É um assunto que muitas pessoas acreditam na associação entre divulgação e melhoria do comportamento do mercado. Nem sempre. Muitas vezes a solução está em alternativas, como design.
Matthias Breuer pergunta se é necessário obrigar as empresas a divulgar as informações e a fazer auditoria. O parágrafo final do post escrito para o Pro-Market (Stigler Center, da Universidade de Chicago):
With a view to the regulation of firms’ financial reporting in the United States, my evidence suggests an extension of reporting requirements to (larger) private firms could counteract recent trends of slowing business dynamism (e.g., Decker et al. 2014; Haltiwanger 2014), increasing market-share concentration (e.g., Barkai 2017; De Loecker & Eeckhout 2017; Grullon et al. 2017), and declining IPO activity (e.g., De Fontenay 2017; Doidge et al. 2017). Yet, it is questionable whether extending reporting requirements to these firms ultimately improves resource-allocation efficiency and, in particular, stimulates growth. Absent convincing empirical evidence of enhanced efficiency and growth, the case for firms’ mandatory reporting and auditing appears weak, especially given the costs and imperfections of regulation (e.g., Stigler 1971).
29 maio 2019
Menos informação e mais design
Daniel P Egan postou um comentário muito interessante (que guardei para pensar melhor ao longo do tempo).
O início do comentário é esta fotografia:
Garotos em cima de um cano que adentra para o mar, com uma placa solicitando para as pessoas não brincarem com o tubo. Ou seja, fazendo justamente o contrário do que está sendo solicitado. No canto direito, um sinal solicitando para as pessoas darem espaço para os ciclistas, mas a sinalização retira espaço do ciclista. No canto inferior direito, uma placa pedindo para pessoas não jogarem pedras na placa; e a foto mostra que muitos jogaram pedra.
Os avisos, bem intencionados, terminam por piorar a situação. A partir daí, Egan comenta sobre a questão da regulação. Segundo ele, talvez a forma como o assunto tem sido tratado não seja a melhor. Ele afirma:
Durante décadas o princípio regulatório nos EUA [não somente] tem sido o da divulgação
Bingo. Se você divulga o salário dos funcionários públicos, isto irá mudar a atitude das pessoas; evidenciando os conflitos de interesse de uma pessoa, irei levar isto em consideração na decisão; se divulga os impostos na nota fiscal, isto muda o comportamento; se o auditor divulga o que ele teve dificuldade em auditar, isto irá chamar a atenção dos usuários da demonstração; e assim por diante. Será que isto está funcionando? Nós temos hoje um grande número de informação, mas pouco tempo para ler e levar em consideração na decisão (sistema 1 e sistema 2). Egan afirma:
“(...) temos outra opção para ser eficaz: design”
Por ser menos visível, seria menos valorizado. Acrescento mais, é mais fácil regular pedindo mais informação do que regular o design:
Precisamos tornar visível o invisível, mostrar aos clientes como ajudamos a priorizar os objetivos deles ou restringir os gastos não prazerosos ou economizar impostos.
O início do comentário é esta fotografia:
Garotos em cima de um cano que adentra para o mar, com uma placa solicitando para as pessoas não brincarem com o tubo. Ou seja, fazendo justamente o contrário do que está sendo solicitado. No canto direito, um sinal solicitando para as pessoas darem espaço para os ciclistas, mas a sinalização retira espaço do ciclista. No canto inferior direito, uma placa pedindo para pessoas não jogarem pedras na placa; e a foto mostra que muitos jogaram pedra.
