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01 março 2019

Justiça e Emoji

O Emoji é uma nova forma de comunicação. Um problema é que o emoji pode conduzir a diferentes interpretações. Um texto publicado na The Verge mostra um lado diferente desta questão: cada vez mais o judiciário deve lidar com os emoji e ele não está preparado.

O texto relata casos interessantes:
= Um tribunal está tentando provar que um homem é culpado de cafetinagem; uma das provas eram mensagens enviadas a uma mulher com “saltos altos” e “dinheiro” juntamente com a frase sobre o trabalho em equipe
= um casal de Israel enviou uma mensagem para um dono de um apartamento, com garrafa de champanhe, cometa e outros símbolos, juntamente com a confirmação que queriam alugar o imóvel. Depois, o casal parou de responder e alugaram um apartamento diferente. O dono entrou na justiça, cobrando um indenização, já que ocorreu uma sinalização de alugar o imóvel.

Para complicar, o emoji pode ter variações culturais e pode sofrer variações de formato conforme o sistema operacional do telefone.

Mesmo assim, os símbolos estão aparecendo cada vez mais nos tribunais (gráfico).

Até agora, os emojis e emoticons raramente foram importantes o suficiente para influenciar a direção de um caso, mas à medida que se tornam mais comuns, a ambiguidade em como os emoji são exibidos e o que interpretamos emoji pode se tornar uma questão maior para os tribunais

Era da Grandes Universidades


Assim como ocorreu no varejo, no ensino de graduação há a presença cada vez maior das grandes universidades. O ensino a distância impulsiona uma transformação atual. Eis uma análise do que está ocorrendo nos Estados Unidos:

Much as Amazon and Walmart now stand as the templates for the retail business, mega-universities in many ways reflect a shift in what Americans seek in a college degree: something practical, convenient, and inexpensive. Traditional institutions can certainly learn from these disruptors. And the more they do, for better or worse, the more these mega-universities may change the shape and purpose of higher education.

Como diz um gestor de uma destas universidades, "é uma resposta racional do mercado".

Universidade da Califórnia e Elsevier

  • A Universidade da Califórnia anunciou um boicote à Elsevier
  • A Elsevier cobra quando um cientista submete um artigo e quando ele acessa a base de dados
  • Trata-se da maior universidade a adotar uma medida deste tipo
A Universidade da Califórnia, um dos maiores clientes da Elsevier, anunciou um boicote à editora. Trata-se da melhor universidade do mundo que adotou uma medida parecida.

A Elsevier foi fundada em 1880 sendo a maior editora científica, técnica e médica do mundo, publicando 430 mil artigos anualmente em 2.500 periódicos. Nos seus arquivos constam 13 milhões de documentos e 30 mil e-books. Mesmo atuando na área de divulgação científica, a Elsevier possui uma margem de lucro elevada, de 37% em 2017.

O domínio do mercado da empresa tem permitido que a editora cobrasse dos pesquisadores, quando decidem publicar em dos seus periódicos, e das universidades, quando alguém acessa o seu arquivo de textos.

Durante oito meses a Universidade da Califórnia tentou estabeleceu uma negociação nos contratos de assinatura; a universidade deseja um preço único para a assinatura e para a submissão de artigos. A Elsevier defendia a cobrança dupla: na submissão e no acesso aos periódicos.

O movimento ocorre em meio a uma revolta global sobre o modelo de publicação de acesso fechado, que a New Scientist chamou de "mais lucrativo do que petróleo" e "indefensável". Os maiores financiadores científicos da Europa anunciaram que só apoiarão pesquisas que tenham a liberdade de ler no momento da publicação.

Emprego na área Contábil em Janeiro

Os dados de janeiro do emprego formal no Brasil demoraram a sair. Provavelmente em razão da extinção do Ministério do Trabalho. Ontem os números foram divulgados e mostraram, para a economia como um todo, um saldo ligeiramente positivo, a criação de 34 mil novos postos de trabalho.

