abrange principalmente a área pós-soviética (Rússia, Cazaquistão e Ucrânia), mas existem autorias vendidas fora dessa região, principalmente para os Emirados Árabes Unidos, China e Reino Unido.


Minha opinião: este não é o único e mais vergonhoso caso de fraude acadêmica. Provavelmente os editores não sabem deste tipo de transação e por isto os periódicos não podem ser acusados.

(Grato Ducineli e Jomar pela dica)

Rir é o melhor remédio






Criança feliz. Mais fotos (muito mais) aqui

08 agosto 2019

Melhoria nas normas de Contabilidade Pública

O IPSAS está propondo melhoria nas normas internacionais do setor público. O documento pode ser encontrado aqui e o prazo para sugestões vai até setembro. Nas propostas, não estão melhorias já realizadas pelo IASB. Mas inclui as seguintes mudanças

IPSAS 5, Borrowing Costs
IPSAS 13, Leases
IPSAS 21, Impairment of Non-Cash-Generating Assets
IPSAS 26, Impairment of CashGenerating Assets
IPSAS 30, Financial Instruments: Disclosures
IPSAS 33, First-time Adoption of Accrual Basis International Public Sector Accounting Standards (IPSASs).
IPSAS 40, Public Sector Combinations

Fan Bingbing reaparece


Em maio de 2018, a atriz chinesa Fan BingBing foi denunciada por um apresentador de televisão; ela teria recebido uma grande quantia para trabalhar em um filme, mas “assinou” dois contratos. O fisco chinês investigou a história como sendo um caso de evasão fiscal. Por três meses a atriz “desapareceu” das redes sociais. Em outubro, a atriz reaparece, pedindo desculpas pelo crime fiscal. A informação é que a atriz pagou uma multa de 127 milhões de dólares, elogiou as autoridades chinesas e pediu desculpas.

O exemplo da atriz parece que ajudou as autoridades chinesas na cobrança de impostos de celebridades e empresas na área de entreterimento.

No último sábado, Fan deu uma entrevista para o New York Times (via aqui) falando sobre o caso. A atriz agradeceu o governo chinês, na primeira entrevista para imprensa ocidental desde maio de 2018: “me fez sentir calma [a prisão] e pensar seriamente sobre o que eu quero para minha vida futura”.

Além de Fan, muitas pessoas que trabalharam com ela também foram presas. Depois da prisão, Fan chegou a dizer, em rede social, estar envergonhada.

"Sem o Partido [Comunista] e as boas políticas do país [China], sem o amor das pessoas, não haveria Fan Bingbing" escreveu.

Ela chegou a compartilhar um mapa da China, onde Taiwan aparece como território chinês (foto).