Os avisos, bem intencionados, terminam por piorar a situação. A partir daí, Egan comenta sobre a questão da regulação. Segundo ele, talvez a forma como o assunto tem sido tratado não seja a melhor. Ele afirma:
Durante décadas o princípio regulatório nos EUA [não somente] tem sido o da divulgação
Bingo. Se você divulga o salário dos funcionários públicos, isto irá mudar a atitude das pessoas; evidenciando os conflitos de interesse de uma pessoa, irei levar isto em consideração na decisão; se divulga os impostos na nota fiscal, isto muda o comportamento; se o auditor divulga o que ele teve dificuldade em auditar, isto irá chamar a atenção dos usuários da demonstração; e assim por diante. Será que isto está funcionando? Nós temos hoje um grande número de informação, mas pouco tempo para ler e levar em consideração na decisão (sistema 1 e sistema 2). Egan afirma:
“(...) temos outra opção para ser eficaz: design”
Por ser menos visível, seria menos valorizado. Acrescento mais, é mais fácil regular pedindo mais informação do que regular o design:
Precisamos tornar visível o invisível, mostrar aos clientes como ajudamos a priorizar os objetivos deles ou restringir os gastos não prazerosos ou economizar impostos.
Melhores séries
Olha a coincidência. Isabel postou sobre as melhores séries. E um pouco antes estava olhando o IMDB de Game of Thrones. Veja a nota de cada episódio da oitava temporada:
E1 = Winterfell = 7,7
E2 = A knight of the 7 Kingdoms = 8
E3 = The Long Night = 7,6
E4 = The Last of the Starks = 5,6
E5 = The Bells= 6,2
E6 = The Iron Throne = 4,3
Um ponto importante: o menor número de votantes foi 109 mil (dado de 29 de maio de 2019), para o episódio de maior nota. O maior número de votantes foi 196 mil (idem) para o episódio com pior nota. A série tem nota 9,4 (1,5 milhão de votantes).
(Ah, sim. Eu não assisti a série, então não tenho opinião formada sobre o assunto)
E1 = Winterfell = 7,7
E2 = A knight of the 7 Kingdoms = 8
E3 = The Long Night = 7,6
E4 = The Last of the Starks = 5,6
E5 = The Bells= 6,2
E6 = The Iron Throne = 4,3
Um ponto importante: o menor número de votantes foi 109 mil (dado de 29 de maio de 2019), para o episódio de maior nota. O maior número de votantes foi 196 mil (idem) para o episódio com pior nota. A série tem nota 9,4 (1,5 milhão de votantes).
(Ah, sim. Eu não assisti a série, então não tenho opinião formada sobre o assunto)
Lista: melhores séries
Séries com melhores avaliações no IMDb;
1. Chernobyl - 9,7
2. Planeta Terra II - 9,5
3. Band of Brothers - 9,5
4. Breaking Bad - 9,5
5. Planeta Terra - 9,4
6. Game of Thrones - 9,4
7. Nosso Planeta - 2019 - 9,4
8. The Wire - 9,3
9.Cosmos: Uma Odisseia no Espaço-Tempo - 9,3
10 Planeta Azul II - 9,3
Fonte: Aqui
1. Chernobyl - 9,7
2. Planeta Terra II - 9,5
3. Band of Brothers - 9,5
4. Breaking Bad - 9,5
5. Planeta Terra - 9,4
6. Game of Thrones - 9,4
7. Nosso Planeta - 2019 - 9,4
8. The Wire - 9,3
9.Cosmos: Uma Odisseia no Espaço-Tempo - 9,3
10 Planeta Azul II - 9,3
Fonte: Aqui
28 maio 2019
A ética dos professores de ética
Isto me lembrou os professores que ensinam ética contábil (disciplina obrigatória na graduação): um estudo com 417 professores, publicado no Philosophical Psychology, sendo 151 com professores de ética, encontrou que não existe muita diferença entre eles. O estudo, feito por um estudante europeu, perguntou aos professores sobre diversos tópicos (doação de órgãos, caridade e outras atitudes) e como eles se comportavam em cada categoria. As perguntas exigiam respostas de 1 (muito imoral) a 9 (muito moral).
There were some differences in views—ethicists had more stringent expectations than other professors on donating to charity, but were more lenient on the immorality of theft, and staying in touch with their mothers. But the researchers found no significant difference in moral behavior. For example, ethicists on average said a professor should donate 6.9% of their annual income to charity per year, versus non-philosophers’ recommendation of 4.6%, and other philosophers’ suggestion of 5.1%. But when it came to following through on this moral guidance, there was no gap: Ethicists reported donating 4.6% of their annual salary to charity in the past year, compared to non-ethicist philosophers’ 4.6% and non-philosophers’ 4.4%.
