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24 abril 2019

Ilusão Monetária na precificação de ativos

Resumo:

Nominal stock prices are arbitrary. Therefore, when evaluating how a piece of news should affect the price of a stock, rational investors should think in percentage rather than dollar terms. However, dollar price changes are ubiquitously reported and discussed. This may both cause and reflect a tendency of investors to think about the impact of news in dollar terms, leading to more extreme return responses to news for lower-priced stocks. We find a number of results consistent with such non-proportional thinking. First, lower-priced stocks have higher total volatility, idiosyncratic volatility, and market betas, after controlling flexibly for size. To identify a causal effect of price, we show that volatility increases sharply following pre-announced stock splits and drops following reverse stock splits. The returns of lower-priced stocks also respond more strongly to firm-specific news events, all else equal. The economic magnitudes are large: a doubling in a stock's nominal price is associated with a 20-30% decline in its volatility, beta, and return response to firm-specific news. These patterns are not exclusive to small, illiquid stocks; they hold even among the largest stocks. Non-proportional thinking can explain a variety of asset pricing anomalies such as long-run and short-run reversals, as well as the negative relation between past returns and volatility (i.e., the leverage effect). Our analysis also shows that the well-documented negative relation between risk (volatility or beta) and size is actually driven by nominal prices rather than fundamentals.

Fonte: Can the Market Multiply and Divide? Non-Proportional Thinking in Financial Markets with Richard Townsend .

Convergência e Divergência no Emprego


  • Até o término da recessão econômica, o desempenho do emprego na economia era parecido com o do setor contábil 
  • Recentemente, os números começaram a divergir

A partir dos dados do emprego formal da economia e dos dados do setor contábil - considerando aqui contadores e auditores, técnicos e escriturários - fiz a correlação entre estas duas variáveis para os últimos 24 meses. Assim, em janeiro de 2016 eu calculei a correlação entre a economia e o setor contábil, considerando de fevereiro de 2014 a janeiro de 2016. O resultado foi de 0,97, indicando que existia uma relação muito forte entre o que estava ocorrendo na economia e o resultado do setor contábil. Fiz isto para os meses seguintes, até março de 2019 - que corresponde ao período entre abril de 2017 a março de 2019. O resultado, sob a forma gráfica, está a seguir:

É possível notar que a relação entre o desempenho da economia e do setor contábil foi bastante próxima até início de 2018. Se em janeiro de 2018 a correlação era de 0,91, no mês seguinte caiu para 0,89. Em março de 2018 foi para 0,87, depois para 0,83 e assim por diante. Em novembro a relação ficou em -0,51. O sinal negativo é importante que mostra que nos últimos 24 meses, terminados em novembro, enquanto o desempenho era bom na economia, os números eram ruins na contabilidade. E poderia ser vice-versa, mas este não é o caso.

Ou seja, o desempenho do setor contábil descolou da economia nos últimos meses. Isto já tinha sido constatado em algumas postagens de fizemos ao analisar os números do emprego formal aqui no blog.

Emprego no Setor Contábil em Março


  • Em março ocorreu uma redução de 1.147 vagas no setor contábil. Os números foram ruins para ambos os sexos, qualquer grau de instrução e para qualquer ocupação
  • Em termos acumulados, são 41.425 vagas a menos

Em março foram admitidos 9.528 novos empregados no setor contábil no Brasil. Em compensação, o número de demitidos foi de 10.675, indicando uma redução de vagas de 1.147 somente no mês. Com isto, desde janeiro de 2014, são 41.425 vagas que foram fechadas. Em termos acumulados, este número só é pior que dezembro de 2017. Como em geral o próximo mês, abril, geralmente a variação no mercado de trabalho formal no setor contábil é negativa, é possível que este patamar negativo seja superado.

Os números também foram negativos para a economia como um todo, com 43.196 contratações a menos que demissões. Um número ruim para o governo.

No desempenho da contabilidade, os admitidos tinham um salário médio de R$2313 e os demitidos um salário de R$2763, uma diferença de quase 20%. O tempo de emprego daqueles que foram demitidos era de 36,46 meses, um número elevado em relação a uma média histórica, mas dentro do normal quando consideramos os últimos meses. Os admitidos tiveram, em março, uma idade média de 30,83 anos, um valor que está aumentando nos últimos meses.

Os números de março foram ruins para ambos os sexos, para qualquer grau de instrução e para qualquer ocupação. Nos últimos meses, os trabalhadores com curso superior e escriturários foram poupados dos cortes, o que não ocorreu no mês em análise.

O gráfico mostra o comportamento ao longo do tempo do índice de emprego/desemprego.

Rir é o melhor remédio

Primeiro dia de dieta

23 abril 2019

TCU recomenda blockchain


Recebido do Tiago Mota (grato). O TCU recomendou a adoção de blockchain na prestação de contas. Faz sentido? Veja o trecho:

9.3. determinar que, nos termos dos arts. 250, II, e 251 do RITCU, a Agência Nacional do Cinema adote as seguintes medidas: (...)
9.3.4. atente para o eventual emprego de novas tecnologias da informação, a exemplo do uso de blockchain, no bojo dos procedimentos de prestação de contas, com a subsequente análise dessas contas via robô virtual em prol do órgão federal repassador, podendo contribuir não apenas para a maior celeridade e efetividade no processo de prestação de contas dos repasses de recursos federais, mas também para a maior fidedignidade e confiabilidade das informações prestadas, de sorte a merecer os devidos estudos técnicos para o real desenvolvimento do aludido emprego, a partir da necessária implementação do correspondente projeto piloto para a efetiva aplicação dessas novas tecnologias da informação em determinado segmento de prestações de contas junto à Ancine, (...);

Mais notícias da BT


  • Em 2017 foi descoberto um escândalo contábil na BT da Itália
  • O problema envolvia a manipulação da receita para que a filial atingisse metas de desempenho
  • A investigação revelou recentemente que executivos da matriz inglesa incentivaram as práticas ilegais que ocorreram na Itália

No início de 2017 surgiram as primeiras notícias que algo de estranho tinha ocorrido na filial italiana da empresa BT. Haveria manipulação da receita, o que levou a matriz a trocar a empresa de auditoria, depois de 33 anos trabalhando com a PwC.
No início novas informações mostraram que os executivos deveria apresentar sua defesa no caso. A BT afirmava que os principais executivos não sabiam do problema, sendo o problema originário da filial italiana. Mas a investigação na Itália parece que está revelando que a matriz também tem sua parcela de culpa.

Segundo a Reuters, a matriz britânica fez pedidos insistentes no sentido da filial italiana conseguir atingir as metas, mesmo usando práticas contábeis agressivas e erradas. Um dos envolvidos era diretor financeiro da BT Europe.

Anteriormente, a BT dizia ser vítima dos fraudadores; com as novas provas, que incluem e-mails trocados entre a matriz e a filial italiana, três executivos baseados em Londres estão também sendo acusados de cumplicidade na fraude. Esta fraude inclui falsificação de nota fiscal, com transações fictícias e modo a cumprir as metas.