Para o setor contábil os números também foram positivos. Segundo os dados do mercado formal de emprego, foram contratados 11.961 novos empregados, um número bastante expressivo, no patamar anterior a recessão econômica de 2015/2016; e foram demitidos 9.574, o que indica a criação de 2.387 novos postos de trabalho. Em termos acumulados, entre fevereiro de 2018 a janeiro de 2019, praticamente não se criou novos postos de trabalhos; neste período foram admitidos 113.923 e demitidos 113.926.

Desde 2014, o número de demitidos foi de 585 mil, indicando um redução de vagas no setor contábil de 40,6 mil postos. O gráfico mostra um comparativo entre o setor contábil e a economia como um todo. É possível notar que há um descolamento entre a economia (linha vermelha) e o setor contábil (azul) a partir da metade do gráfico, indicando que enquanto parecia existir uma leve recuperação no número de postos na economia, a crise continuava na área contábil.

O mês de janeiro foi particularmente bom para as mulheres (1548 novos postos), quem tem curso superior (mais 1489 postos) e escriturários (2050 novos postos). É importante salientar que janeiro tradicionalmente é um mês de contratações. Desde 2014, somente no ano de 2016 o indicador de emprego foi negativo.

Rir é o melhor remédio


28 fevereiro 2019

CAPM e WACC: confusões, erros e inconsistências

Resumo:

Regulators of many countries try to find the “true” WACC of Electricity, Gas, Water… activities. All their documents have in common a main confusion: they do not differentiate among expected, required, historical, and regulator allowed returns, which are 4 very different concepts. Most of the documents have several conceptual errors (they apply wrongly the CAPM and the WACC), several inconsistencies estimating parameters and multiply the WACC by the depreciated book value of assets.

Another two common peculiarities of many regulators are a) their penchant for calculating averages and averages of averages, and b) their argument of doing strange calculations “because many other regulators do so.”

We show how a European Regulator arrives to a “WACC before taxes of the electricity regulated activities” of 5,58%. We also show that using the same data and the same method, but criteria of other regulators for the calculation of the parameters you may justify any “WACC before taxes” in the interval 2,4% - 7,4%.

After reading the mentioned documents of the regulators a question arises: Are they fiction or science fiction?

We show some confusions, errors, inconsistencies and useless arguments of the documents of Regulators and propose solutions. Regulator reports (such as the one in Section 1) are very helpful to discover conceptual mistakes, valuation errors… and to think about the meaning of several concepts widely used in Corporate Finance and Financial Markets.

Fernandez, Pablo, WACC and CAPM according to Utilities Regulators: Confusions, Errors and Inconsistencies (February 1, 2019).
 
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Volatilidade no Crescimento

  • A volatilidade do crescimento econômico dos países do mundo foi medida pelo desvio-padrão entre 2001 a 2017
  • Os países afetados pela guerra ou instabilidade política ou dependentes dos preços do petróleo foram aqueles que mais sofreram no período
  • Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil foi o mais volátil

Usando dados do Banco Mundial, Dan Kopf calculou a volatilidade do crescimento da economia dos países do mundo entre 2001 a 2017. Quanto maior o desvio-padrão do crescimento anual do PIB real, mais volátil é o país.

Os países com menor volatilidade são:

Indonésia = 0,7%
Vietnam
Austrália
Laos
Tanzânia

A Austrália, por exemplo, não tem nenhuma recessão desde 1991.

Os países mais voláteis

Líbia = 33,8%
Guiné Equatorial
Iraque
Macau
Azerbaijão

Conforme nota o autor, alguns países são dependentes de petróleo, experimentam uma guerra civil ou outro tipo de conflito. Entre os países voláteis em termos de crescimento, a surpresa é a Irlanda.

A instabilidade do crescimento econômico brasileiro é decorrente de uma combinação de instabilidade política, preços dos commodities e a crise de 2015 e 2016. Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é que possui o crescimento mais volátil.