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12 maio 2019

Spread bancário e recuperação de crédito no Brasil

A taxa básica de juros da economia está, já há algum tempo, no seu patamar mais baixo da história. Mesmo assim, os bancos brasileiros continuam no topo quando o assunto é spread bancário, a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam. E uma das explicações para isso, segundo especialistas, pode estar numa área em que o Brasil é um dos piores do mundo: a recuperação de crédito.

Uma comparação internacional feita em artigo assinado pelos economistas Vitor Vidal, da LCA Consultores, e Marcel Balassiano, do Ibre/FGV, mostra que, ao mesmo tempo em que tem o segundo maior spread bancário do mundo (atrás apenas de Madagáscar), o Brasil está entre os piores países em termos de recuperação judicial de crédito. Segundo dados do Banco Mundial, por aqui, apenas US$ 0,13 são recuperados de cada US$ 1 emprestado – a metodologia do banco considera o valor recuperado quando há execução de dívidas. A média mundial está em US$ 0,34 por US$ 1. Essa baixa recuperação de crédito impacta diretamente os custos administrativos dos bancos, um dos componentes do spread.

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Quando se compara o ranking de recuperação de crédito com o de spread bancário, também com dados do Banco Mundial, é possível verificar que os países com a menor taxa de recuperação são também aqueles com os maiores spreads. No Japão, país com o menor spread do mundo, são recuperados US$ 0,92 a cada US$ 1. Assim como o Brasil, Madagáscar, que registra o maior spread, está entre os piores na recuperação de crédito (US$ 0,11 a cada US$ 1).

Para Vidal e Balassiano, autores do artigo, a correlação entre baixa recuperação judicial de crédito e spread elevado “mostra como a segurança jurídica em caso de calote afeta diretamente os custos administrativos para emprestar”.

Fonte: aqui

11 maio 2019

Plágio

Dois casos de plágios relatados pela Fapesp. No primeiro, a Duke, uma prestigiosa universidade dos EUA, aceitou pagar 112,5 bilhões de dólares para encerrar um processo onde uma ex-pesquisadora da instituição foi acusada de falsificar dados apresentados para entidades do governo de fomento à pesquisa.

O escândalo chamou a atenção não apenas pelas cifras, mas também por recorrer a uma legislação raramente utilizada em casos de integridade científica: a Lei de Alegações Falsas, que pune quem comete fraudes usando recursos federais com o pagamento de indenizações vultosas, equivalentes a até três vezes o dinheiro desviado ou obtido irregularmente. A maior parte dos US$ 112,5 milhões irá para as agências de fomento que financiaram projetos com dados falsificados. A lei também permite que denunciantes recebam até 30% da indenização estabelecida. No caso de Duke, o autor da ação, Joseph Thomas, vai receber US$ 33,75 milhões. “O acordo envia uma forte mensagem de que a fraude e a desonestidade não serão toleradas no processo de financiamento de pesquisa”, afirmou, em nota oficial, o Departamento de Justiça.


(Uma pergunta: um pesquisador de uma universidade federal no Brasil estaria usando recursos públicos? )

O segundo caso é do padre canadense Thomas Rosica, de 60 anos, que copiou trechos sem mencionar a fonte. A investigação concluiu que o padre era um plagiador antigo, tendo usado trabalhos de teólogos, jornalistas e cardeais. (Não resisti ao ler a notícia: será punido em dobro, não?)

Fracasso pode ser bom

Na política, o fracasso às vezes funciona melhor que o sucesso. (...) 

Fiquei sem saber se isto fazia sentido. O texto citava Trump, onde o fracasso em conter a imigração ilegal pode trazer mais votos no futuro, já que continua sendo um problema. Será a posição do governo brasileiro atual em relação à previdência?

Nós nos lisonjeamos de que vivemos em uma meritocracia na qual o sucesso é recompensado e o fracasso punido. Mas em muitos casos, isso é um mito. Às vezes, vivemos no mundo dos vendedores de óleo de cobra , brilhantemente descrito (pdf) por Werner Troesken, no qual é o fracasso que é recompensado. Nossas instituições econômicas e políticas são todos mecanismos de seleção e, às vezes, selecionam não para o sucesso, mas para o fracasso.

Rir é o melhor remédio


10 maio 2019

Relatório de Auditoria da Vale

Após analisar o balanço da Vale do primeiro trimestre, a auditoria PricewaterhouseCoopers alerta que, apesar de a mineradora ter feito provisão bilionária para gastos relacionados à tragédia de Brumadinho, os valores “deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa”. A observação é assinada por Patricio Marques Roche e consta do parecer do auditor que acompanha o balanço da Vale.

“Chamamos a atenção para as informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, que descrevem as ações tomadas pela companhia e os impactos nas informações contábeis, relacionados com o rompimento da Barragem de Brumadinho”, cita o auditor. Ele reconhece que os valores incluídos no balanço foram calculados com base “nas suas melhores estimativas e premissas”.

Mas o auditor destaca que “em decorrência da natureza e das incertezas inerentes a esse tipo de evento, os valores reconhecidos e/ou divulgados deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa em períodos futuros, à medida que novos fatos e circunstâncias sejam conhecidos”.


Fonte: Aqui

Plagiando você mesmo

Recentemente publicamos um caso de auto-plágio. Um periódico retirou um artigo que tinha sido anteriormente publicado em chinês. O professor australiano Mark Israel defende que em certos casos o auto-plágio pode ser eticamente justificável.

Segundo Israel, em muitos casos as entidade que financiam a pesquisa em alguns países querem maximizar os resultados, apoiando a publicação na língua do país e em língua inglesa. Isto ocorre, por exemplo, na Noruega. Isto pode também incluir a possibilidade de um artigo também ser publicado como capítulo de um livro.

Israel apresenta o seguinte conselho: avalie se as razões do auto-plágio são eticamente defensáveis, busque o consentimento dos envolvidos na primeira publicação e na nova publicação (isto inclui o reconhecimento que o texto foi publicado anteriormente) e conste isto no currículo claramente.

Rir é o melhor remédio