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11 maio 2019

Fracasso pode ser bom

Na política, o fracasso às vezes funciona melhor que o sucesso. (...) 

Fiquei sem saber se isto fazia sentido. O texto citava Trump, onde o fracasso em conter a imigração ilegal pode trazer mais votos no futuro, já que continua sendo um problema. Será a posição do governo brasileiro atual em relação à previdência?

Nós nos lisonjeamos de que vivemos em uma meritocracia na qual o sucesso é recompensado e o fracasso punido. Mas em muitos casos, isso é um mito. Às vezes, vivemos no mundo dos vendedores de óleo de cobra , brilhantemente descrito (pdf) por Werner Troesken, no qual é o fracasso que é recompensado. Nossas instituições econômicas e políticas são todos mecanismos de seleção e, às vezes, selecionam não para o sucesso, mas para o fracasso.

Rir é o melhor remédio


10 maio 2019

Relatório de Auditoria da Vale

Após analisar o balanço da Vale do primeiro trimestre, a auditoria PricewaterhouseCoopers alerta que, apesar de a mineradora ter feito provisão bilionária para gastos relacionados à tragédia de Brumadinho, os valores “deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa”. A observação é assinada por Patricio Marques Roche e consta do parecer do auditor que acompanha o balanço da Vale.

“Chamamos a atenção para as informações contábeis intermediárias, individuais e consolidadas, que descrevem as ações tomadas pela companhia e os impactos nas informações contábeis, relacionados com o rompimento da Barragem de Brumadinho”, cita o auditor. Ele reconhece que os valores incluídos no balanço foram calculados com base “nas suas melhores estimativas e premissas”.

Mas o auditor destaca que “em decorrência da natureza e das incertezas inerentes a esse tipo de evento, os valores reconhecidos e/ou divulgados deverão ser revistos e poderão vir a ser ajustados de forma significativa em períodos futuros, à medida que novos fatos e circunstâncias sejam conhecidos”.


Fonte: Aqui

Plagiando você mesmo

Recentemente publicamos um caso de auto-plágio. Um periódico retirou um artigo que tinha sido anteriormente publicado em chinês. O professor australiano Mark Israel defende que em certos casos o auto-plágio pode ser eticamente justificável.

Segundo Israel, em muitos casos as entidade que financiam a pesquisa em alguns países querem maximizar os resultados, apoiando a publicação na língua do país e em língua inglesa. Isto ocorre, por exemplo, na Noruega. Isto pode também incluir a possibilidade de um artigo também ser publicado como capítulo de um livro.

Israel apresenta o seguinte conselho: avalie se as razões do auto-plágio são eticamente defensáveis, busque o consentimento dos envolvidos na primeira publicação e na nova publicação (isto inclui o reconhecimento que o texto foi publicado anteriormente) e conste isto no currículo claramente.

Rir é o melhor remédio


09 maio 2019

Frase

Em diversos locais (aqui, por exemplo), o destaque para uma frase do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco:

“Lucro é variável contábil, não é relevante. O relevante é a geração de caixa, o mercado de capitais gostou do balanço”

Disse ainda:

“contabilidade é importante, mas não para decisões econômicas”.

Quando você pensa que a pior já passou pela empresa... Bom, em termos financeiros, o caixa é importante. Entretanto, muitos desembolsos e recebimentos dependem da variável irrelevante, o lucro. É o caso da participação nos lucros (em uma empresa normal) ou os tributos. Além disto, muitas dívidas possuem seus encargos atrelados as medidas contábeis.

Duas hipótese aqui:

a) CB não sabia o que estava falando. Portanto, não entende de finanças, contabilidade, ...

b) CB sabia que era uma besteira sua frase, mas queria valorizar uma variável que teve melhor desempenho na empresa. Neste caso, CB acha que o mercado é idiota.

Não são boas hipóteses.

Novo regulador

Já comentamos várias vezes no Contabilidade Financeira sobre o Financial Reporting Council, ou FRC. Trata-se do regulador independente para auditores, contadores e atuários, com atuação no Reino Unido e Irlanda. Além disto, o FRC trata de governança, com foco na transparência e integridade para os investidores.

Sua fonte de financiamento são os auditores, sendo o Conselho de Administração nomeado pelo governo. A entidade possui três comitês de governança, dois de negócios e três conselhos consultivos. Aparentemente, o trabalho do FRC não está agradando. Na falência do HBOS, o FRC indicou funcionários e ex-funcionários da KPMG para investigar a qualidade da auditoria realizada pela... KPMG. A notícia surgiu em 2013 e em setembro de 2017 a FRC concluiu que a KPMG não era culpada pelas irregularidades ocorridas na HBOS.

O problema ficou mais sério na falência da Carillion. A empresa de auditoria era a ... KPMG. A FRC iniciou uma investigação. Em março o FRC indicou a A & O Consulting para fazer uma análise no trabalho que foi realizado pela KPMG. A CEO da empresa, Sally Dewar, já trabalhou no J.P. Morgan e ... na KPMG. (É bem verdade que foi há 20 anos)

Em março de 2019, a partir de uma sugestão de três meses antes, o governo britânico lançou uma consulta para criar um novo regulador. Trata-se da Audit, Reporting and Governance Authority. A proposta inclui a necessidade da nova entidade de prestar contas ao parlamento e possui um foco na questão da concentração das empresas de auditoria. O novo órgão pode impor sanções e exigir explicações dos auditores para falhas.