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01 junho 2019

Tamanho dos países em escala real

A superfície de uma esfera não pode ser representada de forma plana sem algum grau de distorção. Desde 1500 os cientistas tentam desenvolver um algoritmo que ajude a transformar o globo em algo plano e para isso usam um método chamado projeção. Não existe forma correta ou errada de fazê-la e tudo depende do propósito do mapa. Porém enquanto toda projeção do nosso mundo preserva algo, bagunça outras tantas coisas.

A forma com que vemos o mapa-múndi geralmente está adaptada à escala de Mercator que é distorcida, mas amplamente utilizada para navegação devida sua capacidade de representar linhas de curso constantes. No entanto, é menos prático para mapas do mundo porque a escala é distorcida. Se você quiser uma projeção que mostre o tamanho real das coisas, deve utilizar a projeção Gall–Peters.

E é aí que a Internet entra em jogo. O site Bored Panda publicou a compilação de uma série de mapas sobrepostos que mostram países de todo o mundo, em cima dos Estados Unidos, para dar a todos uma melhor compreensão de quão grande o território realmente é.

Alguns deles:



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31 maio 2019

Tradição continua 2

Duas informações adicionais sobre o contador-chefe da SEC. Em primeiro lugar, o ocupante anterior, Schnurr, saiu do cargo por ter caída de uma bike e ter ficado tetraplégico . O que está saindo agora, que está no cargo desde 2016, não apresentou uma justificativa.

Em 27 anos foram 11 contadores, o que representa uma média de 2 anos e meio. Deve ser um cargo bem difícil.

Na foto, o novo contador-chefe.

A tradição continua...

Em 2015 comentamos sobre uma reportagem da Reuters sobre o Contador-Chefe da SEC. Na época colocamos a seguinte figura:
Desde 1992, o contador-chefe é originário de um empresa de auditoria. Passeando pela página da SEC deparei com o contador-chefe: Wesley Bricker:
Originário da PwC. Mantendo a tradição. Ontem foi anunciado que Bricker está saindo da SEC. No seu lugar, provisoriamente, Sagar Teotia, Originário da Deloitte. 

Petrolífera e Clima

É interessante o posicionamento de algumas empresas petrolíferas com respeito a questão do clima. Na semana passada, acionistas da BP - uma empresa responsável pelo desastre do Golfo do México - aprovaram a adesão da empresa a um acordo de clima. No ano passado, a Shell aceitou metas de redução de emissões de gases.

Enquanto isto, a Exxon e sua diretoria tem lutado de todas formas contra este problema. Na quarta, uma assembleia da empresa não conseguiu o apoio necessário para que resoluções climáticas fossem aprovadas. Há uma pressão para aderir ao acordo de Paris de 2015, mas a empresa se recusa. O presidente afirmou:

"O envolvimento com o clima é importante, mas trabalhar com soluções através de pesquisa fundamental e desenvolvimento de novas tecnologias também é importante"

Calibração das previsões

Quando fazemos previsões, podemos cometar uma série de erros, independente do modelo preditivo. Fazer previsão é algo muito difícil; em especial, como disse Yogi Berra, sobre o futuro. Um dos problemas é a calibração (o outro é o overfitting). Se considero que a chance de um evento ocorrer é de 80%, isto significa dizer que realmente esta deve ser a probabilidade do evento. Suponha que construí um modelo para prever se irá fazer ou não sol na minha cidade. Sendo 80% a chance de fazer sol prevista pelo modelo, em 80% dos dias isto deve ocorrer, caso contrário o modelo não é calibrado. Se os eventos ocorrerem em 70% das vezes, não é calibrado.

O problema da calibração é que precisamos de muitas previsões para verificar se o modelo é calibrado ou não. Se o meu evento é único, não tenho condições de saber se o modelo foi calibrado ou não. Um site mostrou 10 previsões certas de Jobs e 2 erradas. Isto não permite dizer que Jobs era um bom preditor, por ele ter acertado 10 em 10. Afinal, não temos a lista de todas as previsões de Jobs.

As estimativas de valor estão baseadas em modelos de previsão. Cunha verificou se as previsões de modelos de avaliação usando o fluxo de caixa descontado em ofertas públicas de ações eram aderentes ao longo do tempo. No caso da tese de doutorado de Cunha, o período de tempo estava entre 2002 a 2009. Ele comparou as previsões com os valores realizados, usando testes de médias. Em algumas variáveis foi possível verificar a aderência. Em outras não, existindo superavaliação e subavaliação, conforme o objetivo do laudo. O problema é que foram várias empresas fazendo a previsão, com diferentes modelos preditivos. Sua conclusão mostra que pode existir um viés comportamental (ou ético) nas previsões. Mas que falta calibração para um agente econômico específico ou um modelo de previsão.

Este não foi o problema do site FiveThirtyEight, originalmente criado por Natan Silver (de O Sinal e o Ruído). Como o site está prevendo muitas coisas há mais de 11 anos, recentemente eles fizeram um levantamento da calibração e descobriram que eles acertaram razoavelmente em muitas previsões. Em 5.589 eventos onde eles disseram que um evento tinha 70% de ocorrer (arredondando os 5% mais próximos) eles acertaram 71%; outros 55.553 eventos que afirmaram ter 5% de ocorrer realmente ocorrer 4% das vezes. Mas eles descobriram que estavam confiantes demais nas previsões da NBA em disputas desequilibradas e em outros fatos.

Esta evidenciação do FiveThirtyEight não é realizada por um instituto que faz pesquisa eleitoral ou por uma consultoria que elabora um laudo de avaliação. Também não sabemos a calibração do setor de contabilidade de uma empresa, que faz previsões para mensurar o valor dos ativos (por exemplo, para o teste de impairment) ou dos passivos (para as contingências). Conhecendo a calibração, sabemos como questionável será o valor da mensuração com estes problemas.

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