Qual é o valor de um dragão? Esta foi a grande pergunta para quem se dispôs a avaliar as fortunas das dinastias que movem Game of Thrones, a épica série que voltou para a HBO a 14 de abril.
A saga do Game of Thrones mistura cavaleiros medievais, castelos, bruxaria, zombies e dragões, mas, no fundo, é uma competição entre nove famílias muito abastadas. A Bloomberg News tem prática em calcular o património dos bilionários do mundo real. Por isso, decidimos criar um ranking dos mais ricos de Westeros, comparando quanto tinham no início da série e quanto têm antes da oitava e última temporada.
Material é o que não falta. Os cinco livros de George R.R. Martin foram transformados em mais de 60 horas de drama na TV, em alguns casos com desdobramentos bastante diferentes do que o autor escreveu. Usar essas informações para calcular o património das famílias dominantes desde o começo da série até os episódios finais é mais complexo do que levantar testamentos, demonstrações financeiras e dados de fundos de investimento para desvendar quem são os bilionários do planeta.
"Os livros detalham bastante a situação económica de cada família", mas nem tudo aparece no programa, disse o crítico Adam Whitehead, elogiado pelo próprio Martin.
Especialistas em finanças — e em Game of Thrones — ajudaram-nos a calcular os ativos dos Stark, Lannister e outras casas da nobreza. Para todos eles, no fim das contas, a grande pergunta foi: quanto vale um dragão?
Três ovos de dragão revertem a fortuna dos falidos herdeiros da Casa Targaryen. No mundo da fantasia do Game of Thrones, os dragões foram extintos há algumas gerações. Quando adultos, os dragões de Daenerys Targaryen são fonte de poder quase incomparável. Alguns métodos podem ajudar a estimar o seu preço. Um deles é compará-los à força de soldados humanos, propôs Michael Whitmire, presidente da companhia de contabilidade em nuvem FloQast.
"Quantos humanos seriam necessários para alguém escolher um grupo de pessoas em vez de um dragão", questionou. Há poucas batalhas na série que colocam os dragões diretamente contra soldados humanos. Quando lutam, os dragões quase sempre derretem a concorrência. Literalmente.
"Se tiver dragões ganha um dos maiores benefícios económicos do mundo".
A determinada altura, uma transação entre a Daenerys e comerciantes quase é fechada e estabelecido um preço. Daenerys concorda em trocar um dos seus dragões bebés por 8.000 soldados escravizados e cerca 5.000 aprendizes. Ficou logo claro que a troca era uma apenas um truque. Daenerys ordena o seu dragão a incinerar os comerciantes e liberta os escravos.
Tratando-se de ativos difíceis de vender e sem comparação no mercado, especialistas em finanças provavelmente usariam dois métodos de cálculo, explicou Steve Schuetz, diretor da Valuation Research Corporation e viciado em Game of Thrones. Um é avaliar quanto custa ter um dragão — o tempo e dinheiro necessários para adquirir um ovo, chocá-lo e então criar e treinar o bebé. Outro método, o da renda gerada, calcula quanto um dragão pode gerar para o seu dono ou a potencial destruição que pode evitar.
Quando rivais descobrem a existência dos dragões da Casa Targaryen, a situação complica-se. Schuetz lembra que ameaças ajudam a determinar o risco e o desconto a ser aplicado ao valor de um dragão.
Os rankings abaixo baseiam-se em grande parte no trabalho de Whitehead, mas a Bloomberg concordou com outros especialistas, que argumentam que os dragões superam todos os outros ativos.
"Quem tem dragões tem o maior benefício económico naquele momento", disse Schuetz. "Quem tem dragões tem a capacidade não só de se proteger, mas de ser agressivo e pegar o que quiser."
Dada a escolha, qualquer um preferiria ter dragões.
Casa Targaryen
Classificação atual: 1
Classificação inicial: 9
No início da saga, a dinastia que um dia dominou Westeros não tem onde morar, sofre tentativas de assassinato e possui apenas o peso do seu nome e três ovos de dragão. Porém a sorte da família então mais pobre do Game of Thrones muda radicalmente. Além dos dragões, Daenerys Targaryen chega ao final da história tendo controlo de um exército, do Rochedo Casterly, da Casa Lannister e das cidades de Slaver’s Bay.
