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05 março 2019

Mortes no trânsito

  • O seguro obrigatório para veículos no Brasil é gerenciado por um conjunto de seguradoras
  • A Seguradora Líder divulgou recentemente suas demonstrações contábeis
  • Um informação não contábil se destaca: o número de indenizações a acidentados de trânsito
  • Em 2018 foram mais de 38 mil mortes no trânsito. 
Em 2018 morreram no Brasil 39 mil pessoas por homicídio. É um número expressivo e pouco lisonjeiro. Mas os mortos em acidentes de trânsito é tão grande quanto. 

A Seguradora Líder é uma empresa nacional que lidera um consórcio de 76 seguradoras que centraliza a gestão do DPVAT. No seu relatório anual, a empresa apresentou o seguinte gráfico:
O gráfico informa o número de indenizações recebidas por morte no trânsito Foram 38.281. Deste total, a maioria envolvia motocicletas. 

Uma observação: como o seguro é obrigatório, acredito que o número divulgado pela seguradora esteja muito próximo da realidade. 

Estudando no Youtube


  • Gongbang ou Estude Comigo são canais no Youtube que mostram pessoas estudando
  • Alguns canais possuem milhares de inscritos
  • Aparentemente, assistir os vídeos enquanto estuda seria motivador para as pessoas que precisam estudar.

O vídeo a seguir trata de "Gongbang", em coreano, ou benkyou douga, no Japão ou "estude comigo" em alguns outros países. Trata de vídeos que são produzidos por pessoas que estão estudando e gravam elas ... estudando. Outras pessoas assistem, enquanto estudam. Parece realmente bobo, mas existem muitas pessoas que assistem. A primeira pessoa que aparece no vídeo em um coreano que está estudando para ser contador. Ele estuda por horas e 20 mil pessoas já se inscreveram no seu canal. Segundo ele conta no vídeo, é uma forma das pessoas não se sentirem sozinhas enquanto estudam. O vídeo mostra ele sentado, estudando, tomando notas e lendo um livro.

O primeiro benefício que meus espectadores podem obter é a motivação. Ao observar outras pessoas estudando, elas também podem se motivar a estudar muito. E para mim mesmo, estudando com todos vocês, eu posso me impedir de ficar com preguiça e continuar a me concentrar no meu estudo.





Rir é o melhor remédio


04 março 2019

Déficit Atuarial da Previdência: 21 trilhões

https://pbs.twimg.com/media/D02ivvWW0AAVXIj.png

Metodologia do Impairment na Ambev

No ano passado postamos sobre nossas dúvidas quanto ao teste de impairment da Ambev. Um ano depois, a empresa, ao divulgar suas demonstrações, ainda continua sem fazer amortização por recuperabilidade e continua calculando do teste de maneira bastante "simples". A figura abaixo é uma comparação da redação das duas demonstrações contábeis.
No lado esquerdo, o ano de 2018. Destaquei alguns trechos, mas é perceptível que a empresa tentou destacar pontos na sua metodologia.

Volta do Tratamento da Inflação na Contabilidade Brasileira: Ambev

  • Desde a extinção da correção das demonstrações contábeis, as empresas brasileiras não usavam qualquer tipo de tratamento para situações de inflação elevada
  • No ano passado, o CPC aprovou o IAS 29 para ser aplicado no Brasil
  • A Ambev, ao divulgar suas demonstrações contábeis de 2018, está aplicando o CPC 42/IAS 29 para as operações na Argentina
A demonstração contábil divulgada da Ambev marca a volta do tratamento da inflação na contabilidade brasileira. Usando a norma recentemente aprovada IAS 29/CPC 42, a empresa realizou o tratamento dos números contábeis em ambientes inflacionários. No caso, através do tratamento da filial na Argentina.

Como naquele país a inflação em três anos foi superior a 100% - somente em 2018 chegou quase a 50% - a empresa de cerveja divulgou a aplicação da norma no seu balanço divulgado no final de fevereiro. Conforme a empresa

A IAS 29/CPC 42 exige a divulgação dos resultados das operações da empresa na Argentina como se fossem altamente inflacionárias a partir de 1º de janeiro de 2018 (início do período em que se identifique a existência de hiperinflação).

Isto não é bem verdade, já que anteriormente, no regime da família Kischner, a inflação era manipulada.

De acordo com a IAS 29/CPC 42, os ativos e passivos não monetários, o patrimônio líquido e a demonstração do resultado de subsidiárias que operam em economias altamente inflacionária são corrigidos pela alteração no poder geral de compras da moeda corrente, aplicando um índice geral de preços.
As demonstrações contábeis de uma entidade cuja moeda funcional seja a moeda de uma economia altamente inflacionária, quer estejam baseadas na abordagem pelo custo histórico ou na abordagem pelo custo corrente, devem ser expressas em termos da unidade de mensuração corrente à data do balanço e convertidas para real na taxa de câmbio de fechamento do período.

Um problema do mecanismo aplicado pela empresa é que

os impactos das alterações no poder de compra geral a partir de 1 de janeiro de 2018 foram reportados na demonstração de resultados em uma conta específica para ajuste de hiperinflação, no resultado financeiro (ver Nota 24 - Despesas e receitas financeiras).

Esta opção é realmente muito ruim, já que o problema inflacionário do investimento foi considerado dentro da conta de receita financeira. Ainda nas notas explicativas:

No exercício findo em 31 de dezembro de 2018, a utilização da norma de Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária, de acordo com as regras do IFRS, resultou (i) em um ajuste positivo de R$182,5 no resultado financeiro, (ii) em um impacto negativo no lucro líquido de R$292,4.

Entretanto, o impacto negativo no lucro não fica claro na DRE da empresa.

Consumo de caixa na Tim

Um aspecto que se destaca nos resultados da empresa Tim é a posição do caixa e equivalentes. No final de 2016 a empresa tinha 5,1 bilhões neste item do balanço patrimonial. Um ano depois, durante 2017, a empresa “queimou”  2,167 bilhões. Agora, ao final de 2018, a empresa relatou que possuía 1,075 bilhão, ou 4 bilhões a menos que há dois anos.
(Fiz uma adaptação na figura, para fins didáticos)

A empresa está gerando lucro e caixa nas operações. Nos dois anos, 2018 e 2017, o caixa das operações cresceu de 5,4 bilhões para 6,1 bilhões de reais. Uma parcela está sendo destinada ao caixa de investimentos: 4,4 bilhões e 3,8 bilhões, em 2017 e 2018. Somando, o que corresponderia ao “fluxo de caixa livre” dos períodos foi positivo. O que justifica a redução no saldo de caixa e equivalentes seria, portanto, o caixa de financiamentos. Em 2017 a empresa amortizou 3,3 bilhões de empréstimos e financiamentos; no ano seguinte o pagamento foi de 3,6 bilhões.