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17 março 2019

Caplan, segundo Demo

Pedro Demo publica um longo comentário do livro de Caplan, que já fizemos uma resenha e recomendamos. O comentário de Demo pode ser acesso aqui e colocamos a conclusão abaixo:

É provocativamente ousada a proposta de Caplan, embora, olhando mais de perto, exale o contexto do mercado por todos os poros. Isto não admira em contexto americano, porque educação sempre foi vista – cruamente – como serva do mercado. A relação assumida é dura e reta: avalia-se o que educação traz para o mercado; não se fala de “formação”, cidadania, convivência, a não ser quando empregadores veem nisso algum benefício para a empresa. Podemos acentuar consciência, elegância, comunicação, mas o que vale é a empregabilidade, que fica por conta do empregado – a empresa não tem nenhum compromisso. Sob este ângulo, a maior parte do que se faz na escola/faculdade é olimpicamente inútil. Entretanto, Caplan deixa de lado que o próprio mercado tem preferido graduados com formação geral mais visível, que a seleção é feita em entrevista para ver se o candidato tem projeto de vida interessante, mostra maturidade, sabe argumentar e expressar-se... Embora a indicação de “espírito crítico” seja uma farsa escabrosa, porque totalmente unilateral, indica, a seu jeito, que formação ampla é trunfo importante. Mas, como autores mais diretos e críticos constatam, a maior qualidade é conformidade inteligente!

Caplan descasca a inutilidade dos conteúdos – muitos são inventados e apenas enchem a cabeça. Mas há outra inutilidade: ficar na escola para não aprender nada, anos a fio, saindo, por exemplo, sem saber matemática ou sem redigir uma página. O exagero da hipótese tem finalidade provocativa, instigadora, e dificilmente “prova” que educação é apenas sinalização. Mas é muito interessante esta perspectiva, iluminando muito da relação empregador/empregado – uma encenação ostensiva, onde a aparência vale mais que qualquer realidade.

Palestra

Análise de grande volume de dados de gasto público para identificação de corrupção - oportunidades para agendas de pesquisa

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (PPGCont/UnB) convida a comunidade acadêmica para a Aula Inaugural do 1.º período letivo de 2019, a ser ministrada pelo Prof. Me. Rafael Antonio Braem Velasco, da FGV-RJ, no dia 18 de março de 2019, a partir das 14 horas, no Auditório Azul (subsolo) da FACE (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas), na Universidade de Brasília. O referido docente participou da equipe da força-tarefa da Lava-jato e da 4.ª edição do Congresso UnB de Contabilidade e Governança (CCGUnB), ocorrido em novembro de 2018.

Rir é o melhor remédio


16 março 2019

Spread Bancário por País

O Brasil só perde para Madagascar


Análise custo e benefício


Lendo John Kay aprendo a origem da análise custo e benefício. Ao comentar sobre o novo livro de Cass Sunstein, que enaltece a análise, Kay acrescenta:

Não foi uma revolução [a análise] de custo-benefício, que começou na Grã-Bretanha, na década de 1960. A análise de custo-benefício em todo o mundo ainda segue um modelo estabelecido pela primeira vez em um estudo de 1962 de Michael Beesley e Christopher Foster [citado somente 215 vezes no Google Acadêmico], que estudou a construção da linha Victoria em Londres. Eles demonstraram que, embora a linha gerasse pouca receita adicional, o valor criado em economia de tempo e redução do congestionamento acima e abaixo do solo excedia em muito os custos. Cinquenta anos depois, não pode haver dúvida de que eles estavam certos. O custo total de menos de 100 milhões de libras, equivalente a pouco mais de 1 bilhão de libras esterlinas, parece um preço muito baixo para o que hoje é parte indispensável da infraestrutura de transporte da capital.

Mais uma regra para as finanças pessoais

Tanza Loudenback escreve sobre um regra que não conhecia:

Há uma regra geral que a maioria dos especialistas em finanças recomenda: se você puder pagar, atribua 20% a 30% de sua renda para poupanças e saldando dívidas

Já tinha visto uma regra de você ter uma economia para eventualidades que corresponderia a 6 meses de seu salário. Você pode explicar esta regra imaginando uma pessoa que fica desempregado e precisa de um prazo de um ano para recolocação no mercado de trabalho. Com uma economia de 6 meses de salário e fazendo corte nas despesas é possível sobreviver até achar uma nova fonte de renda.

A regra apresentada por Loudenback naturalmente depende dos seus objetivos pessoais. Se você pretende comprar um automóvel, economizar 20% pode ajudar, mas é necessário levar em consideração o preço do carro, o valor do seu salário e quando você quer ter um automóvel. Ou seja, talvez esta regra não seja tão infalível. Mas a vantagens de regras como esta em finanças pessoais é permitir que uma pessoa comum possa ter uma "meta" para conseguir atingir seus objetivos pessoais. Não são regras "científicas", mas podem funcionar.

Guerra e Paz

Um texto do Business Insider  mostra a amizade e a briga entre as quatro grandes empresas de tecnologia: Amazon, Apple, Facebook e Google. Recentemente, a Apple descobriu que o Facebook estava abusando as regras dos aplicativos e resolveu “punir” a empresa. Mas logo depois, soube que o Google também estava fazendo a mesma coisa. Só que a Apple recebe bilhões do Google para ser o default de busca padrão dos aparelhos da empresa. E outros fatos são apresentados.

Ou seja, era uma vez um tempo onde a Amazon vendia livros, a Apple hardware, Google era mecanismo de busca e Facebook uma rede social. Hoje, Google e Amazon competem na computação em nuvem, por exemplo. Entre os quatros, a relação entre Facebook e Amazon seja a mais fraca. Mas isto pode mudar.  No passado, o CEO do Google fazia parte do conselho de administração da Apple; hoje não mais.

Conclusão : A tensão provavelmente supera a cooperação, especialmente porque cada uma das quatro empresas procura convencer os reguladores de que os outros precisam de controle. As interdependências não desaparecerão, portanto, esperem mais escaramuças