Casa Lannister
Classificação atual: 2
Classificação inicial: 1
O vasto património da família pode ser quantificado pelos 3 milhões de dragões de ouro em empréstimos concedidos ao Rei Robert Baratheon, além de exércitos bem equipados e comércio com cidades livres como Braavos. O acesso ao sistema financeiro global ajuda os Lannister a manter controlo do Trono de Ferro. Cersei cumpre a promessa de pagar dívidas com o Iron Bank e usa outro empréstimo para contratar 20.000 mercenários.
Casa Arryn
Classificação atual: 3
Classificação inicial: 3
As montanhas que formam a defesa natural do Vale são um ativo importante da família, permitindo que o povo trabalhe na terra e noutras atividades sem enfrentar guerras. O Vale abriga o porto de Gulltown, o mais perto da cidade livre de Braavos. Os Cavaleiros do Vale têm cavalos e valem bem mais do que soldados a pé.
Casa Stark
Classificação atual: 4
Classificação inicial: 4
Os Stark e as suas casas vassalas podem controlar mais terras, mas são pouco habitadas e difíceis de percorrer. Madeira, ferro e prata oferecem oportunidades de desenvolvimento, porém a mão de obra limitada e o inverno que se avizinha atrapalham essas empreitadas. Assim como a Sibéria, o Norte é um lugar onde é difícil lutar e prosperar.
Casa Greyjoy
Classificação atual: 5
Classificação inicial: 7
No início da série, os Greyjoy têm poucos recursos à disposição para progredir economicamente. Mas o panorama financeiro melhora. A promessa de Euron Greyjoy de construir 1.000 navios, no final da sexta temporada, é claramente um exagero. Mas os navios são valiosos, especialmente se usados para comércio e não para invasões. A expansão da frota indica ascensão da família.
Casa Martell
Classificação atual: 6
Classificação inicial: 6
Dorne é uma região pouco povoada e com pouca terra para cultivo, mas exporta vinho e uvas. A Casa Martell tem soldados e navios, apesar de haver pouca informação sobre a quantidade. Apesar da maioria dos personagens da família morrer até o final da sétima temporada, é possível que ainda existam alguns. Oberyn disse ter oito filhas na quarta temporada.
Casa Tully
Classificação atual: 7
Classificação inicial: 5
Tully deveria ser uma região rica, com terra fértil e central. Infelizmente, a sua localização central também implica que é devastada sempre que uma guerra explode por ali. Vassalos voláteis como Walder Frey, um nobre que controla uma travessia determinante para a rota comercial, implica menos receitas de impostos no início da série.
O Tully mais importante a sobreviver fica prisioneiro dos Frey e dá ordens aos seus soldados para se renderem. Não é claro se sobrou alguma fortuna no fim da série.
Casa Baratheon
Classificação atual: 8
Classificação inicial: 8
Mesmo sentado no Trono de Ferro, o Rei Robert Baratheon não era assim tão rico. Baratheon começou a série com uma dívida de mais de 6 milhões de dragões de ouro, sendo 3 milhões devidos aos Lannister. No final da sétima temporada, os irmãos Robert, Stannis e Renly Baratheon estão mortos. Mas o filho ilegítimo de Robert, Gendry, parece ter melhor sorte ao participar da comitiva de Jon Snow.
Casa Tyrell
Classificação atual: 9
Classificação inicial: 2
No começo da série, os Tyrell disputavam com os Lannister a posição de maior fortuna de Westeros. Tinham vastas terras férteis, uma grande população pagadora de impostos e capacidade de arregimentar grandes exércitos. Porém, o seu aparato militar era considerado muito inferior aos batalhões dos Lannister.
A continuidade da família Tyrell (após a morte de Margaery e Loras) é duvidosa. Lady Olenna, que de facto comanda a família, ingere veneno após a captura de Highgarden pelos Lannister. Esta família outrora tão rica pode desaparecer.
Fonte: Aqui
22 abril 2019
21 abril 2019
História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-Livros
O oitavo número da Revista do Grêmio, na sua primeira página, duas curiosidades.
Primeiro, uma nota "política":
Segundo, na mesma página, ao falar do presidente do Grêmio, Ernesto Gavião Peixoto, afirma:
versado na arte dos Diversos a Diversos
O que seria isto? Pelo contexto, me pareceu um elogio, para alguém versado em escrituração.
