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09 março 2019

Contabilidade para Streaming

Nos últimos anos o setor de entretenimento apresentou uma mudança expressiva com a ascensão dos serviços de streaming (Netflix, por exemplo). Isto representa uma mudança também nas normas contábeis. Quando uma produtora de filmes desenvolve um produto para o cinema, os custos de produção devem ser capitalizados; a receita deve ser reconhecida com a bilheteria e a venda posterior do filme para a TV a Cabo, televisão ou streaming. Assim, os custos serão levados a resultado como proporcional a receita.

Entretanto, uma série de televisão, com episódios regulares, isto não poderia funcionar desta forma. A receita paga por um canal de televisão pode variar conforme o contrato entre produtor e exibidor. Diante desta situação, o FASB, entidade de emite normas contábeis nos Estados Unidos, apresentou uma “Atualização de Norma Contábil” ou ASU para tratar deste assunto. A norma contempla este novo modelo de negócio, onde a receita do streaming é baseada na assinatura. 

Segundo o presidente do Fasb, Russell G. Golden, o novo padrão melhora a informação para o investidor das empresas que trabalham com episódios de televisão. A norma deve entrar em vigor no final de dezembro de 2019. (imagem, daqui)

Rir é o melhor remédio

Carta de despedida do contabilista Sabugosa de Castro e Belinda Guedes, moça de prendas domésticas de Jundiá dos Pilares:

Prezada senhorita:
Tenho a honra de comunicar a V.Sa. que resolvi, de acordo com o que foi conversado com seu ilustre progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes, estabelecido à Rua da Praia, no. 632, dar por encerrado nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns Penalva, conceitua firma desta praça, não me restará, em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para os deveres conjugais.
Outrossim, participo que vou continuar trabalhando no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que me formei em contabilidade em 17 de maior de 1932, em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim como representantes da Associação dos Varejistas e da Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
Sem mais, creia-me de V Sa. patrício e admirador
Sabugosa de Castro

(Amor de contabilista em carta comercial, O Cruzeiro, ed 2502, p 19, José Candido, p. 19)

08 março 2019

Confiança e desconfiança

O Metro Bank é um banco de varejo, fundado em 2010, no Reino Unido. Desde então, o banco cresceu, estando listado na Bolsa de Londres e fazendo parte do índice FTSE. Logo após sua fundação, o banco se expandiu rapidamente, abrindo muitas "lojas" de atendimento.

O Metro é um caso típico onde a desconfiança em razão de um "erro" provoca uma grande desconfiança do investidor.
Em março de 2018 o preço da ação do banco começa a cair. Agora estão valendo 77% a menos que há um ano.

Um banco classifica seus ativos conforme o nível de risco. Basicamente, se um ativo tem um risco maior ele "vale" menos que um ativo com menor risco. Recentemente o banco reconheceu que classificou incorretamente um ativo. Na realidade a PRA, a entidade reguladora inglesa na área, foi quem identificou o "erro". O problema do Metro mostra a relevância da informação sobre o índice de capital do banco. Como a confiança foi quebrada, agora o banco tem a difícil missão de convencer os investidores que a instituição é segura. O Metro é bem avaliado entre os clientes, muito acima dos bancos tradicionais, como HSBC, Lloyds, Barclays e RBS.

Mas o que importa são os investidores. Caso tenha necessidade de mais capital, o Metro provavelmente irá ter que pagar mais pelos recursos.

Petrobras ainda tem problemas de corrupção


  • Em novembro de 2018 a Petrobras encerrou os trabalhos de uma comissão de investigação alegando que a empresa tinha evoluído no combate à corrupção
  • Um mês depois, um funcionário da empresa foi preso nos Estados Unidos por corrupção 
  • Relatos mostram que há muita resistência em fazer apurações de todas as denúcias de corrupção

Um texto da Forbes/Reuters merece um leitura atenta. Segundo a revista, a empresa Petrobras ainda luta para vencer a corrupção. Ao contrário do que afirma a empresa, que estaria “livre de corrupção”, os depoimentos e a análise feita pela revista mostram que a corrupção generalizada ainda não foi erradicada.

Mas em novembro, a empresa encerrou os trabalhos de uma comissão de investigação constituída em 2014, afirmando que a empresa tinha progredido na luta contra a corrupção.

A revista fez entrevistas com seis pessoas. Uma delas, João Elek Jr, foi diretor de Governança e Conformidade. As demais não são citadas. Apesar da impressão de que a empresa evoluiu nos controles internos e na redução da corrupção, parece que ainda existem vulnerabilidades da empresa. Confirmando isto, em dezembro, novas denúncias aparecereram, incluindo acusações contra um funcionário da empresa na área de trading, atualmente preso nos Estados Unidos.

Elek relata que a unidade de conformidade teve muito trabalho e não tinha equipe suficiente para as investigações. Existiam obstáculos para demissão de funcionários e hostilidade ao trabalho da equipe. Segundo Elek, ocorreu um resistência cultural. Uma forma de resistência era o atraso com que as informações solicitadas eram fornecidas: alguns pedidos de arquivos que poderiam ser entregues em dias, levavam semanas ou meses. Alguns chefes, quando informados de suspeitas, tentavam proteger seus subordinados.

Haveria mais de 2 mil denúncias para serem apuradas. Não existia um apoio da alta gestão. O comitê de conformidade nunca teve a presença do então presidente, Aldemir Bendine. Bendine está preso por corrupção.

Desde o início das investigações, a Petrobra se diz vítima de elementos que espoliaram a empresa. Não acredito nisto. O texto mostra que existe um problema estrutural na empresa. Note que o verbo está no presente, não no passado. Não somos otimistas assim.

Mais mulheres com doutorado

O gráfico mostra a participação crescente das mulheres nos títulos de doutorado no Brasil. Em 2017, 54% eram mulheres. Inclui Mariana Pereira Bonfim, Ilka Gislaine de Melo Souza, Ivone Vieira Pereira, Adriana Isabel Backes Steppan, Edzana Roberta Ferreira da Cunha Vieira e Fernanda Fernandes Rodrigues

Rir é o melhor remédio


07 março 2019

Mulheres e igualdade

Uma pesquisa do Banco Mundial sobre o papel da mulher em diferentes países encontrou que somente em seis dos países existentes a mulher tem direitos igual ao homem. Os países são: Bélgica, Dinamarca, França, Letônia, Luxemburgo e Suécia, que conseguiram nota máxima em 35 critérios.

O Brasil ficou em uma posição intermediária elevada, com nota máxima em “going places”, “starting a job”, “getting married” e “managing assets”, totalizando 81,88 de 100. Um pouco atrás dos Estados Unidos ou Suíça.