Fonte: Aqui
There were some differences in views—ethicists had more stringent expectations than other professors on donating to charity, but were more lenient on the immorality of theft, and staying in touch with their mothers. But the researchers found no significant difference in moral behavior. For example, ethicists on average said a professor should donate 6.9% of their annual income to charity per year, versus non-philosophers’ recommendation of 4.6%, and other philosophers’ suggestion of 5.1%. But when it came to following through on this moral guidance, there was no gap: Ethicists reported donating 4.6% of their annual salary to charity in the past year, compared to non-ethicist philosophers’ 4.6% and non-philosophers’ 4.4%.
Fonte: Aqui
Financiamento, Publicação e Tempo de doutorado
Uma pesquisa realizada em Portugal descobriu uma relação interessante: os alunos que receberam financiamento demoraram mais tempo para concluir o curso de doutorado.
Em geral um curso de doutorado leva quatro anos. Mas em algumas áreas e em alguns países pode ultrapassar a 7 anos e este tempo não tem se alterado nos últimos anos. E este período de tempo longo pode aumentar a chance de abandono e impede de outros alunos possam entrar nos programas de pós. A análise foi realizada com 2.253 doutores portugueses e o financiamento com bolsa atrasa a conclusão do curso. Outro aspecto interessante é que não existe relação com a publicação dos trabalhos.
Como coordenador, eu tenho observado isto. Geralmente o aluno financiado, diretamente por uma bolsa ou indiretamente com uma dispensa de carga horária, tem mais dificuldade de concluir o curso. Em uma turma de doutorado, os três últimos remanescentes eram financiados e os três primeiros que concluíram não tiveram "apoio" de bolsa ou liberação.
What the findings do suggest is that alongside PhD funding support, policymakers and funding agencies should stress the importance of publishing during the PhD. This would provide students with the credentials needed to enter the postdoctoral labour market and also make contributions to national, regional and global knowledge. The findings of this study also underline the need to raise awareness of students starting doctoral studies about the importance of credentials, including what specific credentials mean and how they may benefit from them during and after the completion of PhD studies. Both points above are relevant considering the career routes that PhDs in STEM and Non-STEM fields can take, as well as their involvement in future work that may involve research activities or not, in and outside academia. In other words, the PhD needs to be perceived as a degree that besides providing intellectual and personal growth and stimulation, should be a springboard for a knowledge based career, students should be aware of this and the credentials that count towards their post-doctoral life, whatever that may be.
Em geral um curso de doutorado leva quatro anos. Mas em algumas áreas e em alguns países pode ultrapassar a 7 anos e este tempo não tem se alterado nos últimos anos. E este período de tempo longo pode aumentar a chance de abandono e impede de outros alunos possam entrar nos programas de pós. A análise foi realizada com 2.253 doutores portugueses e o financiamento com bolsa atrasa a conclusão do curso. Outro aspecto interessante é que não existe relação com a publicação dos trabalhos.
Como coordenador, eu tenho observado isto. Geralmente o aluno financiado, diretamente por uma bolsa ou indiretamente com uma dispensa de carga horária, tem mais dificuldade de concluir o curso. Em uma turma de doutorado, os três últimos remanescentes eram financiados e os três primeiros que concluíram não tiveram "apoio" de bolsa ou liberação.
What the findings do suggest is that alongside PhD funding support, policymakers and funding agencies should stress the importance of publishing during the PhD. This would provide students with the credentials needed to enter the postdoctoral labour market and also make contributions to national, regional and global knowledge. The findings of this study also underline the need to raise awareness of students starting doctoral studies about the importance of credentials, including what specific credentials mean and how they may benefit from them during and after the completion of PhD studies. Both points above are relevant considering the career routes that PhDs in STEM and Non-STEM fields can take, as well as their involvement in future work that may involve research activities or not, in and outside academia. In other words, the PhD needs to be perceived as a degree that besides providing intellectual and personal growth and stimulation, should be a springboard for a knowledge based career, students should be aware of this and the credentials that count towards their post-doctoral life, whatever that may be.
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