Primeiro, uma nota "política":
Segundo, na mesma página, ao falar do presidente do Grêmio, Ernesto Gavião Peixoto, afirma:
versado na arte dos Diversos a Diversos
O que seria isto? Pelo contexto, me pareceu um elogio, para alguém versado em escrituração.
História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-livros 3
No último número existente na hemeroteca da Biblioteca Nacional (edição 8 de 1896), a Revista do Grêmio traz um balanço da Associação, assinado pelo seu presidente Ernesto Gavião Peixoto:
Sobre Ernesto, descobri que foi guarda-livros em São Paulo, com escritório na Rua Glória. Depois chegou a assinar balanços, indicando ser "Contador" (um título diferente do que temos hoje). Era bastante ligado a juri popular. No mesmo número que aparece um desenho de Ernesto e uma breve descrição da sua vida.
Sobre Ernesto, descobri que foi guarda-livros em São Paulo, com escritório na Rua Glória. Depois chegou a assinar balanços, indicando ser "Contador" (um título diferente do que temos hoje). Era bastante ligado a juri popular. No mesmo número que aparece um desenho de Ernesto e uma breve descrição da sua vida.
História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-Livros 2
O primeiro número da Revista do Grêmio dos Guarda-Livros, publicada em 1896, traz também uma série de problemas denominados de "recreações algebricas". Veja alguns deles a seguir:
A Revista, no seu número dois, indicava a solução dos problemas.
A Revista, no seu número dois, indicava a solução dos problemas.
História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-livros 1
Na semana passada comentamos sobre a Revista da Associação dos Guardas-Livros. Esta revista que existiu em meados da década de 70 do século XIX tinha sede no Rio de Janeiro. Durou dois anos e três meses, mas seu conteúdo é um pouco decepcionante. Os 27 exemplares que constam da Hemeroteca da Biblioteca Nacional mostram um grande número de páginas em discussões sobre a crise de 1864.
Vinte anos depois nasce em São Paulo a Revista do Gremio dos Guarda-livros. Esta publicação possui, na hemeroteca, somente quatro exemplares, de oito páginas cada. Também de periodicidade mensal, a Revista do Grêmio é bem mais interessante. Seu primeiro número conta com discussões contábeis e inclui, no final, com a publicação de parte de um livro do Padre Antonio Vieira, Arte de Furtar.
Um detalhe importante: não foi o Padre Antonio Vieira quem escreveu este livro e sim o Padre Manuel da Costa. Mas esta autoria só ficou estabelecida anos depois.
Vinte anos depois nasce em São Paulo a Revista do Gremio dos Guarda-livros. Esta publicação possui, na hemeroteca, somente quatro exemplares, de oito páginas cada. Também de periodicidade mensal, a Revista do Grêmio é bem mais interessante. Seu primeiro número conta com discussões contábeis e inclui, no final, com a publicação de parte de um livro do Padre Antonio Vieira, Arte de Furtar.
Um detalhe importante: não foi o Padre Antonio Vieira quem escreveu este livro e sim o Padre Manuel da Costa. Mas esta autoria só ficou estabelecida anos depois.
20 abril 2019
Paciência
Usando uma base com 80 mil respondentes (da Gallup) em 76 países, uma pesquisa (via aqui) captou a "paciência" em diversos países. Paciência seria a tendência a desistir de algo hoje em troca de algo no futuro. O mapa mostra os países mais pacientes com cores escuras e os menos pacientes com cores claras.
Em um extremos, a Suécia e os Estados Unidos como países mais pacientes. No outro, Nicarágua, Ruanda e Geórgia. Países com maior descendência européia tendem a maior paciência. Isto é muito relevante pois muitas decisões econômicas dependem das recompensas futuras.
A paciência parece lembrar muito o conceito de Garra, de Angela Duckworth. A pesquisadora considera a garra como a principal razão do sucesso ou fracasso das pessoas.
Em um extremos, a Suécia e os Estados Unidos como países mais pacientes. No outro, Nicarágua, Ruanda e Geórgia. Países com maior descendência européia tendem a maior paciência. Isto é muito relevante pois muitas decisões econômicas dependem das recompensas futuras.
A paciência parece lembrar muito o conceito de Garra, de Angela Duckworth. A pesquisadora considera a garra como a principal razão do sucesso ou fracasso das pessoas.
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